quarta-feira, 8 de agosto de 2012

HÁ GENTE PARA TUDO…!



Até ao final do ano, todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde deverão entregar aos utentes das urgências e das consultas externas uma factura virtual com os custos dos cuidados prestados. Como se mandassem à cara de cada doente o epíteto de desavergonhado e abusador – Não têm vergonha de só pagarem essa importância, quando os gastos são bastante superiores…?

Uma atitude desta natureza, para mim, entendo-a como uma manifestação de desprezo por quem necessita de ir às urgências ou de utilizar o Seu (de cada cidadão) Serviço de Saúde. Sim…! O Seu Serviço de Saúde; porque é Nacional (da Nação), de cada um que faz parte desta Nação. Não é um serviço estatal (ou governamental) de saúde.

A experiência piloto deste projecto arrancou na terça-feira no Hospital de S. José, em Lisboa. Segundo a Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS) vai avançar até ao fim deste ano nas restantes unidades hospitalares públicas.

Pergunto: – Para quê…?

Para humilhar quem não pode recorrer a outro serviço, que não o público…?

– Para os apodar de gastadores…?

– Para justificarem a sua incompetência na gestão do Nosso Serviço Nacional de Saúde, alegando que é muito dispendioso…?

Já chega…! O dinheiro é nosso (dos contribuintes). Exigimos competência na sua gestão e que não nos continuem a pôr em cara que "somos gastadores". Não nos ofendam mais…! Demitam-se, por favor!

Um povo doente, sem esperança, debilitado não pode progredir, nem valorizar a economia. É isso que querem, a exemplo das muitas outras más práticas vossas…?

Segundo Alexandre Lourenço, do conselho directivo da ACSS, mais tarde prevê-se que possa também ser entregue uma factura virtual para os internamentos.

Despesa há, isso sim, no clientelismo gerado à volta destes casos:

- Mais assessores informáticos para estudarem as aplicações a utilizar;

- Mais serviços de outsourcing (gestão de "afilhados"…) para fornecerem o software necessário ao bom desempenho dos serviços (que deveriam ser de saúde, mas, dadas as circunstâncias, são burocráticos);

- Mais despesa com consumíveis (papel, tinta…);

- E, depois disto tudo, criar um "órgão de missão" (como é, agora, bonito e usual chamar-se às comissões) para estudar o diferencial entre a despesa real e a esmola concedida…

Será que foram os patrões deste governo – a Troica – quem os mandou fazer este exercício de dominação…?

Não sei...! Mas, há gente para tudo…!

Sem comentários: