terça-feira, 13 de agosto de 2013

PRESSÁGIO QUEIROZIANO




Não quero jurar, mas estou suficientemente convicto de que Eça de Queiroz, quando escreveu o texto a seguir, não se referia ao governo de Portugal dos últimos dois anos; simplesmente – conhecedor das características oportunistas deste tipo de políticos –, sabia que o escrito em 1867 seria válido para 2013…



ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?” (In “O Distrito de Évora”, 1867)

O que diria, hoje, depois de ver as figuras tristes protagonizadas com os SWAPS…? Com os relatórios que deveriam estar prontos em Maio e, 3 meses depois, continuam reféns da Ministra das Finanças…? Com as tristes figuras dos “briefings”…? Com o academismo[1] (neste caso em ambas as conotações do termo) evidenciado pelo Ministro Maduro…? Com… com tudo… com o facto de ainda serem governo…?

Uma coisa é certa: O texto de Eça está actual…!




[1] Falta de originalidade; Estilo académico.

1 comentário:

urantiapt disse...

Mais outro visionário!