Para o PM, a
Constituição da República não é para ser cumprida; é para ser utilizada
enquanto servir os seus interesses pessoais. Ou melhor, é para ser usada, se
não colidir com os interesses dos “estrangeiros caridosos que nos auxiliam” – a
nova ordem mundial, aqui representada pela Troika. Para o PM de Portugal, a lei
fundamental tem pouco interesse e não deverá ser respeitada se chocar com as conveniências
dos “seus amos e senhores”.
Como escreve
Carlos Esperança no seu post
do “Ponte Europa”:
“Há em Passos Coelho uma vertigem demencial
que não pode ser apenas atribuída à falta de cultura democrática e ao défice de
preparação. Há de haver o ódio ao 25 de Abril e o ressentimento de retornado na
obstinada deriva em que faz a síntese de Mohamed Said Al-Sahaf, o ministro da
propaganda de Saddam, e do major Silva Pais, último diretor da PIDE/DGS, para
quem as leis ou serviam ao regime ou não serviam para coisa alguma.
A chantagem sobre o Tribunal
Constitucional é igual à conduta de Mohamed Morsi que, eleito também
democraticamente, cedo ignorou o limite dos poderes que a Constituição lhe
conferia e logo coartou os direitos dos cidadãos.”
Até quando
suportaremos as “catilinisses”
deste eminente representante da juventude partidária a que pertenceu – a sua
única e irrelevante escola do saber político –, onde aprendeu a colar cartazes
e a reverenciar os títulos académicos dos potenciais exemplos não seguidos. É
muito pouco para se ser PM; mas é, sem dúvida, mais que suficiente para exercer a vingança (fria, gelada) sobre
aqueles que conquistaram a liberdade e instituíram a democracia.
Até quando
aguentaremos…?
No ano 63
a.C., Lucio Sergio Catilina, filho
de família nobre, embora falido financeiramente, planeava derrubar o governo
republicano juntamente com seus seguidores subversivos, para obter riquezas e
poder. Todavia, houve quem o afrontasse de forma eloquente – Marcus Tullius Cícero[1]
– acusando-o e denunciando-o por várias vezes, no Senado:
“Quousque tandem abutere, Catilina,
patientia nostra? Quamdiu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese
effrenata iactabit audacia?
Traduzindo:
“Até quando,
enfim, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda esse teu
rancor nos enganará? Até que ponto a (tua) audácia desenfreada se gabará (de
nós)?
Quousque tandem abutere, Petrus
Leporinus, patientia nostra? Quamdiu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem
ad finem sese effrenata iactabit audacia?
[1]
Ainda hoje são repetidas as sentenças acusatórias de Cícero contra Catilina,
declaradas em pleno senado romano.
2 comentários:
À 3ª só cai quem é burro.
A vingança é o traço mais marcante do caráter de PPC. Quem se meter com ele, leva!
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