terça-feira, 29 de novembro de 2011

TEORIA DA DESTRUIÇÃO DA ECONOMIA



Até os incompetentes se poderão tornar geniais. É verdade que não é muito vulgar; ou, pelo menos, não era useiro e vezeiro ver uma pessoa sem quaisquer aptidões valorizar-se de um dia para o outro. Hoje, é possível, com as novas tecnologias e com a manipulação de valores (muitas vezes pouco confessáveis), forjar uma aparência, criar um artista musical, celebrizar um actor de telenovelas, levando a que se vá perdendo referências nas diversas formas de expressão artística.

Penso que situação idêntica se pode observar em áreas e ambientes normalmente mais críticas e responsáveis. É sabido (e quase toda a gente conhece alguém assim) que existem alunos que se vão arrastando – com maior ou menor dificuldade, com maior ou menor cabulice –, num interminável curso académico (superior ou, simplesmente, secundário ou obrigatório). Muitos não acabam e aqueles que terminam, fazem-no com uma dificuldade enorme ou com muita ajuda e apoio externo. De qualquer forma, para estes não é necessário alterar as regras: pode-se fechar os olhos numa ou noutra coisa, dar um empurrãozinho aqui ou acolá, facilitar uma ou outra pergunta; tudo isto por compaixão ou dó.

Porém, há uma coisa que sempre me intrigou. Como é que um aluno acaba um curso de gestão de empresas ou economia (que é a mesma m..da coisa e é imediatamente colocado como dirigente e/ou administrador de uma empresa (mesmo que seja uma empresa de tratamento de m..da resíduos). Não será, certamente, pela média do curso ou pelo número de anos que estudou. Não! Isto só é possível se o aluno tiver uma área, uma cadeira ou uma disciplina em que é mesmo bom. E, como o importante para a entidade empregadora é a área específica em que o aluno é bom, há que contratá-lo. Esta cadeira ou disciplina em que o aluno é bom serviu, sem dúvida, para melhorar a média. Assim já se começa a perceber…

A minha filha, hoje ao jantar, comentava à laia de desabafo:
– …O PM é bom, mas é-o a destruir a economia…!

Esta frase ficou a “martelar-me” na cabeça, o que me levou a concluir:
A pessoa ou pessoas “importantes” que ao longo de tanto tempo deram a mão ao nosso actual PM e que lhe abriram as portas da formação académica tiveram que apostar pelo seguro (até aqui a palavra é ambígua) … Será que criaram uma cadeira específica em que o actual PM pudesse ser realmente bom e, deste modo, permitisse tornar a média académica positiva…?

Quero crer que sim…! E quero acreditar que a cadeira semestral que foi criada terá sido qualquer coisa como – “Teoria da Destruição da Economia” (I, II, III, IV, V, VI ou outo, conforme o semestre a que disser respeito).

Só um especialista nesta matéria poderia dar aval à política de destruição da economia que estamos a assistir…

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

EUROBONDS…? OU NÃO…?


A Europa de “Merkosy” vê-se obrigada a mudar de estratégia, de opinião, de cara, de parceiros, de objectivos e sei lá que mais…


Notícias deste género são faladas nos jornais estrangeiros (aqui, por exemplo), que, em Portugal, pouco se fala dessas coisas contrárias à opção do nosso PM.

Para a semana (talvez) já saberemos qual a posição oficial do Governo… Logo que o casal “Merkosy” se defina, saberemos a posição do nosso PM…

METAMORFOSES


Sou um simples cidadão português que acreditou, em tempos, no respeito pelas pessoas. Acreditei que a humanidade já deveria ter aprendido com os seus erros: – guerras fratricidas com o intuito de assegurar a hegemonia de umas pessoas sobre as outras; tentativa de dominação de maiorias, por minorias exploradoras que pretendiam ter mais do que alguma vez poderiam gastar; subjugação a condições inferiores à de animais domésticos, de semelhantes seus que divergiam somente pela cor da pele, pela opção religiosa ou por serem naturais de uma zona geográfica pouco desenvolvida.

