sábado, 16 de julho de 2011

Não somos os EUA



Temos quase nove séculos de história; os EUA ainda não têm três séculos.

Fomos pioneiros da globalização e misturámo-nos com os povos que fomos descobrindo; Os EUA servem-se da globalização para explorar (e não só…) os povos com quem vão tendo contacto.

Respeitamos todos os povos e honramos os nossos compromissos; os EUA honram (nem sempre) alguns dos seus compromissos e servem-se dos povos cujos governantes desrespeitam o seu próprio povo.

De facto:

Obama tem razão. Por uma vez – como escreve Manuel Ferrer:

“Os EUA não são a Grécia nem Portugal, diz ele! Realmente.
Nos EUA 1/5 dos negros estão na cadeia.
Nos EUA 50% da população não tem assistência médica e 25% nem consegue tratar-se em qualquer hospital
Nos EUA a dívida pública atingiu um valor impossível de ser pago em várias gerações e já ultrapassou as centenas de milhares de US$ por família.
Nos EUA condenam-se a prisão perpétua crianças de 12 anos, por roubo de uma bicicleta.
Nos EUA 6% da população sobrevive com uma refeição diária de comida enlatada ...para animais...
A Escola Pública é completamente inútil e caminha para a extinção.
Nos EUA há mais de 450 organizações policiais e o sistema judicial não é independente do poder executivo: É nomeado por ele!
Nos EUA as duas maiores indústrias são o armamento e a pornografia.
Nos EUA vende-se mais produtos para animais do que para bebés...
Nos EUA 1% da população controla e recebe cerca de 90% do PIB nacional
Nos EUA a produção de carne e de ovos utiliza legalmente promotores químicos de crescimento.
Nos EUA não há ordenado mínimo e o trabalho indiferenciado é pago a 4 euros/hora...
Os EUA estão envolvidos em dezenas de conflitos militares de carácter sujo e para levar a cabo golpes de estado favoráveis aos seus interesses e aos de Israel.
Os EUA angariam em todo o mundo os melhores cérebros para a sua indústria de armamento e obrigam os seus "aliados" a comprá-las...
Os EUA são o maior mercado mundial de drogas pesadas e um dos maiores produtores de anfetaminas e de outros químicos dopantes...
Os EUA imprimem papel-moeda e através de tratados com as suas colónias árabes transformaram o US$ no meio de pagamento internacional em substituição do ouro...
Obama tem toda a razão: Nada disto de passa em Portugal. Estamos muito atrasados e não sei se algum dia lá chegaremos...
Só um detalhe: os EUA estão completamente falidos e mais de 10% da população já vive em acampamentos sem saneamento ou serviços públicos básicos...
Nós não somos os EUA! Thanks God!”

12 comentários:

Anónimo disse...

Write all that in English, such that many others may understand and send it around the world.

Unknown disse...

Há uma ou outra incorrecção na lista...

A história da crianças de 12 anos condenadas a prisão perpétua por roubo de bicicletas é mentira... O problema dos menores julgados e condenados como adultos é muito mais complexo e cruel do que pensa...

http://www.hrw.org/en/news/2005/10/11/united-states-thousands-children-sentenced-life-without-parole

E do porno também...

http://www.forbes.com/2001/05/25/0524porn.html

E "Nos EUA não há ordenado mínimo e o trabalho indiferenciado é pago a 4 euros/hora..."

Em Portugal o trabalho criativo especializado é, muitas vezes, pago abaixo de 4€/hora (Eu sei, porque já me foi proposto várias vezes e já tive de trabalhar por valores nessa ordem por falta de alternativa.)

Enfim...

Para não falar no facto de que continuamos a ser uns racistas de primeira, analfabetos funcionais e de um modo geral, brutos...

E temos também como os Americanos muita fé em Deus e somos muito dados ao patriotismo reactivo.

Anónimo disse...

Informem se antes de falarem. No fundo, a maioria de nos, gostaria de viver nos Estados unidos apesar de todos esses defeitos que lhe aponta. Vamos olhar para nos primeiro???

Anónimo disse...

Informem se antes de falarem. No fundo, a maioria de nos, gostaria de viver nos Estados unidos apesar de todos esses defeitos que lhe aponta. Vamos olhar para nos primeiro???

