quinta-feira, 25 de abril de 2013

Regressão de Abril de 1974






Depois da análise retrógrada do economista investido em presidente, no discurso comemorativo do 39º aniversário da Revolução dos Cravos, começaram a martelar na minha cabeça as reminiscências de um passado que julgava já perdido e esquecido: “Sem hesitações, sem queixumes, naturalmente como quem vive a vida, os homens marcham para climas inóspitos e terras distantes a cumprir o seu dever. Dever que lhes é ditado pelo coração e pelo fim da Fé e do Patriotismo que os ilumina. Diante desta missão, eu entendo mesmo que não devemos chorar os mortos. Ou melhor. Havemos de chorar os mortos se os vivos os não merecerem” (presidente do conselho de ministros do estado novo – Salazar).

Deste modo, e apesar de tudo, mandava os nossos jovens para a morte, sem motivo, sem nexo, desrespeitando a liberdade dos povos, ficando cego, surdo e mudo (orgulhosamente só) ao mundo que o rodeava.

Trinta e nove anos depois da última noite de ditadura e na comemoração do dia que permitiu instituir a democracia, voltei a ouvir sussurros do passado: “Se se persistir numa visão imediatista, se prevalecer uma lógica de crispação política em torno de questões que pouco dizem aos Portugueses, de nada valerá ganhar ou perder eleições, de nada valerá integrar o Governo ou estar na Oposição” (Cavaco Silva). (sublinhado nosso)

Isto é, que se lixem as eleições…!

Mas, mais adiante (no seu discurso), reza: […] “pelo que, no plano político, é imperioso preservar a capacidade de gerar consensos em torno do caminho a seguir para alcançar os grandes objetivos nacionais”.

Pretenderá, com isto, afirmar que devemos concordar com as imposições de uma minoria, mesmo que esta minoria (porque só representa uma ínfima parte dos portugueses; a generalidade dos que lhes deram a maioria parlamentar já não estão com eles…) só tenha cometido erros, desrespeitado a Constituição da República Portuguesa, iludido o seu próprio eleitorado e continuando, persistentemente, a enganar o povo português…?

Então, se é de facto assim, temo pela minha liberdade e que os meus temores não são infundados.

A última coisa que (neste momento) ainda nos resta é a liberdade. Receio, pois, que muito em breve a possamos perder…

É tempo de reagir para impedir que entremos noutros 48 anos…


Até nisto a história teima em se repetir: Salazar começou como ministro das finanças.





sexta-feira, 12 de abril de 2013

ERUDIÇÃO – DOUTORES E ACADÉMICOS





Podem até ser Doutores; serem uns Académicos muito eruditos; demonstrarem enorme conhecimento na área das suas especialidades dentro das Universidades. Poderão até ter uma vasta experiência “académica”…

Mas… da realidade, da luta pela sobrevivência que o povo tem vindo a fazer, do conhecimento da própria vida, das soluções que o País precisa – nada sabem.

Bastar-lhes-ia olharem para o lado, por de cima dos ombros do séquito policial que os cerca e os protege daqueles que os elegeram – mas a quem aldrabaram –, para terem uma visão aproximada da realidade.

Ou, como analisa Estrela Serrano (em “Vai e Vem”), relativamente à “remodelação ministerial”:

Não estão em causa as pessoas escolhidas para substituir Relvas, aliás, insubstituível no papel de “sombra” de Passos Coelho, seu criador, amigo e protector, como aliás se gabou no discurso de demissão. Marques Guedes possui indiscutível experiência política, seria natural que a promoção a ministro lhe assegurasse a tão falada “coordenação política” do governo. Mas não foi assim.

Poiares Maduro, académico de méritos reconhecidos em assuntos europeus, porém sem experiência política conhecida, fica com a coordenação política do governo. Imagina-se um académico a coordenar e mediar as “velhas” raposas políticas do PSD e do CDS no governo e no Parlamento, não falando já da eminência parda do governo, Paulo Portas, o político por excelência”.

Oh, valha-me Deus!

Continuamos na mesma – só mudam as moscas…!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O ESTADO NOVO COMEÇOU ASSIM…





Nem Salazar, enquanto ministro das finanças, foi tão arrojado.

Se os ministérios já cheiravam mal, agora sem poderem comprar papel higiénico, lixívia para os urinóis e demais limpezas, sabão para as ablações, etc., o que não será de hoje em diante…?

Depois deste “documento ultra vingativo” (elaborado em retaliação ao Tribunal Constitucional), que será de nós, cobaias de Gaspar e da Troika…?

Que mais nos esperará…?

sábado, 6 de abril de 2013

SOLIDARIEDADE ENTRE OS POVOS



A credibilidade do povo português assenta nos seus “pares” internacionais – os povos e trabalhadores de todos os países. Veja-se na notícia do El País, onde se pode ler que o maior sindicato da função pública de Espanha celebra a sentença do tribunal português

Apesar de:
- Na Grécia terem tentado (e conseguiram) destruir a esperança do povo;

- No Chipre, terem cavalgado a Constituição para roubarem as poupanças depositadas nos Bancos…

- Em Portugal, o Governo ter tentado, de todas as maneiras possíveis, alterar a constituição, despudoradamente, contra a vontade do povo – e sem mandato para tal…

Não há mudanças perenes sem o contributo do povo; em democracia, as alterações são feitas por vontade expressa do Povo – através das eleições.

Todavia, já começamos a sentir o estertor do Neoliberalismo asfixiante e demolidor, através das suas contradições, da sua desorientação, dos seus conflitos internos…

Ao aproximarmo-nos do dia 25 de Abril, podemos, com muito maior sentimento e convicção, relembrar que “O povo unido jamais será vencido!”

quinta-feira, 4 de abril de 2013

QUE GRANDE SUSTO…!


 Isto é impulso...?


Miguel Relvas, interpretando o regresso de José Sócrates, por altura da Páscoa, como sendo o de um ressuscitado, não se aguentou – fugiu, dias depois…!

Os erros, as faltas cometidas e as mentiras foram tantas que se aterrorizou, julgando que não teria remissão possível e o castigo estaria iminente.

De tanto ouvir “cá se fazem, cá se pagam”, julgou ter chegado o momento do ajuste de contas e horrorizou-se com a dimensão do castigo que avaliava ser merecedor – e isto seria demais, motivado pela ausência de “condições anímicas para continuar”. É mesmo um “estado de alma…!

– Temos pena…!

Já agora, peço-lhe, senhor Dr. Relvas (ou Sr. Relvas, tanto faz), leve consigo todos os seus actuais colegas, conjuntamente com o seu Chefe – o PM/PPC; mas, por favor, não demore os três anos que demorou a instalar o actual PM no poder (para vós, o “acesso ao pote”), pois esta tarefa é muito mais fácil do que a conquista do poder. Quaisquer quinze diazitos deverão ser os suficientes para os convencer a saírem das suas zonas de conforto e emigrarem”…

Use o seu “corriqueiro parlapié”, que os convence; não digo para usar o seu discurso habitual porque isto, com eles, “não gruda” – não estão acostumados…!

– Temos pena…!

– Boa viagem…!

– Escusa de regressar…!