sexta-feira, 27 de abril de 2012

CADPP



Fiz luto pelo Miguel…!


Voltando à vida (miserável, a que os portugueses estão condenados…) quero divulgar algo a que temos todos de estar conscientes – chama-se CADPP e organiza, hoje pelas 20:30h um debate público.






Quem puder, não falte.




terça-feira, 24 de abril de 2012

QUANTO GANHAMOS…?




Ganhamos menos de metade do que a média dos europeus.

O custo médio da hora de trabalho em Portugal, em 2011, era sensivelmente de € 12,10. Comparado com o valor da hora de trabalho paga na restante Zona Euro – € 27,60é escandaloso…!

Os países com a melhor média são: a Bélgica com € 39,30/hora; a Suécia com € 39,10/hora e a Dinamarca com € 38,60/hora.

Diz o Eurostat que o custo por hora de trabalho aumentou € 0,60 na União Europeia e € 0,70 na Zona Euro, em 2011; a excepção é para Portugal cujo crescimento ficou-se abaixo de € 0,10.

A Alemanha, por exemplo, beneficia com os negócios com a China: exporta para lá automóveis de luxo (BMW, VW), cada vez mais procurados pelos chineses. Em contrapartida, os portugueses têm de reduzir os custos dos têxteis (incluindo a mão-de-obra) para poder competir com os preços praticados pelos chineses (custos de esclavagistas), sem que a Europa (a Sr.ª Merkel) se preocupe em proteger o mercado. Todavia, se fosse para vender submarinos (como o fez com Portugal e com a Grécia) já se preocuparia; embora sem a intenção de cumprir com as contrapartidas oferecidas.

Estamos condenados a competir com países cuja mão-de-obra é esclavagista (como a China) ou que explora a mão-de-obra das crianças (como a Índia e o Paquistão).

Infelizmente, esta é a Europa que o nosso Governo venera, desrespeitando a dignidade do nosso povo.

Portugal tem de ser considerado um par entre iguais, na Europa – princípio preconizado pelos diversos Tratados Europeus, defendido pelos anteriores Governos portugueses (exceptuando este último, que é uma vergonha).

O 25 de Abril de 1974 foi um exemplo, para o mundo, da capacidade deste povo.

É tempo de restaurarmos os ideais do 25 de Abril…!

domingo, 22 de abril de 2012

IDENTIDADES



Luís Filipe Menezes, Presidente da Câmara Municipal de Gaia, em entrevista ao DN, confessa: – "o desafio do Porto é um grande desafio e numa lógica de militância cívica, como cidadão, interessar-me-ei sempre por esse combate".


Não percebi. Não percebo o que quer dizer com essa afirmação. Mas, como ele diz que se "revê na personalidade de Pedro Passos Coelho", naturalmente não quer dizer nada de especial; aquilo que quer dizer hoje, nada tem a ver com o amanhã; o que hoje é promessa, amanhã é incumprimento…

Será desta forma que LFM se revê em PPC…?

Não sei e acho que nunca iremos saber…?

AGENDAS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL





Ontem, dia 21 de Abril, li no El País que "Cae el Gobierno holandés al perder el apoyo de la extrema derecha", "El primer ministro, Mark Rutte, informa a la reina Beatriz y se verá obligado a convocar elecciones" e que a "Holanda lleva dos años en recesión", entre muito mais a que os nossos jornais não se referem.

Será por medo de que os governos de direita sejam desmascarados e possam perigar a manutenção do nosso… no poleiro ou no assalto ao pote…? Que a queda dos governos de direita sofra o efeito dominó e sejam todos arrastados para o descrédito, mostrando o seu verdadeiro rosto…?

Este receio, descaramento ou desfaçatez é tanto que até Bernardo pires de Lima, no DN, escreveu "Hollande, o favorito de Merkel"



Não quero conflituar muito; mas não acham que as agendas dos nossos órgãos de comunicação social andam um bocado às avessas, não cumprindo o que ética e deontologicamente deveriam fazer…?

