Passos Coelho voltou
a brindar os portugueses com a sua "eloquente
linguagem" que os mais complacentes considerariam de abusivo uso
das figuras de estilo. Para mim é parolice, bacoquice, vernáculo saloio…
enfim, não deveria ser linguagem de uma figura de Estado…
"Ainda há quem pense
que, depois deste ínterim, o regabofe
pode voltar. E que podemos, como era dantes, saciar as elites com dinheiro e o
povo com promessas, mesmo aquelas que depois sabem a fel na nossa boca. Muitos pensam que é por aqui que passa o futuro. Enganam-se!" (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de
Agosto de 2012).
Claro que se enganam!
Não é por aí que passa o futuro! Por aí anseia-se o passado; o passado mais
obscuro que Portugal já passou; o passado do obscurantismo, da iliteracia, da
mortalidade infantil, das curandeiras e curiosas que tratavam as populações
doentes; o passado das vãs promessas, da falta de carácter e da falta de
respeito pela equidade e por quem trabalha.
"O tempo dos privilégios acabou. É tempo de quem tem mérito mostrar o que vale." (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de
Agosto de 2012).
Se isso fosse verdade, este governo já há muito teria
acabado, o Presidente teria resignado e o povo teria escolhido nova gente para
o governar – com mérito.
"Temos a ambição de poder vir a renovar o mandato, porque Portugal
precisa de mudar, continuamente, para não voltar à cultura da facilidade e do endividamento." (Passos
Coelho -'festa' do Pontal, 14 de Agosto de 2012).
O que é que o Dr. Passos Coelho não percebe quando ele
próprio diz que Portugal precisa de mudar? É verdade…! Precisa de mudar…! E, para mudar, não será com os mesmos. A esses, que
teimosamente se mantêm, jamais se lhes poderá renovar o mandato. E, que mal
cuide em perguntar: foi a cultura da facilidade e do endividamento que deu
origem à crise? – Se, como diz, não se preocupa com as eleições é tempo de
falar verdade. Basta de tanta hipocrisia!
"Não perco a esperança de que Portugal possa ter uma Constituição
melhor." (Passos Coelho -'festa'
do Pontal, 14 de Agosto de 2012).
Eu também não perco esperança idêntica…! Só com uma pequena
diferença: Eu quero uma Constituição melhor;
não quero a de Passos Coelho. E,
como eu, pensa a esmagadora maioria da população portuguesa. O mal de Passos
Coelho é que vivemos numa democracia (por enquanto, conceitua ele) – isto é,
impera a vontade da maioria. Para tamanha responsabilidade como esta não
passamos cheques em branco.
"Supúnhamos que a recessão de 2011 fosse mais forte do que foi.
Esperávamos que a recessão em 2012 não fosse tão grave quanto está a ser."
(Passos Coelho -'festa' do Pontal,
14 de Agosto de 2012).
Considero que a isto não se poderá chamar distracção. Isso que
PPC desabafou chama-se incompetência!
"No que era importante não falhámos." (Passos Coelho -'festa' do Pontal, 14 de
Agosto de 2012).
Então, o que era importante? Se o País está
sobejamente pior…! O importante não deveria ser o País e os próprios portugueses
…? Não deveria ser importante preocuparem-se com o bem-estar da população, com
a saúde, com o emprego, com a economia, etc.?
Ou será que, para
este governo, importante é a Troika e as suas determinações, mesmo que
contrárias ao interesse do próprio povo?
Que importa…? Que se lixem as eleições…!
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