Com o crescer nos anos, fui aprendendo que o sentido da vida das pessoas era, embora diferente, o mesmo para quase todos – a ambição. O que mudava eram as metas dessa mesma ambição. Para uns seria a ambição de se realizarem na sua profissão, vocação, religião; outros, era valorizarem-se nas tarefas, ofícios e quaisquer misteres que se sentissem hábeis; outros, ainda, ambicionavam, a qualquer custo, serem poderosos, ricos e dominadores. Estes últimos foram sempre criticados publicamente, apodados de imorais e de desumanos, embora, convenhamos, eram muitos mais do que aparentemente se poderia pensar. A sua venalidade, porque é cívica e moralmente incorrecta, foi camuflada, ao longo dos tempos, em atitudes, actos e organizações aparentemente inócuas. Uns associaram-se em Organizações normalmente sérias e inocentes para, dentro delas, conspirarem e desenvolverem estratégias de poder pouco confessáveis que, na maior parte das vezes, são desconhecidos da própria Estrutura onde desenvolvem a sua actividade conspirativa; exemplos destes poder-se-ão ver em movimentos religiosos (ex.: Opus Dei), em movimentos cívicos (ex.: algumas obediências maçónicas), em clubes e partidos políticos, etc. De igual modo, há gente desta que se refugia em determinados grupos profissionais como os “Tudólogos” (analistas sabedores de todas as matérias relacionadas com todas as ciências no sentido de valorizarem a pseudo-ciência política). Mas, existe uma classe, ainda pior que a dos “tudólogos” – é a dos “jornalistas venais”.

É sabido e aceite que o jornalismo representa um verdadeiro poder. O poder do jornalista assenta na capacidade e determinação de informar. A informação isenta, desinteressada, honesta, ética e moralmente cautelar torna-se poder porque garante um sério e verdadeiro esclarecimento junto dos povos; porque permite acautelá-los das manobras que os condicionariam, se não houvesse a denúncia de eventuais manobras impróprias; porque, a par da justiça, são o garante da democracia. Porém, se o exercício da função de jornalista for desenvolvido por um “jornalista venal”, não há exercício de poder, mas sim exercício de dominação, conquista e exploração dos seus semelhantes; tornam-se, desta forma, os algozes assalariados dos opressores. Os “jornalistas venais” (que podem ter muitos outros nomes, como “assessor”, “conselheiro político”, “gestor de imagem”, etc.), na ânsia de agradarem aos seus donos, vão devorando tudo por onde passam e todos com quem convivem. Simplesmente não têm critérios, não têm opinião, não usam uniforme – são venais…

Pior do que “jornalista venal,” só “ministro da propaganda”…!

Felizmente, ainda existem jornalistas genuínos – a quem saúdo e presto a minha homenagem –, mas, já quase não há jornalismo em Portugal.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A MORTE ANUNCIADA DE QUEM TRABALHA




"Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros."

[Voltaire (pseudónimo de François-Marie Arouet) – 21/11/1694 - 30/5/1778].


Adaptando a Portugal (238 anos após a morte de Voltaire), poder-se-á dizer:

O Governo de Passos Coelho, apoiado pela Troika, encontrou o segredo de fazer morrer de fome (em Portugal) aqueles que, espoliados dos seus direitos, fazem viver os outros…

Nós, indignados e espoliados, começámos a fazer parte daqueles 99% de pessoas que, no mundo inteiro, estão a ser expulsas das suas casas; são forçadas a escolher entre comprar mantimentos ou pagar renda de casa; estão privadas de cuidados médicos; são, mesmo apesar de tudo, roubadas nos seus salários de miséria; trabalham longas horas por míseros ordenados e sem quaisquer direitos.

Enquanto isto, 1% da população tem tudo – 1% da população possui 99% da riqueza que deveria ser partilhada por todos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Nós estamos num estado comparável à Grécia



“Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e de confusão. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país católico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa – citam-se ao par a Grécia e Portugal.”

Eça de Queirós, in “Farpas” (1872)


Inocentemente poder-se-ia acrescentar: – pelo menos, nós ainda temos um Governo eleito democraticamente (não me façam rir…!).

Caindo na realidade inferiremos: – segundando os desígnios da Grécia, falta pouco para termos um governo nomeado (não democrático), do mesmo modo como foi escolhido o governo da Grécia – Governo de Salvação Nacional.

