Um país sem habitantes é um deserto
…Começa com os
desincentivos violentamente criados no interior do País, por este governo,
levando as populações a procurar, em último recurso, o litoral…
…E continua, com a manutenção
das dificuldades nas acessibilidades rodo e ferroviárias que impedem a fixação
quer de empresas quer dos habitantes…
…E na incompetência
(qual ganância subserviente junto dos lóbis das celuloses), com a
desregulamentação das plantações de eucaliptos que irão secar tudo em seu
redor…
…E… porque este
Governo existe…!
João Silvestre, no
Presseurop, alerta-nos para o facto de, nos últimos dois anos, entre o
saldo natural negativo (diferença entre nascimentos e mortes) e o saldo
migratório (balanço entre emigração e imigração) também negativo, Portugal perdeu 85 mil pessoas.
Desde o início dos anos 90 que a população portuguesa não
diminuía. O saldo natural tinha tido já um ano negativo – em 2007 – mas tinha
sido compensado pelas migrações. A partir de 2010 as coisas mudaram
completamente e, o pior, é que isto não vai ficar por aqui. As más notícias na
frente demográfica sucedem-se, quer em termos de natalidade, quer nos
movimentos migratórios.
As últimas estimativas disponíveis, apontam para uma nova quebra
dos nascimentos este ano. No ano passado, foram 97 mil, o valor mais baixo em
décadas, e este ano poderão ser apenas 89 mil.
Enquanto isto, as mortes têm-se mantido sempre acima das 100
mil por ano: 104 mil, em média, desde 2007.
Ao mesmo tempo, as migrações deixaram de ajudar. Muitos
estrangeiros que viviam em Portugal começaram a regressar aos seus países e os
portugueses, por pressão da crise e do desemprego, começaram a sair para o
exterior num ritmo que não se via há muitas décadas.
A data de 2204 é apenas um exercício simples que resulta da
repetição do saldo populacional negativo que se espera para este ano, tendo em
conta as estimativas de nascimentos, a manutenção das mortes e a repetição do
saldo migratório médio dos últimos dois anos. Ou seja, é o ano em que a população acaba se mantiver esta trajetória perigosa
de perder cerca de 55 mil pessoas por ano.
Infelizmente, esta ameaça seríssima que Portugal enfrenta
não tem sido olhada com a devida atenção por parte dos responsáveis políticos.
E não se trata de um problema criado com o programa da troika [Comissão
Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu]. É uma
tendência que já se observa há algum tempo e que tende a agravar-se e a
auto-alimentar-se. Um país sem pessoas é um deserto e, já se sabe, com
pequeníssimas excepções, ninguém gosta de viver no deserto. FONTE
É tempo de, a exemplo dos "nuestros hermanos",
acordarmos…!
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