Ontem senti, verdadeiramente, o reacender do "facho"
que "iluminou" o Estado
Novo.
Vomitei o asco de ouvir o que já não ouvia há mais de 50
anos.
Aquela voz, apesar do timbre de barítono que o nosso PM tem,
fez-me lembrar uma, não menos famosa (por idênticas razões), que se
diferenciava desta por ser uma voz de falsete
e com um leve sotaque beirão – a do então Presidente do Conselho, Salazar.
O cinismo de agora fez-me lembrar o de antanho:
"...Imaginar, como fazem muitas
vezes, que as liberdades públicas estão ligadas à democracia e ao
parlamentarismo, é não ter em conta as realidades mais evidentes da vida
pública e social de todos os tempos."
[(Como se Levanta
um Estado (1937)]
"Autoridade e liberdade são dois
conceitos incompatíveis... Onde existe uma não pode existir a outra..." (Salazar: O Homem e a Sua Obra, António Ferro)
"A gratidão pertence à História,
não à política." [(Discursos (1946)]
"Havemos de chorar os
mortos, se os vivos os não merecerem".
O de agora:
"É porque tenho uma grande noção de compaixão,
de sensibilidade para os problemas, que serei determinado em resolver
duradouramente os nossos problemas" (nossos(?), de quem?), afirma PM-PPC, um ano depois da vitória
nas legislativas.
Felizmente ainda há gente a quem o medo ou a sua posição
social não os inibe de se expressarem livremente. Exemplo disto é D. Januário Torgal Ferreira, Bispo da
Forças Armadas, que, com coragem e determinação, "chamou o boi pelos seus nomes" em entrevista dada à TSF
(que pode ser ouvida aqui) – onde apelida o Governo de União Nacional e
Passos Coelho, de Salazar.
Estamos conversados…!
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