Há qualquer coisa que vai mal na nossa terra:

- Os comentadores políticos das rádios, televisões e jornais são (ou foram) eminentes quadros e responsáveis partidários, em vez de serem jornalistas seniores e especializados…
- A investigação noticiosa que deveria ser feita limita-se à procura na internet e na transcrição dos comunicados (pseudo)oficiais dos órgãos visados…
- O boato é a forma mais insidiosa de fazer informação, mesmo que estejam preparados para, posteriormente, fazerem um desmentido – mas o mal já está feito e a propagação da mentira, também…

Basta!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

LIBERDADE E RESPONSABILIDADE



Cada vez mais, tenho orgulho nos meus três filhos.

Poder-se-á dizer que o comportamento deles se deve à educação que eu e a mãe lhes demos. Naturalmente, uma quota-parte estará relacionada com essa educação; mas há algo mais neles que nos conduzem a esse reconhecimento – as suas capacidades de independência, liberdade, responsabilidade e respeito pelos outros.

Desde que eram pequenos, sempre debatemos (e, muitas das vezes, bastante acesamente) as ideias e trocámos opiniões; a nossa posição, enquanto pais e educadores, foi a de estimular as convicções próprias de cada um deles, confrontando-os com outras formas de pensamento, levando-os a fundamentarem as suas próprias convicções e a respeitarem as opiniões dos outros (mesmo que adversas), desde que houvesse uma fundamentação racional – a tornarem-se responsáveis.

Cresceram em liberdade e responsabilidade.

Hoje, sei que posso confiar na maior parte dos seus conselhos; mais – posso confiar em todos os seus conselhos, pois sei que o fazem com responsabilidade, com respeito e, principalmente, com amor.

Hoje, eu e a mãe temos a certeza que os nossos três filhos são livres e responsáveis. Têm opinião própria – pensam pelas suas próprias cabeças.

Obrigado, filhos! Temos orgulho em vós!

E é por acreditar no que escrevo que sinto uma tristeza tão grande pelos pais dos nossos governantes. Quão mal se sentirão eles ao contemplarem o grau de responsabilidade demonstrado pelos seus filhos…?

É triste, mas, apesar de tudo, não responsabilizo os pais; responsabilizo somente os filhos cuja ganância e sede de poder os levou ao triste espectáculo que nos estão a dar.

É necessário que tenham e demonstrem ter opinião própria. Que aquilo que dizem hoje seja fruto de ponderação, responsabilidade e em liberdade para que, como já é hábito e vulgar, não reafirmem, no dia seguinte, o seu oposto. Pior…! Fazem-no com tal irresponsabilidade que nem parece perceberem de que está em jogo a vida de mais de 10 milhões de portugueses.

A título de exemplo vejam-se as declarações do ministro Vitor Gaspar na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington: "que Portugal oferece “uma lição de moral” a todos aqueles que defendem o aumento da despesa pública para estimular a economia. Foram as “políticas fiscais expansionistas” do anterior governo socialista de José Sócrates que conduziram o país a um défice orçamental “insustentável” que desencadeou uma crise e o pedido de ajuda financeira a entidades internacionais, disse Gaspar num debate no âmbito dos encontros bianuais do FMI e Banco Mundial" (Público).

É Preciso descaramento…!

Afinal foi o governo de José Sócrates que desencadeou a crise mundial e, em particular, a europeia…? – Não sabia…!


sábado, 14 de abril de 2012

A TESTEMUNHA DISSE NÃO!




A notícia do Público (ver aqui): questionada pelo Presidente do Colectivo de Juízes sobre se a verba pedida teria ido para algum membro do Governo, a testemunha disse que não.

Quem tiver o contacto do director do Correio da Manhã, por favor, informe-o…

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A CULPA



Recebi estes versos por e-mail. Como não estavam assinados, não sei se os versos foram escritos por quem mos enviou ou, simplesmente, se limitou a reenviá-los, esquecendo-se ou desconhecendo o seu autor; todavia, dada a relevância e o sentido de oportunidade, não resisti a publicá-los.


"A Culpa
A culpa é do pólen dos pinheiros
Dos juízes, padres e mineiros
Dos turistas que vagueiam nas ruas
Das 'strippers' que nunca se põem nuas
Da encefalopatia espongiforme bovina
Do Júlio de Matos, do João e da Catarina
A culpa é dos frangos que têm HN1
E dos pobres que já não têm nenhum
A culpa é das prostitutas que não pagam impostos
Que deviam ser pagos também pelos mortos
A culpa é dos reformados e desempregados
Cambada de malandros feios, excomungados,
A culpa é dos que têm uma vida sã
E da ociosa Eva que comeu a maçã.
A culpa é do Eusébio, que já não joga a bola,
E daqueles que não batem bem da tola.
A culpa é dos putos da casa Pia
Que mentem de noite e de dia.
A culpa é dos traidores que emigram
E dos patriotas que ficam e mendigam.
A culpa é do Partido Social Democrata
E de todos aqueles que usam gravata.
A culpa é do BE, do CDS, do PS e do PCP
E dos que não querem o TGV
A culpa até pode ser do urso que hiberna
Mas não será nunca de quem governa."

CORRUPÇÃO NOS SUBMARINOS…


Isto foi na Grécia. Não confundamos…


AUSTERIDADE SERÁ DESTRUIÇÃO…?


Quando a razão falta, impera a força.

Julgo que o País, apesar de tudo, ainda é dos portugueses. Quem se julgam estes senhores da ARS – os donos do País…?

Será que "ralharam" também com o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa…?

Já não bastavam as arbitrariedades democráticas dos nossos governantes… Agora, até um qualquer organismo público (ARS) coarcta as liberdades… e, mais, impede o exercício da actividade da autoridade administrativa de um Concelho – o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (veja a notícia).


terça-feira, 10 de abril de 2012

A ECONOMIA EM PORTUGAL



A economia em Portugal continua a degradar-se…

A afirmação da OCDE não é a de "a economia em Portugal está…?"

Não…! Não é…

O que a OCDE diz é que a economia em Portugal continua a degradar-se…

– Será incompetência deste governo?

– Não! Não é…

– Será incapacidade motivada por animosidades dos países decisores, na Europa…?

– Não! Não é…! Os países decisores até consideram este governo como o "bom aluno", neste laboratório em que as cobaias são os portugueses

– Então porque será que a economia portuguesa continua a deteriorar-se…?

– A resposta é simples: para garantirem o futuro…!

– O futuro do País…?

– Não! Não sejam idiotas…!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

COMPETIÇÕES…!



Sou adepto de um clube de Futebol. Quer ele perca, quer ganhe, a minha simpatia, a minha afeição e a minha dedicação mantém-se. Posso criticar as escolhas do treinador, a forma de jogar de um qualquer jogador, mas, à parte isso, a minha paixão mantém-se; mais, dificilmente aceito críticas de adeptos de outros clubes. Festejo, quando ganha; tento justificar as derrotas, quando estas acontecem. A isto tudo chamo paixão clubística.

Esta relação que tenho com o meu clube de Futebol é exclusiva do futebol (eventualmente de um outro desporto qualquer); ou, melhor, é exclusiva da afinidade com a associação clubística, que se confronta tão-só com os resultados alcançados nas diversas competições em que participa.

Tal como eu, muita gente pensa e age assim.

Grave é quando se confundem partidos políticos e a própria equipa governamental com clubes de Futebol.

Os partidos políticos, através dos seus programas e da sua própria ideologia agregam, em determinados momentos, cidadãos: uns aderem às suas linhas ideológicas e filiam-se; outos, não se filiando, simpatizam com as linhas programáticas e, através do voto, expressam a sua opção para que estes partidos os representem em determinado momento.

Não o fazem para que os partidos compitam num hipotético torneio, mas para que os representem, garantindo o cumprimento das linhas programáticas apresentadas; são os programas políticos que garantem os votos aos partidos (não são os pontos conquistados na competição).

