domingo, 10 de julho de 2011

A quem serve o silêncio


“Nunca me engano e raramente tenho dúvidas…”
Acredito que assim seja.
Foi com enorme “reverência” e “humildade académica” (não sei se existe humildade académica, mas faz-se de contas…) que escutei e li, mais uma vez, tão douto senhor:
A retórica de ataque aos mercados internacionais não cria um único emprego, nós devemos fazer o trabalho que nos compete de forma a reduzir a nossa dependência do financiamento externo, sempre com uma grande preocupação de distribuir, com justiça, os sacrifícios que são pedidos aos portugueses…” (09-11-2010).
Pensei para com os meus botões, na ingénua ignorância de ovelha a caminho do matadouro: Se não criticarmos as agências de rating e os Seus Mercados, talvez pudéssemos gerar mais empregos e maior riqueza para o povo trabalhador, se não afrontarmos os mercados… Como este senhor sugere.
Hoje, este senhor já não pensa assim, como o demonstram as notícias, como aquela que vi no Expresso online:


Porém, convém realçar que este senhor (o homem do leme, lembram-se?) nunca se engana… nunca se engana… nunca se engana…!
Então, se o seu discurso, agora, é outro – o oposto –, o que o levou a desaconselhar as críticas aos mercados, antes das eleições? Se o superior interesse de País assim o obriga a manifestar-se, o que estava acima de Portugal, anteriormente, que o impediu de se manifestar, como a gora o faz?
Não me interessa se um homem se engana ou não; se frequentemente tem dúvidas. Não é isso que me importa. O que me preocupa é se é honesto e que o seu silêncio não exista somente para iludir a verdade.
Senhor presidente, a quem serve, ou serviu, os seus silêncios?

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