“Angola: Governo angolano realiza estudo ‘profundo’ sobre privatizações em Portugal” é o título da notícia que a Lusa nos dá, através da Visão online, segundo declarações do ministro de Estado e chefe da casa Civil da Presidência de Angola, Carlos Feijó, que adiantou: “Nós estudámos profundamente o programa que a troika negociou com o Governo português, estudámos profundamente o programa de Governo do partido que venceu as eleições e estudámos profundamente o programa de privatizações que Portugal pretende implementar num curto período de tempo”. E avançou que o Governo angolano está a estudar “profundamente” a possibilidade de entrada no processo de privatizações em Portugal e que, para tal, fizeram 3 estudos profundos:
1. O do programa que a troika negociou com o Governo português;
2. O do programa de Governo do partido que venceu as eleições;
3.O do programa de privatizações que Portugal pretende implementar num curto período de tempo.
Ora o governo angolano não é ingénuo e sabe perfeitamente:
1. Que a troika negociou um programa com o governo anterior; o actual, através dos dois partidos que o compõem, limitou-se a subscrever o compromisso de cumprimento do programa;
2. Que referir-se ao programa de governo do partido que venceu as eleições é ilusório, pois
a) O governo é constituído por dois partidos que apresentaram ao eleitorado programas diferentes, apontando soluções distintas;
b) O programa do governo, propriamente dito, é um enunciado de princípios que só define linhas gerais, sem cuidar dos objectivos, metas ou estratégias, notando-se a preocupação de não inscreverem nele algo que contrariasse ideologicamente os interesses dos seus subscritores;
3. Que, se conhecem o programa de privatizações que Portugal pretende implementar num curto período de tempo – no mínimo o que posso dizer –, sabem mais que nós, portugueses.
O tempo esclarecer-nos-á o que isto quer dizer; e não me refiro a Angola, que muito estimo e respeito.
Quero acreditar que o “mercado”, como os neo-liberais tanto gostam de referir, não tente comprar a nossa alma nem a nossa dignidade; pelo menos, a minha alma e a minha dignidade não está à venda; mas, se o tentarem fazer, certamente haverá mais Portugal, neste mundo, à minha espera… Os nossos antepassados já o demonstraram.
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