Há quem lhe chame comunicação ao País… Eu chamo-lhe ameaça…
Não tenho estômago para analisar todo o discurso do PM-PPC.
Nem o ministro de Sadam Hussein era tão virulento quando desmentia as
evidências televisivas da ocupação americana do Iraque. É preciso descaramento,
despudor (como diria a minha avó, falta de vergonha), má-fé, incapacidade e
incompetência para afirmar o que afirmou e da forma como o fez. A vontade
indomável de aceder ao pote, a falta
de dignidade e a vaidade desmesurada de aparecerem em público com (ir)responsabilidades
novas, levou a que gente como esta perdesse o sentido da realidade e a noção do
ridículo.
Eis parte do início da ameaça do PM-PPC ao País:
"[…] A emergência financeira nacional em que o País foi mergulhado em 2011 a) ainda não terminou. Os problemas que enfrentamos b)
começaram a ser vigorosamente atacados mas ainda não estão dominados. Por outro
lado, a nossa tarefa não tem sido
facilitada c) pela crescente incerteza e degradação
financeira na Europa de quem estamos muito dependentes. Da nossa parte,
fizemos, e estamos a fazer, o que é necessário. É a nós que cabe desfazer os danos d) que foram infligidos
durante muito tempo à nossa economia. É uma tarefa árdua e longa, em que muitas
das decisões só produzem efeitos com
o passar de algum tempo e).
Mas em resultado das nossas políticas e das nossas ações, com os esforços
notáveis dos Portugueses, com a sua clarividência e paciência, podemos dizer
que já começámos a reduzir f)
substancialmente alguns dos perigos e
riscos que nos ameaçavam g).
Hoje, já podemos reconhecer resultados das
nossas escolhas que aumentaram
consideravelmente a nossa estabilidade e a nossa resistência h). Estamos a reduzir o nosso défice externo
mais rapidamente do que foi previsto
h)
e a diminuir a dependência da nossa economia relativamente ao financiamento
estrangeiro.
Hoje, é
fácil contrastar o profundo ceticismo de que Portugal era alvo na comunidade
internacional i) com o voto diário de confiança que
depositam em nós. Somos agora vistos pelos nossos parceiros internacionais e
pelos agentes da economia global como um País confiável e merecedor de apoio, e
a nossa reputação no exterior é
incomparável com a que gozávamos há cerca de ano e meio j).
Este ativo tem consequências diretas na vida dos Portugueses, como nos demos
conta quando no passado o delapidámos
k),
quer mais recentemente quando efetuámos vários leilões de dívida pública a
juros mais baixos aliviando os
encargos de todos os contribuintes l) no financiamento do Estado. […]"
a) - Esqueceu-se de
dizer que a sede de ir ao pote era tão grande que votou contra o PEC IV,
destruindo todas as hipóteses que Portugal tinha de "escapar à Troika" – até a senhora Merkel apoiava o PEC IV…
b) - Que
enfrentamos?!? É preciso ter lata! Quereria dizer: "Os problemas que criamos às famílias portuguesas…"
c) - De facto a
tarefa não tem sido facilitada…! As dificuldades sobejam quando abunda a
incompetência…
d) - De certeza que
não se referia aos danos…! O que queria dizer era "É a nós que cabe desfazer as
conquistas dos portugueses…"
e) - De facto demora
muito a destruir um povo… E os portugueses, apesar de tudo, são um osso duro de
roer…
f) - De facto, há um
ano e meio que começaram a reduzir os direitos deste povo. Cuidado…! Podem
despertar o direito à indignação que, nas gentes já tão sofridas, pode não ser
bom para quem as governa…!
g) - De certeza que
se referia à estabilidade e resistência deles (governo), porque a do povo, mais
tarde ou mais cedo – podem crer –, irão senti-la…
h) - A ânsia de
agradar os donos – a Troika – levou-os a aumentarem a austeridade, reduzindo o
tempo para atingirem os objectivos que nem sequer tinham sido acordados…
i) - É de tal forma
verdade que somente a oposição em Portugal (incluindo o Presidente da
República) contrariou aquilo que a Europa já tinha anuido e louvado, há um ano
e meio…
j) - Este arauto da
desgraça convence-se, da tal maneira, daquilo que diz que nem olha para os
resultados e para as críticas que a imprensa estrangeira lhe faz (só a
estrangeira, que a nacional – salvo raríssimas e honrosas excepções – está nas
mãos deles).
k) - A desonestidade
é tão grande e tão cega que nem repara que
o povo já sabe que a crise no mundo não foi criada pelo Sócrates…
l) - Certamente o que
quereria dizer era aliviando os proveitos de todos os contribuintes…
Eu quero acordar
deste pesadelo…!
Isto é mau demais
para ser verdade…!
Sem comentários:
Enviar um comentário