Na versão original, que surgiu provavelmente na Idade Média, nos territórios que formavam a Alemanha, em 1284, a cidade de Hamelin combatia, sem resultado, uma infestação de ratos. Certo dia, porém, chega à cidade um “caçador de ratos” com uma proposta de solução para o problema.
Depois de celebrar o acordo com a cidade, o homem iniciou a desratização: pegou numa flauta e, tocando-a, hipnotizou os ratos que o seguiram até ao Rio Weser, onde morreram afogados.
Mais tarde, como os responsáveis da cidade não cumpriram o acordo, o flautista aproveitou-se do temporário compromisso dominical dos habitantes de Hamelin, na Igreja, para se vingar. Utilizando fórmula idêntica à que usou com os ratos, arrastou todas as crianças (filhas dos habitantes de Hamelin) para o rio, provocando-lhes sorte idêntica à dos roedores – afogou-as.
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Na versão actual, iniciada em Junho de 2011, em Portugal, o flautista não hipnotiza nem crianças, nem ratos. Arrasta consigo o povo que o elegeu, juntamente com os que votaram contra, para destinos semelhantes. O poder dele não está na flauta, mas na mentira. Será muito difícil, no fim da história, contabilizar quantos morreram (ou, se calhar mais fácil, sobreviveram) e a forma como aconteceu. Assim, no final da história, talvez tenha ficado algum dos seus assessores para esclarecer:
- Quantos habitantes terão morrido de ataque cardíaco?
- Quantos se suicidaram, movidos pelo desespero?
- Quantos definharam, pela fome e pelos maus tratos?
- Quantos foram assassinados, para que a ordem cega se continuasse a cumprir?
- Quantos, incapazes de alterar o curso das suas vidas, deixaram morrer os seus filhos, na expectativa de que a morte fosse um bálsamo para a sua existência?
Esta é a história do mentiroso de Portugal.
1 comentário:
Onde poderemos arranjar essa flauta para a usarmos com quem a está a usar contra nós?
Dava jeito... dava MUITO jeito!
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