O PLANO MARSHALL E A
EUROPA
Com a devastação provocada pela II Grande Guerra (1939-1945),
a Europa enfrentou um enormíssimo número de manifestações de contestação aos
governos estabelecidos. Os Estados Unidos temeram que a crise europeia pudesse
pôr em risco o futuro do capitalismo, prejudicando a sua própria economia, o
que outorgaria espaço à expansão do comunismo.
George Catlett Marshall, secretário de Estado
Norte-Americano, apresentou, no dia 5 de Junho de 1947, na Universidade de
Harvard, em Nova Iorque, um projecto de política de estabilização, de
fortalecimento das forças de resistência económica e as linhas gerais da política
económica para os países da Europa Ocidental – mais tarde conhecido como Plano
Marshall.
"A política dos
Estados Unidos não é dirigida contra um país ou uma ideologia",
esclareceu Marshall, "mas contra a fome, a pobreza, o desespero e
o caos." E acrescentou: "Quem tentar bloquear a reconstrução de
outros países não pode esperar ajuda.
Estaline não pretendia beneficiar desta ajuda, pois
considerava-a uma ameaça.
A ajuda financiada pelo Plano Marshall não aconteceu apenas
na Alemanha. Até 1952, outros países europeus ocidentais necessitados receberam
adubo, matérias-primas, combustíveis, máquinas e medicamentos no valor
aproximado de 13 mil milhões de dólares. Da ajuda americana de quase 3,3 mil
milhões de dólares, o governo de Alemão pagou mais de mil milhões de dólares
até meados de 1978, como previa o acordo. O restante foi depositado pelos
importadores alemães em moeda nacional (marco) no chamado fundo de compensação
que, conforme o acordo assinado em Dezembro, reunia o chamado recurso especial (ERP).
Este dinheiro ficava separado dos demais recursos federais e também do
orçamento da República Federal Alemã. Ele era usado para empréstimos de longo
prazo e juros bastante favoráveis, principalmente às pequenas e médias empresas.
A transação bancária desses créditos era feita pelo
Instituto de Crédito para Reconstrução e pelo Banco Alemão de Compensação. Isso
não era nenhuma ninharia, pois o "exercício" do Plano Marshall
rendeu à Alemanha quase 120 mil milhões
de marcos, entre 1949 a 1993. Posteriormente, a quando da unificação da
Alemanha em 1990, esta quantia transitou (na sua grande maioria) para os Estados
da antiga República Democrática Alemã, sendo utilizada sobretudo na criação de
empresas, ampliação e modernização das existentes e na protecção do meio
ambiente.
Alguns historiadores têm questionado quais teriam sido os
verdadeiros motivos que levaram ao Plano Marshall e que efeitos se pretendiam
obter. Uns acreditam que os benefícios do plano foram, na verdade, o resultado
de políticas "livres"
que permitiram a estabilização de mercados através do crescimento económico; outros
criticam o plano por estabelecer uma tendência dos EUA a ajudar economias estrangeiras
em dificuldades, valendo-se do dinheiro dos impostos dos contribuintes
norte-americanos.
Hoje, apesar de tudo, reconheço que a recuperação da Europa,
destruída pela Alemanha, só foi possível com o Plano Marshall. Não pelo plano
em si próprio, mas porque este apostou no desenvolvimento da economia e no seu
crescimento – ao contrário daquilo que as actuais forças do capital pretendem
fazer.
De qualquer forma, o maior (se não o único) responsável pela
destruição da Europa – a Alemanha –
foi o principal beneficiário das
ajudas externas… E quer continuar a sê-lo… mas, agora, como único beneficiário…
Nem que, para isso, destrua outros…!
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