quinta-feira, 16 de agosto de 2012

QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES…?



Passos Coelho voltou a brindar os portugueses com a sua "eloquente linguagem" que os mais complacentes considerariam de abusivo uso das figuras de estilo. Para mim é parolice, bacoquice, vernáculo saloio… enfim, não deveria ser linguagem de uma figura de Estado…

"Ainda há quem pense que, depois deste ínterim, o regabofe pode voltar. E que podemos, como era dantes, saciar as elites com dinheiro e o povo com promessas, mesmo aquelas que depois sabem a fel na nossa boca. Muitos pensam que é por aqui que passa o futuro. Enganam-se!" (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de Agosto de 2012).

Claro que se enganam! Não é por aí que passa o futuro! Por aí anseia-se o passado; o passado mais obscuro que Portugal já passou; o passado do obscurantismo, da iliteracia, da mortalidade infantil, das curandeiras e curiosas que tratavam as populações doentes; o passado das vãs promessas, da falta de carácter e da falta de respeito pela equidade e por quem trabalha.

"O tempo dos privilégios acabou. É tempo de quem tem mérito mostrar o que vale." (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de Agosto de 2012).

Se isso fosse verdade, este governo já há muito teria acabado, o Presidente teria resignado e o povo teria escolhido nova gente para o governar – com mérito.

"Temos a ambição de poder vir a renovar o mandato, porque Portugal precisa de mudar, continuamente, para não voltar à cultura da facilidade e do endividamento." (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de Agosto de 2012).

O que é que o Dr. Passos Coelho não percebe quando ele próprio diz que Portugal precisa de mudar? É verdade…! Precisa de mudar…! E, para mudar, não será com os mesmos. A esses, que teimosamente se mantêm, jamais se lhes poderá renovar o mandato. E, que mal cuide em perguntar: foi a cultura da facilidade e do endividamento que deu origem à crise? – Se, como diz, não se preocupa com as eleições é tempo de falar verdade. Basta de tanta hipocrisia!

"Não perco a esperança de que Portugal possa ter uma Constituição melhor." (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de Agosto de 2012).

Eu também não perco esperança idêntica…! Só com uma pequena diferença: Eu quero uma Constituição melhor; não quero a de Passos Coelho. E, como eu, pensa a esmagadora maioria da população portuguesa. O mal de Passos Coelho é que vivemos numa democracia (por enquanto, conceitua ele) – isto é, impera a vontade da maioria. Para tamanha responsabilidade como esta não passamos cheques em branco.

"Supúnhamos que a recessão de 2011 fosse mais forte do que foi. Esperávamos que a recessão em 2012 não fosse tão grave quanto está a ser." (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de Agosto de 2012).

Considero que a isto não se poderá chamar distracção. Isso que PPC desabafou chama-se incompetência!

"No que era importante não falhámos." (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de Agosto de 2012).

Então, o que era importante? Se o País está sobejamente pior…! O importante não deveria ser o País e os próprios portugueses …? Não deveria ser importante preocuparem-se com o bem-estar da população, com a saúde, com o emprego, com a economia, etc.?

Ou será que, para este governo, importante é a Troika e as suas determinações, mesmo que contrárias ao interesse do próprio povo?

Que importa…? Que se lixem as eleições…!

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