A criação do SNS,
formalizada através da Lei 56/79, estabelece o direito de todos os cidadãos
a um sistema de saúde universal, geral e tendencialmente gratuito.
Só um governo
despudorado, a governar segundo ordens e interesses de estrangeiros, pode
ignorar as conquistas do SNS. As suas verdades inquestionáveis sobre
gastos, eficácia e eficiência do SNS não passam de mitos não sustentados pela
realidade.
Vejamos:
Entre 1960 e 2009, a
mortalidade infantil passou de 29‰ para 3‰, valor inferior à
média da OCDE (4,4 ‰). Nas últimas décadas Portugal foi o país da OCDE que
mais melhorou neste indicador, com uma média de redução anual de 6,8%
(média da OCDE, 4,5%). Quanto à esperança média de vida, passou de 63,9 para
79,5 anos, atingido a média da OCDE.
O crescimento da
despesa em saúde não é uma singularidade portuguesa. O crescimento médio anual per capita, entre 2000 e 2009, foi um
dos mais baixos na OCDE (1,5% de crescimento médio anual, comparado com os 4%
de média). O país está abaixo da média em despesas de saúde per capita, quer se trate de despesa
pública quer de despesa privada (ver artigo da Dra. Ana Matos Pires,
no Económico).
A questão que,
entretanto, coloco – sabendo que nunca irei ter resposta a esta pergunta – é
se, nas facturas que o governo irá entregar aos utentes das urgências e das
consultas externas, com a indicação dos custos dos cuidados prestados, irá
indicar os valores de serviços idênticos praticados nos restantes países da
OCDE.
Como notou a Dra.
Ana Matos Pires: num estudo sobre eficiência dos sistemas de saúde, Portugal
apresentava melhores indicadores de qualidade e tinha menos despesa
per capita que a média da OCDE; estava
entre os seis países mais eficientes e em que os custos administrativos do
sistema eram menores em termos percentuais do custo global (abaixo dos 2%).
E, ainda
relativamente às facturas e à informação das despesas "reais":
- Será que o Sr.
ministro da saúde está preocupado com a eficiência do SNS…?
- Irá apresentar
indicadores de eficácia comparados com os anos anteriores…?
Como se pode destruir uma das melhores coisas que
possuíamos…?
Não sei...! Mas,
há gente para tudo…!
Sem comentários:
Enviar um comentário