Os governos que, em democracia, são fruto de uma votação sustentada nas promessas de fazerem cumprir os programas apresentados, têm a sua expressão no resultado dos votos; isto é:

1 - se a maioria dos votos em determinado partido for superior ao somatório de todos os outros, teremos um governo de maioria absoluta;
2 - se a maioria dos votos não for superior ao somatório de todos os outros, teremos um governo de maioria relativa;
3 - se duas, ou mais, forças políticas se coligarem no intuito de transformarem uma maioria relativa em maioria absoluta (principalmente se este facto acontecer depois das eleições) é o desvirtuamento da vontade dos eleitores;
4 - mas, se essas forças coligadas esquecerem as promessas dos seus programas eleitorais e não cumprirem com o prometido, no mínimo, é traição e abuso de confiança

Os governantes que governam apoiados no vil embuste e no incumprimento permanente dos seus programas só o conseguem fazer porque a reacção dos eleitores é semelhante à dos adeptos dos clubes de futebol.

Pior, os representantes desse povo eleitor de boa-fé – os deputados –, no parlamento comportam-se como claques organizadas.

Acho que já é tempo das pessoas despertarem para a realidade. As reacções e os comportamentos políticos não devem ser semelhantes às do futebol. No futebol reagimos com paixão e condescendemos com o nosso clube, defendendo-o, a todo o custo, de terceiros.

Na política, o nosso clube é o povo. Se os mandatados para o gerir não cumprirem ou se nos enganarem… só há uma solução – cartão vermelho.

Em política e, principalmente, na governação de um País não há "clubites"; há vidas humanas e herança cultural que não se pode destruir, custe o que custar…!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

ACORDO ORTOGRÁFICO



Versão anterior ao acordo
Versão Acordo Ortográfico
– O cágado está de facto na praia.
– O cagado está de fato na praia.

É normal e compreensível que uma criança (ou um adulto com baixa alfabetização) tenha dificuldade em fazer a destrinça na leitura (e na escrita) entre cagado e cágado; mas quanto ao resto…

Interpretem o quadro…

Agora expliquem a diferença às crianças...

Será fruto da iliteracia o facto de não conseguirem explicar…?

Não sei...!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

ILITERACIA


O termo iliteracia provém do termo Inglês "illiteracy" e, de certa forma, é a falta de capacidade de perceber e interpretar o que está escrito. O significado é diferente de analfabetismo. O analfabeto é aquele que não possui a habilidade de compreender o código da língua.

Segundo Kirsch, Jungeblut, Jenkins e Kolstad (Adult Literacy in America: a First Look at the Results of the National Adult Literacy Survey, Washington, National Center for Education Statistics - 1993), literacia é a "capacidade de utilizar informação escrita e impressa para responder às necessidades da vida em sociedade, para alcançar objectivos pessoais e para desenvolver os conhecimentos e os potenciais próprios".

Em 1979, Lyman (em "Literacy education as library community services" - 1979) define literacia como “a habilidade de compreender matérias, ler criticamente, usar materiais complexos e aprender por si mesmo”.

Em Portugal, a introdução e vulgarização do conceito na esfera pública remonta a meados dos anos 90 do século XX e a um estudo coordenado por Ana Benavente, A Literacia em Portugal: Resultados de Uma Pesquisa Extensiva e Monográfica. No documento é explicitado que não se trata de saber o que é que as pessoas aprenderam ou não, mas sim de saber o que é que, em situações da vida, as pessoas são capazes de usar ("CIES e-Working Paper N.º 110/2011" – do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia – "Literacia(s) e literacia mediática", Ana Paula Cristina Lopes).

Segundo Ana Benavente e outros, "não se pode traçar uma correspondência absoluta entre 'níveis de instrução formal' e 'níveis de literacia' ".

Poder-se-á, talvez, complementar que a iliteracia será um novo tipo de “analfabetismo funcional” – uma “nova pobreza”.

Patrícia Ávila – Doutorada em Sociologia, pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) – afirma que, em Portugal, “os défices de escolarização que afectam a grande maioria da população são reforçados e agravados por níveis de literacia desses mesmos indivíduos ainda mais baixos do que seria de prever, o que leva a que as desigualdades sociais neste campo específico sejam das mais elevadas entre os países estudados”.

