sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A AMEAÇA DE PASSOS COELHO



Há quem lhe chame comunicação ao País… Eu chamo-lhe ameaça…

Não tenho estômago para analisar todo o discurso do PM-PPC. Nem o ministro de Sadam Hussein era tão virulento quando desmentia as evidências televisivas da ocupação americana do Iraque. É preciso descaramento, despudor (como diria a minha avó, falta de vergonha), má-fé, incapacidade e incompetência para afirmar o que afirmou e da forma como o fez. A vontade indomável de aceder ao pote, a falta de dignidade e a vaidade desmesurada de aparecerem em público com (ir)responsabilidades novas, levou a que gente como esta perdesse o sentido da realidade e a noção do ridículo.

Eis parte do início da ameaça do PM-PPC ao País:

"[] A emergência financeira nacional em que o País foi mergulhado em 2011 a) ainda não terminou. Os problemas que enfrentamos b) começaram a ser vigorosamente atacados mas ainda não estão dominados. Por outro lado, a nossa tarefa não tem sido facilitada c) pela crescente incerteza e degradação financeira na Europa de quem estamos muito dependentes. Da nossa parte, fizemos, e estamos a fazer, o que é necessário. É a nós que cabe desfazer os danos d) que foram infligidos durante muito tempo à nossa economia. É uma tarefa árdua e longa, em que muitas das decisões só produzem efeitos com o passar de algum tempo e). Mas em resultado das nossas políticas e das nossas ações, com os esforços notáveis dos Portugueses, com a sua clarividência e paciência, podemos dizer que já começámos a reduzir f) substancialmente alguns dos perigos e riscos que nos ameaçavam g).
Hoje, já podemos reconhecer resultados das nossas escolhas que aumentaram consideravelmente a nossa estabilidade e a nossa resistência h). Estamos a reduzir o nosso défice externo mais rapidamente do que foi previsto h) e a diminuir a dependência da nossa economia relativamente ao financiamento estrangeiro.
Hoje, é fácil contrastar o profundo ceticismo de que Portugal era alvo na comunidade internacional i) com o voto diário de confiança que depositam em nós. Somos agora vistos pelos nossos parceiros internacionais e pelos agentes da economia global como um País confiável e merecedor de apoio, e a nossa reputação no exterior é incomparável com a que gozávamos há cerca de ano e meio j). Este ativo tem consequências diretas na vida dos Portugueses, como nos demos conta quando no passado o delapidámos k), quer mais recentemente quando efetuámos vários leilões de dívida pública a juros mais baixos aliviando os encargos de todos os contribuintes l) no financiamento do Estado. []"

a) - Esqueceu-se de dizer que a sede de ir ao pote era tão grande que votou contra o PEC IV, destruindo todas as hipóteses que Portugal tinha de "escapar à Troika" – até a senhora Merkel apoiava o PEC IV…

b) - Que enfrentamos?!? É preciso ter lata! Quereria dizer: "Os problemas que criamos às famílias portuguesas…"

c) - De facto a tarefa não tem sido facilitada…! As dificuldades sobejam quando abunda a incompetência…

d) - De certeza que não se referia aos danos…! O que queria dizer era "É a nós que cabe desfazer as conquistas dos portugueses…"

e) - De facto demora muito a destruir um povo… E os portugueses, apesar de tudo, são um osso duro de roer…

f) - De facto, há um ano e meio que começaram a reduzir os direitos deste povo. Cuidado…! Podem despertar o direito à indignação que, nas gentes já tão sofridas, pode não ser bom para quem as governa…!

g) - De certeza que se referia à estabilidade e resistência deles (governo), porque a do povo, mais tarde ou mais cedo – podem crer –, irão senti-la…

h) - A ânsia de agradar os donos – a Troika – levou-os a aumentarem a austeridade, reduzindo o tempo para atingirem os objectivos que nem sequer tinham sido acordados…

i) - É de tal forma verdade que somente a oposição em Portugal (incluindo o Presidente da República) contrariou aquilo que a Europa já tinha anuido e louvado, há um ano e meio…

j) - Este arauto da desgraça convence-se, da tal maneira, daquilo que diz que nem olha para os resultados e para as críticas que a imprensa estrangeira lhe faz (só a estrangeira, que a nacional – salvo raríssimas e honrosas excepções – está nas mãos deles).

k) - A desonestidade é tão grande e tão cega que nem repara que o povo já sabe que a crise no mundo não foi criada pelo Sócrates…

l) - Certamente o que quereria dizer era aliviando os proveitos de todos os contribuintes…


Eu quero acordar deste pesadelo…!

Isto é mau demais para ser verdade…!

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