Já tínhamos reparado que os nossos vizinhos espanhóis são
muito mais autênticos e convincentes nas suas indignações; lutam, na verdadeira
acepção do termo, pelas suas convicções, coisa que em Portugal só acontece
"in extremis". Veja-se por exemplo as atitudes do líder do principal
Partido da Oposição: Estando contra (ou estando contra, pelo menos, o partido
que lidera) não vota contra – abstém-se;
mas com violência… A isto não considero um eufemismo, considero uma
falta de carácter, uma falta de coragem ou, no mínimo, uma idiotice aprendida
nas juventudes partidárias.
Mas, em frente…
Atente-se à opinião do teólogo espanhol I. González Faus, da
Faculdade de Teologia da Catalunha, em que faz uma crítica acérrima à presente
situação, como nos relata Anselmo
Borges:
…Voltando ao documentário célebre Inside Job, num artigo ácido que
intitula "Agencias de rating o de
raping?", denuncia os Bancos de investimento que vendiam activos
tóxicos, sabendo-o. Lá estavam os peritos da Moody's e Standard and Poors,
dizendo: "são AAA (fiabilidade
máxima)." Deste modo, as três agências (Moody's, S & P e
Fitch) ganharam milhões. Elas poderiam ter terminado a festa, dizendo: vamos
ajustar os critérios. Mas não; pelo contrário, deram triplo A a Madoff, dias
antes da sua queda. Meses antes da derrocada de Lehman Brothers, o próprio FMI
declarou que estava "em boa
situação financeira e os riscos parecem baixos".
Por isso, na arbitragem das
agências, ao contrário do que deveria suceder, "é preciso partir do pressuposto da sua parcialidade e desonestidade,
a não ser que se prove o contrário". O problema é que vivemos num
sistema montado sobre a agressão do capital insaciável. "Se o Banco me emprestar dinheiro e eu o
não devolver, tem direito a ficar com o que é meu e a continuar a exigir-me
mais. Os que colocaram o seu dinheiro numa Caixa ou num Banco, se estes o não
devolverem, não têm direito a nada." Cita o Papa João Paulo II:
"A Igreja ensina a prioridade do trabalho frente ao capital: o
trabalho sempre é uma causa eficiente primária enquanto o capital é só um
instrumento." Mas comenta: "Isto só está em vigor a partir de uma ideia de Deus que nem os bispos
partilham." E acrescenta: "Visto de Wall Street, o
trabalhador é apenas uma ferramenta. E as ferramentas não têm dignidade."
Anselmo Borges refere que "salvo excelentes excepções, como Frei Bento Domingues, os teólogos em Portugal não se
pronunciam sobre a crise económico-financeira; o que não é o caso dos teólogos em
Espanha".
– Padre Anselmo Borges, em
Portugal nem os Políticos se pronunciam sobre a crise económico-financeira;
limitam-se a cumprir ordens…! E não há quem se lhes oponha.
Isto somos nós…! É o fado
– Património Imaterial da Humanidade…!
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