Se assim for, as vozes murmurantes calar-se-ão nos espasmos da agonia. A besta triunfará… O Capital dominará e gozará a orgia que tem vindo a preparar – a destruição da Humanidade!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

NÃO HÁ FUMO SEM FOGO…


Em alerta de última hora, os noticiários televisivos e o Expresso online noticiam:


De facto, não há fumo sem fogo. O Octoptus comentava e alvitrava uma hipótese, a exemplo dos “golpes de estado” ocorridos na Grécia e na Itália, da nomeação de António Borges para Primeiro-ministro:

“Em Portugal, daqui por umas semanas ou meses, pode muito bem vir a acontecer o mesmo. Perante a fraca liderança de Passos Coelho e a fraca alternativa política de António José Seguro, e com o crescente agravamento da crise financeira portuguesa, pode vir a ser imposto a Portugal um homem de confiança da banca.

Esse homem poderá ser António Borges. Tem todos os requisitos: para além de ter sido vice-governador do Banco de Portugal, é actualmente director do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional e sobretudo foi vice-presidente do Conselho de Administração do Banco Goldman Sachs International em Londres, entre 2000 e 2008.

António Borges é membro do clube de Bilderberg, tendo participado nas reuniões de 1997 e de 2002. Também é membro da Comissão Trilateral.

Curiosamente, ou não, decorreu de 11 a 13 de novembro, a reunião anual da Trilateral para Zona Europeia, em Haia na Holanda.”

“No creo en brujas, pero que las ay las ay…”

QUE MAL CUIDE EM PERGUNTAR…(4)


João Luís Correia Duque é professor, é catedrático, é formador, ensina (ou deveria ensinar), é um especialista de generalidades e é um “Tudólogo” (pelos vistos, é especialista em tudo). Até aí, enfim…!


As perguntas que quero fazer são:

– O que poderá aprender um aluno deste senhor …?

– Será legítimo manter qualificações destas (manifestadas, entre tantas outras coisas, por João Duque no tristemente célebre “Relatório do Grupo de Trabalho para a definição do conceito de serviço público de comunicação social) a leccionar, em Portugal?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

ISTO É QUE SÃO UNS ARTISTAS…!



Portugal também foi vítima das agências de rating” (que Bruxelas pretende agora suprir), considerou, esta terça-feira em Estrasburgo, o comissário europeu responsável pelos serviços financeiros Michel Barnier (ver aqui).

Michel Barnier utiliza o advérbio “também”. Quer isto dizer que, para além das “agências de rating”, houve mais gente que vitimou Portugal.

O Comissário não citou, mas penso que sabe quem foram os algozes internos que levaram o País à dependência externa; e penso que também sabe quais os subterfúgios (mentiras) invocados pelos maldizentes, a quando do chumbo do PEC IV.

Palavras, para quê …? – São artistas portugueses…

Uns, agora, são governo; os outros continuam oposição…

domingo, 13 de novembro de 2011

SONETO QUASE INÉDITO

Recebi, via e-mail, um soneto de José Régio que transcrevo a seguir. Não o conhecia (o próprio título o considera quase inédito…). Todavia, chamo a atenção para o ano da sua escrita – 1969 – Crise Académica, iniciada em Coimbra (17 de Abril).
Em 1969 não havia liberdade de expressão ou de opinião. Hoje, ainda há… Mas, até quando?



Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

JOSÉ RÉGIO, Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ACORDAR PAIXÕES ADORMECIDAS…

José Augusto Rocha[1], num artigo em homenagem à memória de Palma Inácio, escreveu, referindo-se à acusação que a PIDE tinha preparado para incriminar o líder da LUAR poucos dias antes de 25 de Abril, o seguinte: “Toda esta complexa incriminação, trocada por miúdos, significava ‘a tentativa de alteração da Constituição, golpe de Estado e impedimento do exercício das faculdades constitucionais e conjuração ou conspiração para a prática de crime contra a segurança do Estado’”.


Palma Inácio sempre lutou contra aqueles que tinham espoliado o povo do seu mais elementar direito – a Liberdade.

