quinta-feira, 10 de novembro de 2011

OS ROSTOS DA EUROPA




As pessoas começaram a vê-los juntos. Foram-se habituando a que, quando ouviam um, escutavam de imediato a réplica do outro. De insinuação em insinuação, começaram a ser vistos como interessados na problemática dos acontecimentos onde intervinham. A partir de determinada altura, começaram a ser ouvidos, pois eram os únicos que podiam fazer-se escutar. Apesar de internamente contestados, eram vistos, fora, como responsáveis. Hoje, já começam a ser contraditados, mas a posição dos opositores não é ouvida. Criaram uma coligação e um poder virtuais que é tacitamente aceite por todos. Presentemente, já ditam leis (algumas inexistentes, outras condicionadas a realidades inverosímeis) com o intuito de serem seguidos pelos aparentemente mais pragmáticos ou frios.

É verdade…! Refiro-me à senhora Angela Merkel e ao senhor Nicolas Sarkozy.

O mesmo poderia ser dito relativamente ao nosso governo, concretamente nas pessoas de Miguel Relvas, Passos Coelho e Vítor Gaspar. A diferença reside somente nas motivações: Os primeiros querem fazer uma Europa só de ricos, poderosos, eleitos… – uma nova maneira de ser arianos (?); estes últimos só não querem ser esquecidos (como bons alunos cumpridores) na espectativa de virem a ser os capatazes das vítimas a explorar.

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