domingo, 17 de junho de 2012

SALVAR A EUROPA



O PLANO MARSHALL E A EUROPA

 Cartaz criado para promover o Plano Marshall na Europa.

Com a devastação provocada pela II Grande Guerra (1939-1945), a Europa enfrentou um enormíssimo número de manifestações de contestação aos governos estabelecidos. Os Estados Unidos temeram que a crise europeia pudesse pôr em risco o futuro do capitalismo, prejudicando a sua própria economia, o que outorgaria espaço à expansão do comunismo.

George Catlett Marshall, secretário de Estado Norte-Americano, apresentou, no dia 5 de Junho de 1947, na Universidade de Harvard, em Nova Iorque, um projecto de política de estabilização, de fortalecimento das forças de resistência económica e as linhas gerais da política económica para os países da Europa Ocidental – mais tarde conhecido como Plano Marshall.

"A política dos Estados Unidos não é dirigida contra um país ou uma ideologia", esclareceu Marshall, "mas contra a fome, a pobreza, o desespero e o caos." E acrescentou: "Quem tentar bloquear a reconstrução de outros países não pode esperar ajuda.

Estaline não pretendia beneficiar desta ajuda, pois considerava-a uma ameaça.

A ajuda financiada pelo Plano Marshall não aconteceu apenas na Alemanha. Até 1952, outros países europeus ocidentais necessitados receberam adubo, matérias-primas, combustíveis, máquinas e medicamentos no valor aproximado de 13 mil milhões de dólares. Da ajuda americana de quase 3,3 mil milhões de dólares, o governo de Alemão pagou mais de mil milhões de dólares até meados de 1978, como previa o acordo. O restante foi depositado pelos importadores alemães em moeda nacional (marco) no chamado fundo de compensação que, conforme o acordo assinado em Dezembro, reunia o chamado recurso especial (ERP). Este dinheiro ficava separado dos demais recursos federais e também do orçamento da República Federal Alemã. Ele era usado para empréstimos de longo prazo e juros bastante favoráveis, principalmente às pequenas e médias empresas.

A transação bancária desses créditos era feita pelo Instituto de Crédito para Reconstrução e pelo Banco Alemão de Compensação. Isso não era nenhuma ninharia, pois o "exercício" do Plano Marshall rendeu à Alemanha quase 120 mil milhões de marcos, entre 1949 a 1993. Posteriormente, a quando da unificação da Alemanha em 1990, esta quantia transitou (na sua grande maioria) para os Estados da antiga República Democrática Alemã, sendo utilizada sobretudo na criação de empresas, ampliação e modernização das existentes e na protecção do meio ambiente.

Alguns historiadores têm questionado quais teriam sido os verdadeiros motivos que levaram ao Plano Marshall e que efeitos se pretendiam obter. Uns acreditam que os benefícios do plano foram, na verdade, o resultado de políticas "livres" que permitiram a estabilização de mercados através do crescimento económico; outros criticam o plano por estabelecer uma tendência dos EUA a ajudar economias estrangeiras em dificuldades, valendo-se do dinheiro dos impostos dos contribuintes norte-americanos.

Hoje, apesar de tudo, reconheço que a recuperação da Europa, destruída pela Alemanha, só foi possível com o Plano Marshall. Não pelo plano em si próprio, mas porque este apostou no desenvolvimento da economia e no seu crescimento – ao contrário daquilo que as actuais forças do capital pretendem fazer.

De qualquer forma, o maior (se não o único) responsável pela destruição da Europa – a Alemanha – foi o principal beneficiário das ajudas externas… E quer continuar a sê-lo… mas, agora, como único beneficiário… Nem que, para isso, destrua outros…!

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