Não quero
jurar, mas estou suficientemente convicto de que Eça de Queiroz, quando escreveu
o texto a seguir, não se referia ao governo de Portugal dos últimos dois anos;
simplesmente – conhecedor das características oportunistas deste tipo de políticos
–, sabia que o escrito em 1867 seria válido para 2013…
“ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes,
escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas
inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não
têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência
que faz o ESTADISTA. É assim que há
muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso,
política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso,
governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por
privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua
independência?” (In “O
Distrito de Évora”, 1867)
O que diria,
hoje, depois de ver as figuras tristes protagonizadas com os SWAPS…? Com os
relatórios que deveriam estar prontos em Maio e, 3 meses depois, continuam reféns
da Ministra das Finanças…? Com as tristes figuras dos “briefings”…? Com o
academismo[1] (neste caso em ambas as
conotações do termo) evidenciado pelo Ministro Maduro…? Com… com tudo… com o
facto de ainda serem governo…?
Uma coisa é
certa: O texto de Eça está actual…!
1 comentário:
Mais outro visionário!
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