Anónimo disse...

Comparar os USA com Portugal é simplesmente perder tempo... Portugal rouba os próprios cidadôes há anos... E já agora escreva aí qualquer coisa quando a estúpida/arcaica Lei do Arrendamente mudar em Portugal.
V. Corte-Real (Sydney)

Anónimo disse...

Sim, eu poderia traduzir em Ingles, como pedem, mas tudo isto e de tal maneia ridiculo que me envergonharia que os meus colegas lessem tais dispatates.
Este pais com todos os defeitos que tem, ainda tem muito mais para oferecer do que qualquer outro pais. Pelo menos, nao tem as peneiras que todos nos portuguezes temos, o que e pena. Eu sou portugueza e transmontana.

Mentiroso disse...

Críticas desajustadas quando existe lá bem pior, sem contar com erros de ignorância.

Comentários ainda piores. erros de vários tipos, sobretudo de mentalidade. Até põem o símbolo € a seguir ao montante a que se refere. Não é uma letra nem uma abreviatura! Lixo total.

Com cabeças destas até somos um país bem avançado.

Unknown disse...

@Mentiroso

Leia as convenções de escrita em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Euro

Sem cabeças como a sua, podíamos ser bem melhores...

Oscar Mascarenhas disse...

Este ressentimento que tenho ouvido em relação à referência que Obama fez a Portugal baseia-se no facto de as pessoas darem mais atenção às explicações contextualizadas do «desvio (…) (…) (…) colossal» e não darem atenção ao contexto da frase de Obama. O que ele disse (a síntese é minha), foi: o que estou a pedir ao Congresso não é nenhum sacrifício gigantesco; nós não estamos na situação da Grécia ou Portugal; o que estou a pedir é algo de muito mais simples e menos doloroso. Por isso, os legisladores do Congresso não têm nenhuma razão para não aumentar o plafond da dívida pública.
Foi isto. Ele não disse mal de Portugal. Pelo contrário, manifestou indirectamente simpatia pelo sacrifício a que os portugueses são obrigados e admitiria que os legisladores portugueses fossem mais renitentes em impô-los.
É esta a minha leitura.
Um abraço.
Oscar Mascarenhas

Unknown disse...

@Mentiroso

Gostaria de acrescentar que quase todos os pontos do "post" que deu origem a esta discussão poderiam, de uma forma ou de outra, ser rebatidos. Apenas apontei os que me pareceram mais absurdos e fi-lo porque considero que este verdadeiro hino à ignorância, que já anda a gerar correntes de emails e reproduções em vários blogs, deve ser alvo de uma resposta.

Ainda que alguns pontos possam ter um fundo de verdade,
entristece-me realmente que textos como este sejam reproduzidos e apoiados, só por que se quer falar mal dos americanos, sem haver a mínima preocupação em avaliar os argumentos apresentados. É realmente uma reacção do tipo "O inimigo do meu inimigo, meu amigo é" e fecha-se os olhos ao chorrilho de asneiras que o senhor escreve, só porque fala mal desses "monstros" que vivem do outro lado do Atlântico.

Rui Sousa disse...

Porque será que sempre nos preocupamos primeiro em ver os "defeitos" dos outros antes de nos analisarmos a nós próprios? E será assim? Aconselho a que se informe melhor!
E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?

""Deixa-me tirar o argueiro do teu olho; estando uma trave no teu?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.""

Spartakus Produções disse...

Não poderia deixar de escrever algo... De facto vivemos num País de Utopia, mas relativizar os pseudo_problemas dos EUA também não me parece muito coerente, contudo eu acho que deveriamos era canalizar as nossas energias para "discutir" os problemas do nosso país, porque ao fim ao cabo é nele que temos de viver/sobreviver !...
Dando terminus a minha opinião (que vale o que vale), Portugal tem efectivamente muitas valências, mas falta o mais importante....VONTADE !
No que diz respeito aos EUA, estes são uma super-potência e não podemos ridicularizar isso, pois têm capacidades que nós dificilmente chegaremos lá...
Continuo a ter orgulho em ser português do meu/nosso Portugal, mas de facto não podemos comparar...passo a expressão..."o cú com as calças..."
Carpe diem