segunda-feira, 10 de setembro de 2012

OS TROCA-TINTAS



Estive tentado a dizer "raios e coriscos" em relação ao PS e ao seu comportamento face à política destruidora do Estado Social que este governo teima, a qualquer custo, fazer vingar. Em boa hora, contive-me.

Quem, de facto, tem estado ao lado dos seus "amigos e colegas" do tempo das lides (farras) políticas das Juventudes Partidárias (Relvas e Passos Coelho) é o Secretário-Geral do Partido Socialista – António José Seguro – e não os seus militantes. Quem encontrou uma forma de luta altamente inovadora para combater a aprovação do OE de 2012 – a abstenção violenta – foi o Tó Zé Seguro, que não os militantes do Partido. Quem se esconde atrás de uma retórica e verborreia de dúbia e aparente cordialidade com os inimigos do povo não são os deputados do PS (veja-se, a título de exemplo, Isabel Moreira, entre muitos) – é, mais uma vez, o seu Secretário-Geral. Quem esperou 41 horas para reagir rápida e violentamente contra o discurso destruidor do Estado Social, do Estado Previdência, do Estado Justiça, do Estado Equidade, conduzindo o País a um estado de sítio, foi, mais uma vez, António José Seguro.

Mas… Pasmem, leitores! Pasmem…! Vou justificar o Sr. Seguro:

Quem se sente tanto ou mais incapaz para assumir a governação do País (não é a mesma coisa que brincar aos políticos, nas juventudes partidárias) do que este actual governo, certamente não o quer destruir já.

E, porquê…? É simples:

Quer aguardar que este governo destrua totalmente o País para, então, poder fazer qualquer coisinha que, por mais pequena que seja, é sempre superior à do actual e, desta forma, chegar à aspiração suprema (para Relvas era ser doutor, a qualquer preço) de ser Primeiro-Ministro. Não lhe interessa se tem competência, se está preparado, se para chegar lá tivesse contribuído para a destruição de Portugal… Não interessa…! O que interessa é chegar a PM…!

Explico agora porque me contive na vociferação contra o PS.

É tão simples:

Reconheço, agora, que o PS está a acordar do pesadelo da última eleição para Secretário-geral; que foram pressionados, manipulados e ludibriados com o argumento de serem co-responsáveis na crise económica mundial; que, condicionados, elegeram para substituto do então líder da crise mundial (José Sócrates) aquele que estava a dar provas (conhecedor do aparelho político do PS, Seguro afirmou-se…) de ser um moderno substituto de Marcus Junius Brutus no assassinato do líder (não de Júlio César, mas de Sócrates – o actual).

Mais… Os deputados do PS já se manifestaram contra a aprovação do OE de 2013, ameaçando, inclusive, de solicitarem a fiscalização progressiva do documento, junto do Tribunal Constitucional. Tudo isto, sem esperarem a luz-verde do Sr. Seguro.

Só assim se percebe o rifão popular de que "o Seguro morreu de velho"! Não espero a morte deste… Basta-me, tão só, o seu afastamento da política e das relações sociais.

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