Desagrada-me a generalidade dos alemães. Gosto da maioria dos portugueses. Os alemães são, regra geral, calculistas, frios, obstinados, sem emoções, egoístas… Em contrapartida, os portugueses são solidários, saudosistas, sentimentais, tristes…
Os alemães asneiram por ambição; os portugueses erram por sentimentalismo ou fidelidade.
Mas, ao invés do que é normal em mim, gostei da determinação da imprensa alemã que levou ao pedido de renúncia do seu presidente. Posso dizer, até, que gostei da postura de Christian Wulff (presidente alemão) em demitir-se. Demitiu-se na sequência de notícias e de uma investigação sobre financiamentos privados por parte de empresários "amigos"; mas teve a coragem de o fazer.
Já o mesmo não posso dizer da nossa imprensa, nem do nosso presidente; este não se demite depois de uma escandaleira como a dos benefícios pecuniários que ele e a família auferiram num negócio de favor com Oliveira e Costa, ao tempo patrão do BPN/SLN. Caso os nossos órgãos de comunicação social tivessem um comportamento como os da Alemanha, "Cavaco já devia ter-se demitido há três anos, depois de se ter provado que omitiu factos relevantes e que mentiu descaradamente num comunicado em que declarou que nunca tivera negócios com o BPN (detido a 100% pela SLN) e que as suas acções da SLN, não cotadas na bolsa, tinham sido compradas e vendidas pelo banco gestor das suas “poupanças” e não (como realmente aconteceu) por ele próprio, directamente, ao presidente do BPN/SLN" (Ver em Aspirina B).
Há de quem gosto e os de quem não gosto…! É simples!
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