domingo, 11 de agosto de 2013

VENDE TUDO O QUE TENS!…




O Papa Francisco tem-me surpreendido bastante. Parece que, passados cerca de 1800 anos, retomou a linha evangélica cristã: a linha do amor, da fraternidade e da partilha. Quero crer que é um sentimento genuíno e que não se apoia numa estrutura de poder, como a que foi mantida até agora, desde a queda do Império Romano. De certa forma, foi a estrutura que, até há bem pouco, substituiu este Império.

Ao pensar nesta hipótese de “vender tudo o que tem e dar a quem necessita” assume-me à mente algumas questões:

A primeira questão é quem vende…?
Deverá o Papa Francisco vender o IOR (Banco do Vaticano), ou mesmo o Vaticano ou, ainda, todos os bens que a Igreja possui…? Se não tiver competências para tal (quero crer que assim seja), quem venderá…? E em outros países…?

A segunda questão é quando…?
Começamos já hoje, ou esperar-se-á até amanhã, calculando os preços e os juros…? Não haveria, nos seus membros, alguém que cumprisse esta “missão”, procurando descontos, interpretações espiritualistas que justificassem a posse, subterfúgios de diversos tipos…? Quando fazê-lo…?

A terceira questão é a quem, como e para quê…?
Poder-se-ia “vender para dar aos pobres” (superando assim um determinado tipo de egoísmo); mas, quem compra seriam normalmente os “abutres” económicos que se aproveitariam da venda (naturalmente não especulativa) e continuariam amontoando mais riquezas sobre as anteriores; esta situação faria com que (de um modo indirecto) se contribuísse para que a injustiça social se avolumasse, a exploração aumentasse e, de certa forma, contribuiria  ainda para que o mundo fosse mais injusto.

Quero acreditar que Francisco, se entretanto não for assassinado, possa propor ao mundo uma solução que não enfraqueça ainda mais a dependência dos oprimidos. Quero acreditar que, desta vez (conscientemente, ou não) a Igreja não vá colocar-se ao lado dos opressores…!



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