sexta-feira, 29 de julho de 2011

Como eu compreendo Barack Obama!


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou, hoje, num discurso, feito a partir da Casa Branca, que continua “preparado para trabalhar com democratas e republicanos” no sentido de encontrar uma solução para o impasse político em torno do aumento do limite do endividamento.
Como o Compreendo…!
Penso que todos nós sentimos a “angústia” do presidente Obama.
Sentimos, numa situação idêntica a esta, a “angústia” do Governo liderado por José Sócrates quando tentou criar condições para que os partidos, com assento parlamentar (de esquerda ou de direita), pudessem entender-se – e, dessa forma, evitar a entrada da Troika e as desvalorizações contínuas do “rating” de Portugal: agora, considerado “lixo”.
Aqui, a teimosia, o protagonismo político e a ambição desmedida de conquistar o poder a qualquer custo impediram uma solução racional e de bom senso. Os apelos do então Primeiro-ministro nada adiantaram.
Pela má experiência que passámos (e ainda estamos a passar, se calhar por longos anos…) faço votos para que os apelos de Barack Obama, junto do Partido Republicano e do Partido Democrata, consigam os seus frutos. Não pretendendo dar lições, apelo aos partidos norte-americanos que olhem para o nosso exemplo e não cometam o mesmo erro.

Epígrafe para a arte de furtar


Sinto-me roubado…! Este é o grito que me brota da alma.
É a sensação que todos temos – “todos nos roubam”…!
Poderá acontecer que ainda nem todos tenham esta sensação, mas em breve senti-la-ão... Infelizmente.


Música: Zeca Afonso
Letra: Jorge de Sena
In: “Traz outro amigo também”
Roubam-me Deus Outros o diabo Quem cantarei Roubam-me a Pátria e a humanidade outros ma roubam Quem cantarei Sempre há quem roube Quem eu deseje E de mim mesmo Todos me roubam Quem cantarei Quem cantarei Roubam-me Deus Outros o diabo Quem cantarei Roubam-me a Pátria e a humanidade outros ma roubam Quem cantarei Roubam-me a voz quando me calo ou o silêncio mesmo se falo Aqui d'El Rei.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

quarta-feira, 27 de julho de 2011

(In)dependência


Angola: Governo angolano realiza estudo ‘profundo’ sobre privatizações em Portugal” é o título da notícia que a Lusa nos dá, através da Visão online, segundo declarações do ministro de Estado e chefe da casa Civil da Presidência de Angola, Carlos Feijó, que adiantou: “Nós estudámos profundamente o programa que a troika negociou com o Governo português, estudámos profundamente o programa de Governo do partido que venceu as eleições e estudámos profundamente o programa de privatizações que Portugal pretende implementar num curto período de tempo”. E avançou que o Governo angolano está a estudar “profundamente” a possibilidade de entrada no processo de privatizações em Portugal e que, para tal, fizeram 3 estudos profundos:
1. O do programa que a troika negociou com o Governo português;
2. O do programa de Governo do partido que venceu as eleições;
3.O do programa de privatizações que Portugal pretende implementar num curto período de tempo.
Ora o governo angolano não é ingénuo e sabe perfeitamente:
1. Que a troika negociou um programa com o governo anterior; o actual, através dos dois partidos que o compõem, limitou-se a subscrever o compromisso de cumprimento do programa;
2. Que referir-se ao programa de governo do partido que venceu as eleições é ilusório, pois
a) O governo é constituído por dois partidos que apresentaram ao eleitorado programas diferentes, apontando soluções distintas;
b) O programa do governo, propriamente dito, é um enunciado de princípios que só define linhas gerais, sem cuidar dos objectivos, metas ou estratégias, notando-se a preocupação de não inscreverem nele algo que contrariasse ideologicamente os interesses dos seus subscritores;
3. Que, se conhecem o programa de privatizações que Portugal pretende implementar num curto período de tempo – no mínimo o que posso dizer –, sabem mais que nós, portugueses.
O tempo esclarecer-nos-á o que isto quer dizer; e não me refiro a Angola, que muito estimo e respeito.
Quero acreditar que o “mercado, como os neo-liberais tanto gostam de referir, não tente comprar a nossa alma nem a nossa dignidade; pelo menos, a minha alma e a minha dignidade não está à venda; mas, se o tentarem fazer, certamente haverá mais Portugal, neste mundo, à minha espera… Os nossos antepassados já o demonstraram.