Hoje, somos nós quem tem de lutar contra a prática de crimes contra a segurança popular…!


O regime anterior a Abril de 1974 nunca reconheceu a democracia, nem o parlamentarismo (era um regime de partido único e, mesmo assim, viciava a própria farsa das eleições), que impôs uma constituição à revelia da vontade popular, mas que, ardilosamente, se refugiava nela para combater os potenciais libertadores do povo.
Hoje, assistimos a um fenómeno semelhante; porém, quem quer atropelar a Constituição é o Governo. A Constituição é fruto da democracia e não nos foi imposta – foi Votada. Para a alterar, é necessário uma votação específica, para a qual não basta uma maioria simples, tem de ser uma maioria de dois terços. Na actual Constituição, o povo é a única entidade que é soberana.

Afinal o que está a acontecer…?

– Subvertendo os elementares princípios democráticos, atenta-se contra as disposições constitucionais do respeito pela equidade, do direito à saúde e à educação tendencialmente gratuita, da verdade e do respeito pelas instituições democráticas, da segurança social e do estado de direito.

Quem incorre neste crime…?

– Desta vez não é um homem a lutar pelos direitos do seu povo, pela liberdade… e pela igualdade de direitos e obrigações. Não! Desta vez é o próprio Governo ultra-liberal a destruir a democracia e a atentar contra a Constituição da República Portuguesa.

As paixões estão adormecidas – não morreram.

Por este andar, é bem provável vermos, em breve, cartazes como este:




[1] Entre muitas outras coisas, conta-se a participação em numerosos julgamentos no Tribunal Plenário Criminal de Lisboa, onde defendeu vários presos políticos, nomeadamente, Victor Ramalho, Francisco Canais Rocha, João Pulido Valente, António Peres, Diana Andringa, Fernando Rosas, Maria José Morgado, José Mário Costa, Paula Rocha, Isabel Patrocínio Saldanha Sanches.

Mudam-se os tempos... A malta da nossa geração compreende.


Posso não concordar com tudo o que é narrado no e-mail recebido e que a seguir transcrevo, ou pelo menos, com uma ou outra situação mais hiperbolizada; mas tenho de anuir que, hoje em dia, há situações deveras caricatas.


Obrigado, Celeste!


Divirtam-se. :-)

Situação: O fim das férias.
Ano 1978: Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar.
Ano 2010: Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira.
Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.
Ano 1978: Não se passa nada.
Ano 2010: As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.
Ano 1978: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2010: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1978: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2010: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, o Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1978: Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2010: Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1978: O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2010: Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.
Ano 1978: Passado pouco tempo, o Zezinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2010: A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zezinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.
Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.
Ano 1978: Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.
Ano 2010: A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeio disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação: Fazias uma asneira na sala de aula.
Ano 1978: O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2010: Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.

Celeste

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PILARES DO PODER TOTALITÁRIO

É preciso estar atento aos fenómenos históricos que teimam em se repetir; principalmente se esses fenómenos se apoiam na boa-fé, nas crenças, nas expectativas e na ilusão dos povos. Estas manifestações são, normalmente, acompanhadas pela tomada do controlo dos órgãos de comunicação social – são os pilares que suportam as ditaduras.



Sem Joseph Goebbels – uma das personagens mais sinistras da Europa do século passado –, Hitler não teria conseguido ir tão longe…

Figura-chave do regime nazi, foi Ministro do Povo, da Alegria e da Propaganda de Adolf Hitler (Propagandaminister), onde exerceu um severo controlo sobre as instituições educativas e os meios de comunicação.

Goebbels fez tudo o que estava ao seu alcance na preparação do povo alemão para um conflito militar em larga escala. Aumentou o seu poder e influência através de alianças e constante deslocação dos dirigentes nazis; uns por conveniência pessoal, outros pela necessidade de os punir ou afastar dos centros de decisão, sem que o povo se apercebesse das verdadeiras razões. Era necessário fazer uma coisa, parecendo outra… O livre-arbítrio camuflado!

Em finais de 1943, a guerra estava a virar-se contra os poderes do Eixo; todavia, isso só contribuiu para que Goebbels intensificasse a sua propaganda, exortando os alemães a aceitar a ideia de guerra total, enaltecendo os ideais de “patriotismo”.

