Noam Chromky, nascido nos EUA (Filadélfia, 7 de Dezembro de 1928), é um linguista, filósofo, activista político e professor no Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT).
Entre outras coisas, o seu nome está associado ao estudo das propriedades matemáticas das linguagens formais e combinam uma abordagem matemática dos fenómenos da linguagem, com uma crítica ao behaviorismo, na qual a linguagem é conceptualizada como uma propriedade inata do cérebro (mente) humano, contribuindo, de forma extraordinariamente importante, para a formação da psicologia cognitiva, no domínio das ciências humanas.
Para além da investigação e do ensino da linguística, Chomsky é, também, conhecido através das suas posições de âmbito político, psicológico e social.
Um dos muitos trabalhos importantes de Chomsky é a análise dos meios de comunicação de massa, das suas estruturas, das suas restrições e do seu papel no apoio aos interesses das grandes empresas e dos governos.
Embora diferentes dos sistemas políticos totalitários (nos quais a força física pode ser facilmente usada para coagir a população), as sociedades ditas democráticas precisam de impor, apesar de tudo, meios de controlo bem menos violentos. Numa frase frequentemente citada, Chomsky afirma que “a propaganda representa para a democracia aquilo que o cassetete significa para os estados totalitários.”
Em síntese, poder-se-á considerar que este princípio deriva da existência de cinco filtros que todas as notícias deveriam ultrapassar antes de serem publicadas e que, combinados, distorcem sistematicamente a cobertura das notícias pelos meios de comunicação. São eles:
1º Filtro – o da propriedade dos meios de comunicação – deriva do facto dos principais meios de comunicação pertencerem a grandes empresas.
2º Filtro – o do financiamento – deriva do facto dos principais meios de comunicação obterem a maior parte de sua receita não de seus leitores mas sim de publicidade (que, claro, é paga pelas grandes empresas).
3º Filtro é o caso dos meios de comunicação dependerem fortemente das grandes empresas e das instituições governamentais como fonte de informações para a maior parte das notícias. Isto também cria um constrangimento sistémico contra a sociedade.
4º Filtro é o ataque realizado por vários grupos de pressão que procuram as empresas dos meios de comunicação para pressioná-las, caso saiam duma linha editorial que esses grupos julgam mais de acordo com seus interesses do que com os da restante sociedade.
5º Filtro – normas da profissão de jornalista – refere-se aos preconceitos disseminados pelos que estão na profissão de jornalista.
O modelo descreve como os meios de comunicação formam um sistema de propaganda descentralizado e não conspiratório (na grande maioria dos casos, pois nem é necessário) que, no entanto, é extremamente poderoso. Esse sistema cria um consenso entre a “elite” da sociedade relativamente aos assuntos de interesse público, estruturando esse debate numa aparência de consentimento democrático, mas que visa tão-somente os interesses dessa elite.
No entanto, isso é feito às custas da sociedade como um todo que, naturalmente, é composta por mais pessoas do que aquelas que compõe a sua elite.
Oportunamente falarei das “10 estratégias de manipulação” que foram desenvolvidas e analisadas por Noam Chomsky.
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