Diz o povo, no seu saber milenar, que "um
homem pequenino ou é velhaco ou bailarino". O saber experimentado
do povo permite fazer tal afirmação. É uma proposição que, neste caso,
configura uma "regra geral"
relativa à apreciação da dimensão física de cada indivíduo e relacionada com as
suas apetências (e competências) ou capacidades.
Marques Mendes, homem de baixa estatura física, poderá ser
uma ilustração deste aforismo. Aparece com regularidade – mais do que seria
desejável – na televisão (TVI) ora como arauto para as más notícias, ora como
simples intérprete das alcoviteirices que lhes são solicitadas pelos membros do
governo ou correligionários partidários. Fá-lo de tal maneira que sugere a arte
da revolução nos palcos ao som da música – o bailado; e, um homem, apesar de
baixa estatura, que seja intérprete de bailado é um Bailarino.
Ora, o adágio popular, na sua versão original, apresenta-se
como uma enunciação alternativa disjuntiva. Concluindo que a referida personagem
televisiva é bailarina, levar-me-ia a excluir a primeira alternativa do ditado
popular. Todavia, penso que, neste caso e com esta pessoa, há uma excepção à
regra: deixa de ser uma proposição alternativa
disjuntiva para passar a ser uma proposição
copulativa.
…é velhaco e
bailarino!
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