Goebels foi um dos pilares do Nazismo e do Terror na Europa.

OS ROSTOS DA EUROPA




As pessoas começaram a vê-los juntos. Foram-se habituando a que, quando ouviam um, escutavam de imediato a réplica do outro. De insinuação em insinuação, começaram a ser vistos como interessados na problemática dos acontecimentos onde intervinham. A partir de determinada altura, começaram a ser ouvidos, pois eram os únicos que podiam fazer-se escutar. Apesar de internamente contestados, eram vistos, fora, como responsáveis. Hoje, já começam a ser contraditados, mas a posição dos opositores não é ouvida. Criaram uma coligação e um poder virtuais que é tacitamente aceite por todos. Presentemente, já ditam leis (algumas inexistentes, outras condicionadas a realidades inverosímeis) com o intuito de serem seguidos pelos aparentemente mais pragmáticos ou frios.

É verdade…! Refiro-me à senhora Angela Merkel e ao senhor Nicolas Sarkozy.

O mesmo poderia ser dito relativamente ao nosso governo, concretamente nas pessoas de Miguel Relvas, Passos Coelho e Vítor Gaspar. A diferença reside somente nas motivações: Os primeiros querem fazer uma Europa só de ricos, poderosos, eleitos… – uma nova maneira de ser arianos (?); estes últimos só não querem ser esquecidos (como bons alunos cumpridores) na espectativa de virem a ser os capatazes das vítimas a explorar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

SOCIALITE OU SOCIALISTA


Este título também poderia ser: Socialite ou socialista, o dilema numa abstenção violenta.

António José Seguro diz que “há margem para o Governo cortar apenas um subsídio”.

A 1ª grande mentira

Será que este “socialite” – que de socialista nada tem – ainda não percebeu aquilo que se está a passar em Portugal…? Ou, quando diz que irá fazer uma “abstenção violenta” se quer referir à violência com que destrói as ideologias, a legalidade constitucional… e o próprio povo?

Estou farto de aturar políticos que fizeram a sua aprendizagem ainda de calções (mas querendo parecer homens crescidos), a fazerem pichagens daquilo que lhes ordenavam; a maior parte das vezes sem saberem o que era, para que era ou a que servia aquilo que executavam – cumpriam ordens dos mais velhos, sem saberem porquê –, mas julgavam-se importantes.

Certamente, nenhum deles saberá – e muito menos, sentirá – o que foi lutar pela igualdade e pela equidade.

O socialismo democrático, a social-democracia, a democracia cristã ou a simples democracia são realidades bastante diferentes entre si, mas suficientemente próximas para rejeitarem arbitrariedades e desrespeitos da nossa Constituição.

Foi preciso que dois “companheiros de oposição”, quando eram líderes juvenis, crescessem (somente em idade) para provocarem tamanho descalabro, sendo liderados por uma eminência parda que os controla de forma aparentemente apagada ou discreta, mas sobejamente eficiente.

Voltando a António José Seguro, quero somente esclarecê-lo (ou alguém que o faça por mim, porque não conseguiria estar perto do ar que ele respira) que o problema não é haver margem para cortar somente um subsídio; o problema é quererem cortar qualquer subsídio, pois é ilegítimo, inconstitucional e, principalmente é antissocialista – contribui para a desigualdade das pessoas. Não respeita a equidade, como agora se diz.

domingo, 6 de novembro de 2011

QUE VIOLÊNCIA…!


Abstenção do PS vai ser violenta, mas construtiva", garante António José Seguro…

Isto agora já é a sério. Até parece George Bush quando ameaçava parar de respirar…
São táticas… Pelo menos não utiliza lugares comuns, como dizer “Não me agarrem, senão… nem sei o que faço”…

Há políticos tão ridículos…!

O pior é que são esses quem normalmente põem em risco a humanidade.

De qualquer modo, o que quer dizer abstenção violenta?

Deve ser qualquer coisa como “cão que ladra não morde”!

