quarta-feira, 16 de outubro de 2013

É PRECISO DESCARAMENTO…!




Do texto de São José Almeida, no PÚBLICO, QUA 16 OUT 2013, pág. 3):
“Direcção do CDS teme que um segundo resgate imponha um ‘pacto constitucional’.
Paulo Portas discutiu com membros da comissão directiva do CDS a necessidade de o partido aceitar as medidas draconianas de cortes nas prestações sociais e a redução dos salários da função pública que estão inscritas no Orçamento do Estado para 2014, alegando que, na sua opinião, este é o mal menor para Portugal.
O líder do CDS e vice-primeiro-ministro, com a responsabilidade de negociar a situação portuguesa com a troika, assumiu perante membros da direcção do partido que existe o risco de Portugal entrar em incumprimento dos compromissos actuais, por incapacidade de atingir as metas acordadas até aqui, e se ver então obrigado a recorrer a um segundo empréstimo, ainda que este viesse a adquirir a fórmula de um plano de apoio e não tanto o estatuto de segundo resgate.
[Paulo Portas] deixou claro aos seus pares de direcção que, depois dos chumbos que têm sido feitos pelo Tribunal Constitucional, ficou explícito para os credores que há uma incompatibilidade entre a leitura que o Tribunal Constitucional faz da Constituição Portuguesa
Daí que Portas tenha a percepção de que qualquer novo resgate financeiro a Portugal, adquira ou não este nome, irá ser feito com exigências que passam pela explicitação de que os partidos portugueses que podem ocupar o governo aceitam a transformação do perfil constitucional do Estado português. Uma exigência que o líder do CDS considera que nunca será aceite pelo PS.”
[…]
Os realces e sublinhados são da nossa responsabilidade.

Tanto arrazoado para justificar aquilo que todos nós já nos apercebemos, há muito: Este governo quer, a qualquer custo, alterar a Constituição, à revelia das regras democráticas.

É um objectivo ideológico ultra liberal, atentatório dos princípios democráticos mais elementares. É, não só, um atentado à social-democracia, como, principalmente, à democracia-cristã.

Há uma permanente falta de respeito pela nossa Constituição e pelos Órgãos de Soberania.

Deve ser o único Governo dito democrático que desrespeita constante e permanentemente o Tribunal Constitucional. Uma situação destas, na Alemanha (ou em qualquer outro país democrático) seria impensável e impossível de acontecer.


Quantas vezes o actual vice-primeiro ministro, quando era ministro dos negócios estrangeiros, negociou com a Srª. Lagarde (enquanto líder do FMI), ou com o Sr. Durão Barroso (enquanto presidente da Comissão Europeia) ou com o Sr. Mario Draghi (como presidente do Banco Central Europeu?

– Nunca!

O Governo irlandês sempre soube negociar os seus interesses e defendeu os interesses do seu povo com coragem, responsabilidade e firmeza.

O nosso governo (não como a exemplo da Irlanda) só negociou por via telefónica; e, mesmo assim, através de um aparelho que só tinha auscultador (como dizia João Cravinho na TVI24). Só assim é possível compreender…

É preciso descaramento…!


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