sábado, 27 de julho de 2013

A CONFUSÃO DA LÍNGUA EM CABEÇAS MAL PREPARADAS…




Depois de ouvir a forma como os nossos governantes tratam a nossa língua pátria – dizendo, por exemplo, “sejemos realistas”, ou “cidadões nacionais” ou ainda “nunca o fiz, não faço nem façarei”, etc., percebi a grande confusão que deve ir naquelas cabeças…

Tomemos com exemplo a possíveis eventuais interpretações que farão em relação às palavras de ordem que ouvem dos manifestantes em protesto:

Não à austeridade!
Pensarão: “se não austeridade, há que dá-la”…

Não à retirada de direitos!
Dirão: “se não retirada de direitos, há que retirá-los”…

Não à pobreza!
Comentarão: “se não pobreza, há que criá-la”…

Não à diminuição do estado social!
Ponderarão: “se não diminuição do estado social, há que diminui-lo”…

Não à diminuição do direito ao trabalho!
Determinarão: “se não diminuição do direito ao trabalho, há que diminuir esse direito”…


Dá-me ideia que (quem sou eu para ter ideias destas!?) para desempenhar funções em qualquer órgão de soberania deveria ser obrigatório ter uma aprovação (mesmo que fosse no ensino básico, mas com nota positiva) na disciplina de português; acho que seria bom (são manias!); acho que, até, deveria ser obrigatório (se calhar não deveria exagerar!). Julgo que, desta forma, se evitaria muitos mal entendidos na relação democrática com os eleitores. Por exemplo ficariam a saber que a expressão “honrar a palavra” quer dizer “cumprir o prometido”…

Depois não venham com desculpas: “É do Acordo Ortográfico…e tal, e tal…”

O Acordo Ortográfico pode ser muito mau, mas não pode ser responsabilizado pela ignorância e pela estupidez… Acreditem (ou será acreditam).


terça-feira, 23 de julho de 2013

O EVANGELHO SOCIAL




Diz o “el Pais”, e em português, que “Francisco lançará no Brasil o Evangelho Social para as Américas e o Mundo”. Não vi (embora admita que possa ter havido) qualquer referência a este acontecimento na imprensa portuguesa – coisa que não é de admirar.

Francisco, que ocupou a cadeira de Pedro proveniente da “periferia da Igreja”, escolheu o seu continente de origem para apresentar o programa a um milhão de jovens vindos de toda parte do mundo. Escolheu o Brasil, país cujas veias ainda estão abertas devido à profunda desigualdade social, para se dirigir às periferias abandonadas e humilhadas do planeta e aos países emergentes que podem cair na tentação de colocar as suas riquezas nas mãos daqueles que menos as necessitam.

Até agora, mediante a simbologia dos gestos e algumas afirmações importantes, Francisco esboçou a originalidade do seu pontificado: quer centrar-se nos “esquecidos do planeta”, nos marginalizados e abandonados nas valetas da sociedade da opulência, para que se promovam à dignidade de seres iguais, com os mesmos direitos.

Pediu que a Igreja não só se preocupasse com os pobres, mas que ela própria fosse pobre e distribuísse o remanescente pelos demais; chegou a expressar tristeza ao visitar o parque automóvel de carros de luxo dos prelados do Vaticano, a quem pediu austeridade como um exemplo de vida (austeridade aos poderosos, não aos oprimidos); criticou as “máfias” abrigadas no Banco do Vaticano; continua a viver num quarto de hotel, depois de renunciar aos aposentos pontifícios; foi-se despojando dos símbolos do poder que por séculos afastaram o papa de Roma dos seus crentes; criticou a “tirania do dinheiro” e a “globalização da indiferença” pelos que sofrem; está mais interessado no que as pessoas “fazem pelos outros”, principalmente os desfavorecidos pela sorte, do que nas suas crenças religiosas.

A sua visão do futuro da Igreja, com que sonha, não passa pelas antigas teologias de subordinação e aliadas ao poder.

A teologia que Francisco pregará é a do “evangelho social” do cristianismo, que não é ideológico, mas prático – a repartição da riqueza.

Ele quer que esta seja a nova revolução social, com menos teorias teológicas e ideológicas e mais dirigida a quem sofre.


Pretende-se que a mensagem de Francisco sirva a crentes de qualquer deus ou religião, agnósticos e ateus.

Estou, de veras, curioso…!

Será que ao fim de dois mil anos se inicia a divulgação do evangelho cristão, sem ligações a estruturas de poder…?

Estou, no mínimo, curioso…!


sábado, 13 de julho de 2013

A DIFERENÇA




Pertencem ambos à CDU (Christlich Demokratiche Union – União Democrata Cristã) – Helmut Kohl e Angela Merkel. Poderíamos dizer que teriam a mesma ideologia político-partidária… Aparentemente, sim; mas as diferenças são abissais e não têm que ver somente com a diferença de idade, de local de nascimento, de religião ou género. Vejamos:

Angela Merkel nasceu em Hamburgo (Alemanha Federal ou Alemanha Ocidental) a 17 de Julho de 1954. Pouco tempo depois de nascer o seu pai foi nomeado pastor da Igreja de Quitzow tendo-se mudado, com a família para Templin (Alemanha de Leste).
Desta forma, Merkel cresceu numa região rural, a 80 km a Norte de Berlim. Gerd Langguth, ex-quadro da CDU, afirma no livro seu sobre Angela Merkel que a possibilidade da família viajar livremente do Leste para a Alemanha Ocidental, durante anos, bem como a posse de dois automóveis permite concluir que o pai tinha uma relação “simpática” com o regime comunista, uma vez que tal liberdade e privilégios dados a um pastor cristão e à sua família teriam sido impossíveis na Alemanha do Leste (comunista).