Segundo "The International Adult Literacy Survey" (IALS), o perfil de literacia dominante da população portuguesa corresponde ao nível mais baixo, como se mostra no quadro seguinte:

Níveis de Literacia
Literacia em prosa
Literacia documental
Literacia quantitativa
Nível 1
48%
49.1%
41.6%
Nível 2
29%
31%
30,2%
Nível 3
18,5%
16,6%
23%
Nível 4 e 5
4,4%
3,2%
5,2%

Cerca de 80% da população portuguesa situa-se nos níveis 1 e 2.

Ricardo Jorge – médico, investigador e higienista, professor de Medicina e introdutor em Portugal das modernas técnicas e conceitos de saúde pública – disse: "O maior mal não é o analfabetismo, é o iletrismo das classes dirigentes". Queria, com esta afirmação, dizer que o maior mal não é o povo não saber ler, mas os dirigentes do país não terem capacidade de interpretar os textos que lêem, como leis, contratos, processos que assinam, muitas das vezes, sem ter conhecimento pleno do que se trata.

E, setenta anos depois de proferir essa frase sobre a iliteracia das classes dirigentes, a situação mantém-se…

Vejam o que temos como dirigentes…!

PRIVATIZAÇÕES


José Saramago, quando escreveu o texto que a seguir transcrevo, não se referia, certamente, a este governo, pois não o conheceu como tal. Mas conhecia a estirpe e a massa de que são feitas as criaturas que o compõem. O mesmo tipo de gente que quer dar nas vistas, com uma vontade indómita de se insinuarem junto dos outros sem terem qualquer conteúdo válido para mostrar, a vacuidade dos seus parcos e limitados conhecimentos, a iliteracia política e social de que se revestem, a futilidade do seu discurso rebuscado e sem conteúdo, a falta de visão estratégica na governação, a capacidade destruidora do que está bem feito justificada pela necessidade de agir sem critério, "deitar fora o bebé com a água do banho" só porque tem de se agir…


De facto, José Saramago não conheceu este governo, mas, com a sua capacidade premonitória, caricaturou-o:


"Privatize-se Manchu Picchu, privatize-se Chan Chan, privatize-se a Capela Sistina, privatize-se o Partenon, privatize-se o Nuno Gonçalves, privatize-se a catedral de Chartres, privatize-se o 'Descimento da Cruz' de António da Crestalcore, privatize-se o Pórtico da Glória de Santiago de Compostela, privatize-se a cordilheira dos Andes, privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a núvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos".

José Saramago - Cadernos de Lanzarote, Diário III, p. 148.

domingo, 1 de abril de 2012

BIG-BROTHER


A expressão "Big Brother" é usada geralmente para descrever qualquer excesso de controlo ou autoridade por uma qualquer entidade, ou as tentativas, por parte do governo, de aumentar a vigilância sobre os cidadãos.

Mil Novecentos e Oitenta e Quatro ou, simplesmente, 1984 é um romance do autor inglês Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudónimo de George Orwell. O livro retrata-nos o quotidiano de um regime político totalitário no ano de 1984.

Neste romance, Orwell mostra-nos como uma sociedade oligárquica colectivista é capaz de reprimir qualquer um que se lhe oponha.

O romance foi terminado em 1948 e publicado a 8 de Junho de 1949, antevendo aquilo que seria a sociedade no ano de 1984 – quase uma profecia.

Hoje, protegidos por um governo que vestiu correcta e convenientemente o espírito deste romance, vemos (para além do próprio governo) os patrões, descarada e despudoradamente, a quererem controlar os seus colaboradores (eufemismo para servidor ou escravo).



E não é só o controlo através da localização por GPS… Tentam fazê-lo (e, em grande parte, já o fazem mesmo) através dos telemóveis, do controlo das portagens e pórticos de identificação das ex-SCUDS, da exigência do Estado querer obrigar os avençados a declararem afinidades políticas, etc., etc.