quarta-feira, 6 de junho de 2012

A MEMÓRIA DO ESTADO NOVO





Ontem senti, verdadeiramente, o reacender do "facho" que "iluminou" o Estado Novo.

Vomitei o asco de ouvir o que já não ouvia há mais de 50 anos.

Aquela voz, apesar do timbre de barítono que o nosso PM tem, fez-me lembrar uma, não menos famosa (por idênticas razões), que se diferenciava desta por ser uma voz de falsete e com um leve sotaque beirão – a do então Presidente do Conselho, Salazar.

O cinismo de agora fez-me lembrar o de antanho:

"...Imaginar, como fazem muitas vezes, que as liberdades públicas estão ligadas à democracia e ao parlamentarismo, é não ter em conta as realidades mais evidentes da vida pública e social de todos os tempos." [(Como se Levanta um Estado (1937)]

"Autoridade e liberdade são dois conceitos incompatíveis... Onde existe uma não pode existir a outra..." (Salazar: O Homem e a Sua Obra, António Ferro)

"A gratidão pertence à História, não à política." [(Discursos (1946)]

"Havemos de chorar os mortos, se os vivos os não merecerem".

O de agora:

"É porque tenho uma grande noção de compaixão, de sensibilidade para os problemas, que serei determinado em resolver duradouramente os nossos problemas" (nossos(?), de quem?), afirma PM-PPC, um ano depois da vitória nas legislativas.


Felizmente ainda há gente a quem o medo ou a sua posição social não os inibe de se expressarem livremente. Exemplo disto é D. Januário Torgal Ferreira, Bispo da Forças Armadas, que, com coragem e determinação, "chamou o boi pelos seus nomes" em entrevista dada à TSF (que pode ser ouvida aqui) – onde apelida o Governo de União Nacional e Passos Coelho, de Salazar.


Estamos conversados…!


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