quinta-feira, 11 de julho de 2013

QUE FUTURO, COM ESTA GENTE QUE TEMOS…?




Bacelar de Vasconcelos, reconhecido constitucionalista, considera que o “PSD e CDS foram desautorizados e humilhados”, depois de terem feito um acordo que os tinha obrigado a “engolir sapos vivos” para ir ao encontro “daquilo que pensavam ser o que o Presidente queria”. Pior que isto, “o Presidente coloca o ónus da responsabilidade nacional sobre o PS quando esta crise foi criada por este governo e nada foi feito para abrir esta porta de entendimento com os socialistas”.

Pergunta Bacelar de Vasconcelos: “Como é que o PSD e o CDS, depois de tudo o que fizeram, ainda por cima humilhados desta forma, vão agora caucionar um acordo a três?

Há uma enorme diferença entre os dois últimos Presidentes da República: Cavaco Silva aponta o seu caminho próprio, impondo (ou tentando impor) a sua vontade, sugerindo soluções e minando as “resistências”; Jorge Sampaio vigiava políticas e, embora lhe pudesse custar, não tinha medo de cumprir as suas incumbências e de assumir a responsabilidade dos seus deveres para com a Nação – tinha (e tem) a coragem dos grandes Homens.

Ser garante da democracia é, quando se torna impossível garantir o normal funcionamento das instituições e zelar pelo cumprimento da Constituição, ter a coragem e a obrigação de consultar o povo – convocar eleições.

Em democracia, só o Povo é soberano. Aqueles que impõem a austeridade contra a vontade de quem os elegeu, fazendo vingar soluções contrárias às promessas feitas (mentirosos), que se socorrem de acordos para os quais não estão (ou foram) mandatados (usurpadores), assumem posturas de prepotência contrárias as normas constitucionais vigentes não são soberanos (pois que em democracia só há um soberano – o povo) nem são democratas – têm outro nome (aqui os nomes possíveis).


Quem tem medo da democracia?

Claro que, face às evidências, não vou responder a esta pergunta. Todavia quero relembrar que as forças obscuras que têm tentado camuflar esta “nova ordem mundial” passaram de imediato à chantagem: o aumento das taxas de juro da dívida, a valorização da subserviência, aprovando antecipadamente um governo, antes que a proposta fosse ratificada ou aceite pelo Presidente… valorizando quem descaradamente mentiu aos portugueses (como a ex-secretária de Estado do Tesouro, actual ministra das Finanças, no Parlamento, relativamente aos SWAPS), etc.

É possível que este meu desabafo tenha uma actualidade muito precária, visto que mais logo (pela noitinha) ou amanhã os resquícios de dignidade dos membros governamentais visados ou dos partidos que os apoiam possam ter tomado qualquer atitude que venha baralhar ainda mais as peças deste tabuleiro; por exemplo, ressuscitando a demissão do MNE ou o reconhecimento público de incapacidade por parte do PM, demitindo-se.

Por fim, pareceu-me ver na atitude do Sr. Presidente da República uma preocupação em tutelar a nossa democracia. Acho muito estranho que em 2013 ainda se pense deste modo; mas, se assim for, quero gritar bem alto para que todos ouçam e as instituições apreendam que a democracia portuguesa já com quase 40 anos de idade e não necessita de tutela nem de tutor.

Amanhã, o mais tardar, teremos novidades. Estejam atentos ao futebol…!


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