Tenho andado cada vez mais encabulado com as tomadas de decisão deste nosso governo ou, pelo menos, com a forma como o fazem (que da validade dos seus actos já não acredito). Um diz de uma maneira, o outro rectifica – para esclarecimento do público –, explicando a intenção do que fora dito pelo primeiro (veja aqui, por exemplo).
Isto fez-me lembrar aquela história dum homem no comboio que, à pergunta de um outro passageiro sobre o seu destino, lhe respondeu:
– Vou para o Porto.
Ao que o inquiridor retorquiu:
– Ah! O senhor vai definitivamente para o Porto, por lá residir…
Retorquiu o primeiro, já desagradado com a conversa:
– Oh homem! Vou, simplesmente, lá…
O curioso indagante, assumindo uma postura professoral, diz-lhe:
– Então, deveria dizer, tão simplesmente, vou ao Porto…
Passados alguns minutos de um silêncio pesado, o passageiro inquiridor, à laia de repor a cordialidade aparentemente perdida, perguntou, entre admiração e crítica:
– Não me diga que ficou aborrecido com a minha observação…?
– Não – retorquiu o interlocutor – somente aflorou uma dúvida no meu espírito; Não sei se o hei-de mandar à merda ou para a merda…
Então não querem lá ver que aflorou exactamente a mesma dúvida no meu espírito, relativamente ao discurso dos nossos governantes, na escolha da conjunção a utilizar… Quanto ao local, não tenho dúvidas…
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