segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Consenso de Washington = Neoliberalismo



Consenso de Washington é uma forma mais simpática de nos referirmos ao Neoliberalismo. A expressão Consenso de Washington nasceu em 1989. Foi criada pelo economista inglês John Williamson, ex-funcionário do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Numa conferência do Institute for Intemational Economics (IIE), em Washington, Williamson inventariou as políticas que o governo dos Estados Unidos preconizava para a crise económica, de então, nos países da América Latina. Por decisão do Congresso Norte-americano, as medidas do Consenso de Washington foram adoptadas como imposições na negociação das dívidas externas dos países latino-americanos. Acabou por se tornar o modelo do FMI e do Banco Mundial para todo o planeta.

O neoliberalismo advoga acerrimamente que o funcionamento da economia deve ser entregue às leis de mercado. Segundo seus defensores, a presença do Estado na economia inibe o sector privado e trava o desenvolvimento. Algumas das suas características são:

-        Abertura da economia através da liberalização financeira e comercial e da eliminação de barreiras aos investimentos estrangeiros (uma forma subtil de invadirem um Estado soberano sem recorrer à guerra convencional);
-        Amplas privatizações (para se ressarcirem das despesas provocadas pela invasão);
-        Redução de subsídios e gastos sociais por parte dos governos (enfraquecendo o povo impede-se a capacidade de revolta e de retaliação);
-        Desregulamentação do mercado de trabalho para permitir novas formas de contratação que reduzam os custos das empresas (desta forma fragiliza-se a garantia de trabalho, estimula-se a falta de solidariedade de classe, impondo a arbitrariedade das decisões).

Historicamente, as ideias do neoliberalismo contrapõem-se ao keynesianismo – ideário formulado pelo economista John Keynes (1883-1946), dominante no período do pós-guerra, a partir de 1945, que defendia um papel determinante e uma presença activa do Estado na economia como forma de impulsionar o desenvolvimento.

Outro termo que passou a designar a actual fase da economia mundial é globalização. A palavra indica que há crescente interdependência entre mercados, governos, empresas e movimentos sociais a nível global o que, por si só, não deveria ser um mal. Todavia, a exemplo de muitas outras manipulações preconizadas pelo homem, aquilo que poderia ser um bem tornou-se numa praga.

Fomos nós, os portugueses, quem, no Século XV, iniciou a globalização…

Foi, remotamente, esse intercâmbio de riquezas e saberes que forneceu a base para a Revolução Industrial, no fim do século XVIII. As descobertas científicas e as invenções provocaram enorme expansão dos sectores industrializados e ampliaram o mercado para a exportação de produtos.

Com a expansão do comércio, ocorreu a intensificação do fluxo de capitais entre os países. A busca do maior lucro levou as empresas a investirem cada vez mais no mercado financeiro, o qual se tornou o epicentro da economia globalizada.

A presente mobilidade do mercado mundial permite que as grandes empresas façam relocalizações de fábricas – nome que se dá ao encerramento de unidades de produção num local e sua abertura noutra região ou noutro país. Esse mecanismo é fundamentalmente usado para cortar gastos com mão-de-obra.

Actualmente, os maiores investidores internacionais podem, com o simples acesso ao computador de um banco, retirar milhões de dólares de nações nas quais vislumbram problemas económicos. Quando os países se tornam excessivamente vulneráveis a esses movimentos bruscos de capital, os organismos internacionais como o FMI podem conceder empréstimos (eufemismo de roubo) para que possam enfrentar a fuga dos dólares ou dos euros. Em contra-partida, os governos beneficiados ficam obrigados a obedecer ao receituário ditado pela instituição, que é basicamente o estabelecido pelo Consenso de Washington.

O grave é que, além de penalizarem as populações carentes, por causa da desactivação ou da desaceleração dos investimentos sociais, essas políticas tendem a travar o crescimento económico, por força da maior carga tributária, do congelamento de investimentos públicos, da elevação dos juros e dos encargos do crédito concedido.

As reformas neoliberais nunca trazem progresso, nem melhoram a distribuição da riqueza. Na maior parte das vezes, a pobreza cresce desenfreadamente até à miséria total.

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