Cultura pós 5 de Junho (2)

Não posso ignorar as espectativas que muita gente ligada à “cultura” depositou sobre Francisco José Viegas. Foram iludidas; eu, felizmente, não o fui, mas não adianta nada…
Esta é a realidade da Companhia Nacional de Bailado e da Cultura em Portugal!
Como podemos mudar esta realidade…?
Penso que, depois de lermos o post anterior, poderíamos sugerir qualquer coisa como a venda das obras de arte de Duarte Lima e reverter o lucro para apoio à cultura. Arte, com arte se paga…

 Bailado da Liberdade

Comunicado da Comissão de trabalhadores representando os artistas e restantes colaboradores da CNB

“A Comissão de Trabalhadores da CNB saúda o Público na apresentação de ‘Du Don De Soi’, desejando que desfrutem deste espectáculo.
Esta obra é interpretada por um dos corpos artísticos do OPART, a Companhia Nacional de Bailado e estão igualmente no espírito desta mensagem todos os trabalhadores do Teatro São Carlos. Por detrás deste trabalho está ainda todo um aparelho invisível, mas indispensável, de técnicos e administrativos. Em cada um destes sectores, as pessoas têm mantido um empenho e criatividade indefectíveis, apesar de anos de progressiva desorçamentação.
Neste momento as pessoas que fazem o Teatro São Carlos e a CNB enfrentam uma nova realidade:
- O orçamento do OPART para 2012, mais uma vez reduzido, pela primeira vez na sua história, para um valor que é efectivamente inferior aos custos fixos de funcionamento, deixa assim de existir qualquer verba para produção.
Note-se que o valor destes custos fixos já é na CNB e Teatro São Carlos muito inferior à média europeia, e nomeadamente ao praticado nos teatros que nos são mais próximos.
Este corte é aplicado cegamente a um organismo que, apenas por simples e arbitrária decisão administrativa, partilha do estatuto legal de EPE. Rigorosamente mais nada da sua natureza assemelha o OPART às outras EPEs: Com necessidades de planeamento e funcionamento muito específicas, o OPART é diferente também na escala comparativamente reduzida das verbas que movimenta e, sobretudo, na sua condição histórica de membro de um mercado desde sempre globalizado.
Permitir o funcionamento do aparelho sem permitir que cumpra a sua razão de ser é uma forma de asfixia por absurdo.
Perante esta situação excepcional, está neste momento em curso uma urgente reflexão interna. A única maneira de encontrar algum dinheiro para produções parece ser, neste momento, retirá-lo às remunerações dos trabalhadores. Sob a forma de reduções que irão agravar as severas medidas gerais de austeridade, ou num cenário impensável de lay-off, os trabalhadores da CNB e Teatro São Carlos seriam assim os mecenas do seu próprio trabalho.
A vocação da CNB e do Teatro São Carlos identifica-se completamente na dedicação e talento das pessoas que lá trabalham. Os dias e anos de preparação e aperfeiçoamento, o saber adquirido e o esforço feito na superação das circunstâncias são assim frustrados, num desperdício de capacidades sem precedentes.
Cremos que esta será uma situação inédita e só muito dificilmente sustentável.
Apelamos a que a tutela volte a examinar a história das reduções de custo na CNB e Teatro nacional de São Carlos, e que reavalie o sentido de mais este corte num organismo que está já reduzido à sua dimensão essencial, ficando assim impedido de funcionar.”

A cultura pós 5 de Junho




Enviado por e-mail:

...e por falar em Cultura...
- gostei imenso do título do “Correio da Manhã”, de 31/10: "BPN emprestou 6,8 milhões a Duarte Lima para comprar obras de arte".
- eh ! eh ! ...provavelmente por isso, por já não haver mecenas deste quilate, na esfera do PSD, é que agora só temos Secretaria de Estado da Cultura, e não Ministério... !!!

Fernando Pimenta

sábado, 5 de novembro de 2011

Arte, cultura ou… economia…?


Recebido por e-mail

(...) ministro “não sei quê” Relvas foi a Madrid, à cerimónia da entrega da bota de ouro ao Ronaldo. Boa !!! define a classe destes “rapazinhos” que nos governam agora: para o pontapé-na-bola, agora, vai o Ministro – antes, ia o Secretário de Estado (dos desportos); na Cultura (dança, teatro, artes e letras...): antes, tínhamos um Ministério; agora temos uma Secretaria de Estado (...) que nem sequer tem assento em reuniões do Conselho de Ministros... Muito Boa !!! ... continuem assim… vão no bom caminho!!!

Fernando Pimenta

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PARAÍSOS FISCAIS



Apanhei um susto…! Só recuperei quando li que unicamente serão banidos da comunidade internacional os países cujos “Paraísos Fiscais” constem de uma lista que vai ser publicada.

Ah…! Bem…! Os “paraísos fiscais” que interessem aos redactores da lista não farão parte dela…

Ocorre-me uma dúvida “angustiante”: Será que o Centro Internacional de Negócios da Madeira (eufemismo utilizado no mercado internacional para suavizar a carga negativa associada a Zona Franca da Madeira) também fará parte dessa lista…?

Penso que não, isto é, tenho a certeza de que não fará parte dessa lista…
1º Porque “gigantes” como a PepsiCo, Dell, Swatch, British Tobacco e muitas outras se servem deste Centro Internacional de Negócios da Madeira;
2º Porque o nosso governo tem sido um bom aluno, desviou as atenções do despesismo exagerado da Madeira e tem respondido “à voz dos donos”…;
3º Pouca gente (quase ninguém) fala dos 900 milhões de euros perdidos pela Madeira devido a exportações fictícias que inflacionaram artificialmente o PIB[1].



[1] MARTINS, João Pedro – SUITE 605 – AENL; Outubro de 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dinheiro e dignidade



A Troika veio fazer experiências para Portugal (por exemplo, testar a redução das TSU aumentando o IVA, como medida para valorizar a economia, vejam lá…), mas continua a não aprender com os erros; mesmo assim, cobra-nos, a título de “comissões” pelos empréstimos, a módica quantia de 665 milhões de euros. Julgava que o pagamento de um empréstimo se processaria através das amortizações acrescidas dos juros do capital respectivo.
Se enviam pessoas para aprender no “laboratório” (Portugal), em vez de receberem, deveriam pagar.
Não percebo nada disto. Podem roubar-nos, mas não nos compram, pois o dinheiro não compra tudo.


O dinheiro pode:

comprar uma cama – mas não o sono;
comprar um relógio – mas não o tempo;
comprar um livro – mas não o conhecimento;
comprar um título – mas não o respeito;
comprar medicamentos – mas não a saúde;
comprar sangue – mas não a vida;
comprar sexo – mas não o amor;
comprar uma casa – mas não um lar;
comprar pessoas – mas não amigos;
comprar divertimentos – mas não a felicidade;
comprar um governo – mas nunca a dignidade do povo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Parabéns, meu irmão…!


Domingos, meu irmão mais velho, fazes hoje, 2 de Novembro, anos. Estamos longe, mas, diária e continuamente, falamos, trocamos opiniões, analisamos a desgraça do nosso quotidiano, carpimos a mágoa de termos contribuído para a instauração da democracia que, infelizmente, pariu governantes como os actuais.

Meu irmão, soubéssemos nós o que estes aprendizes de políticos iriam fazer no futuro (que é agora), certamente nenhum de nós se teria “reformado”…

Todavia, quero mostrar-te uma réstia de luz: – Ainda não há donos absolutos da democracia…!

Uns querem comprar democracias – como a Grécia, Portugal, Irlanda, etc. (ou a sua subjugação); outros, vender novas ou reformuladas democracias – como, por exemplo, ao Egipto, à Argélia, à Líbia, etc. (para beneficiarem das suas riquezas); outros, ainda, não vendem nem compram – regulam-nas – como é o caso da Palestina sob a regulação americana e israelita.

O que te quero oferecer hoje, dia do teu 67º aniversário, é o exemplo da Grécia: Podem roubá-la, espoliá-la de todos os seus bens, transformá-la num banquete de abutres agiotas, mas não lhe roubaram, ainda, a dignidade – Numa democracia o povo é quem mais ordena…!

É uma prenda simbólica, mas é transmitida com amor. Bem hajas, meu irmão! Mais uma vez, parabéns…!