Depois de ouvir a forma como os nossos governantes tratam a
nossa língua pátria – dizendo, por exemplo, “sejemos realistas”, ou “cidadões nacionais” ou ainda “nunca
o fiz, não faço nem façarei”,
etc., percebi a grande confusão que deve ir naquelas cabeças…
Tomemos com exemplo a possíveis eventuais interpretações que
farão em relação às palavras de ordem que ouvem dos manifestantes em protesto:
Não à
austeridade!
Pensarão: “se não há austeridade, há que dá-la”…
Não à retirada
de direitos!
Dirão: “se não há retirada de direitos, há que retirá-los”…
Não à pobreza!
Comentarão: “se não há pobreza, há que criá-la”…
Não à diminuição
do estado social!
Ponderarão: “se não há diminuição do estado social,
há que diminui-lo”…
Não à
diminuição do direito ao trabalho!
Determinarão: “se não há diminuição do direito ao
trabalho, há que diminuir esse direito”…
Dá-me ideia que (quem sou eu para ter ideias destas!?) para
desempenhar funções em qualquer órgão de soberania deveria ser obrigatório ter
uma aprovação (mesmo que fosse no ensino básico, mas com nota positiva) na
disciplina de português; acho que seria bom (são manias!); acho que, até, deveria
ser obrigatório (se calhar não deveria exagerar!). Julgo que, desta forma, se
evitaria muitos mal entendidos na relação democrática com os eleitores. Por
exemplo ficariam a saber que a expressão “honrar a palavra” quer dizer “cumprir
o prometido”…
Depois não venham com desculpas: “É do Acordo Ortográfico…e
tal, e tal…”
O Acordo Ortográfico pode ser muito mau, mas não pode ser
responsabilizado pela ignorância e pela estupidez… Acreditem (ou será
acreditam).
2 comentários:
Não gostei da maneira como apresenta o tema:
É tão simples resolver a questão...
É só pronunciar as frases que o assunto fica resolvido;
É só escrever as frases e o assunto fica resolvido!
Desculpe mas foi infeliz nesses exemplos.
E infelismente, como os comentários são moderados, vossa excelência pode simplesmente apagar este meu comentário que o mesmo nunca será visível...
Fico com cópia do mesmo, para meus registos, pois tenho participado em várias discussões sobre o tema.
Respeito a sua opinião; todavia, penso, que não terá entendido o sentido do texto que assentava no trocadilho de "à" e "há".
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