Helmut Kohl nasceu em Ludwigshafen am Rhein, a 3 de Abril de 1930. Foi um político alemão, chanceler do país de 1982 a 1998. É católico e democrata cristão.
Helmut Kohl orientou o processo de integração da República Democrática Alemã (Alemanha de Leste) e da República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), que teve início em 1990. Teve o arrojo de assumir esse grande desígnio político, mas enfrentou também as dificuldades sociais e económicas (a elevada taxa de desemprego, por exemplo) que o processo de integração acarretou. Simultaneamente, é considerado um dos grandes arquitectos da União Europeia e uma das individualidades essenciais na tomada de decisões no Velho Continente.

Ambos – Kohl e Merkel – desempenharam (Angela ainda desempenha) funções de Chanceler do País.
Então, qual a diferença?

A diferença é-nos transmitida (para quem ainda não se tenha apercebido que existem diferenças) por Gertrud Höhler numa entrevista concedida à TSF, a propósito do lançamento do seu livro “Estratégia Merkel – o projecto implacável da chanceler de ferro que põe em perigo a União Europeia”.

Esta antiga conselheira de Helmut Kohl assume-se como uma voz crítica da actuação de Angela Merkel. Vejamos alguns realces da entrevista:

Merkel até aceitou que lhe chamassem Rainha da Europa, sem contestar, sem afirmar: ‘atenção, eu sou meramente a chanceler da Alemanha’";

O Sul da Europa é o destino de Merkel, porque as vozes críticas da austeridade excessiva já se fazem ouvir em Berlim, enviando sinais ainda tímidos de que o vento se está a virar a favor do Sul”;

Portugal pode decidir as suas condições, pedir mais tempo para pagar o empréstimo internacional e recusar aceitar simplesmente as cartas que lhe dá a Merkel ou tolerar medidas de austeridade que vão contra a identidade cultural”;

Não se pode construir um ideal da Europa baseado na escravidão dos países dependentes, porque isso destruiria o ideal da própria Europa”;

Não se pode construir uma Europa baseada em estados-membros humilhados. Aí, acaba-se o sonho europeu”;

Para Gertrud Höhler, os portugueses são o povo melhor posicionado para traçar o destino de Merkel, porque Portugal sempre foi cumpridor. Agora, defende que Portugal deve mostrar sinais de cansaço face às medidas de austeridade que lhe foram impostas pela troika.

Já alguém disse (penso que ressalvando o povo alemão): “A Alemanha de Merkel conseguiu, com o euro, o que a Alemanha de Hitler não conseguiu com as divisões Panzer”.

Olhando para esta dissemelhança de Chanceleres Alemães, relembro com nostalgia alguns nomes cuja grandeza do seu carácter, a abnegação, a dimensão intelectual e de estadista permitiram: Jean Monnet, Konrad Adenauer, Robert Schuman, Jacques Delors, Romano Prodi e tantos outros (alguns quase anónimos) que contribuíram para a união dos povos…

Merkel é que não…!

Mas, pior que tudo, é quando olhamos para a dimensão dos nossos actuais governantes. Não passam de meros adoradores do diabo… Irresponsáveis que pretendem ter “lealdade” (subserviência, escravidão) com quem destrói o povo a que pertencem.

Pior que isto, não há…!


sexta-feira, 12 de julho de 2013

PARABÉNS! TIVEMOS HOMEM…




Não sou, como já várias vezes o afirmei, um apoiante de António José Seguro; mas, hoje, dia do debate do estado da nação, reconheço que esteve diferente. Hoje, gostei da forma como se comportou no parlamento; hoje, afirmou-se como um líder (pondo de parte os tiques e maneirismos dos “jotas”); hoje, marcou a diferença.

Espero que o PS e o seu líder se mantenham alertas e firmes nesta determinação.

Todos nós devemos estar em alerta; pois, como diz Estrela Serrano no seu blog Vai e vem: “pretender, como o fez o Presidente, que o PS apoie ou se junte à coligação na fase do seu estertor, com o argumento da ‘salvação nacional’ é uma forma descarada de chantagem que deve ser denunciada”.

Já agora e a propósito, também gostaria de perceber o Comunicado da Presidência da República, de hoje 12-7-2013, quais as suas intenções e objectivos. Não consigo entender a sua pertinência…


quinta-feira, 11 de julho de 2013

QUE FUTURO, COM ESTA GENTE QUE TEMOS…?




Bacelar de Vasconcelos, reconhecido constitucionalista, considera que o “PSD e CDS foram desautorizados e humilhados”, depois de terem feito um acordo que os tinha obrigado a “engolir sapos vivos” para ir ao encontro “daquilo que pensavam ser o que o Presidente queria”. Pior que isto, “o Presidente coloca o ónus da responsabilidade nacional sobre o PS quando esta crise foi criada por este governo e nada foi feito para abrir esta porta de entendimento com os socialistas”.

Pergunta Bacelar de Vasconcelos: “Como é que o PSD e o CDS, depois de tudo o que fizeram, ainda por cima humilhados desta forma, vão agora caucionar um acordo a três?

Há uma enorme diferença entre os dois últimos Presidentes da República: Cavaco Silva aponta o seu caminho próprio, impondo (ou tentando impor) a sua vontade, sugerindo soluções e minando as “resistências”; Jorge Sampaio vigiava políticas e, embora lhe pudesse custar, não tinha medo de cumprir as suas incumbências e de assumir a responsabilidade dos seus deveres para com a Nação – tinha (e tem) a coragem dos grandes Homens.

Ser garante da democracia é, quando se torna impossível garantir o normal funcionamento das instituições e zelar pelo cumprimento da Constituição, ter a coragem e a obrigação de consultar o povo – convocar eleições.

Em democracia, só o Povo é soberano. Aqueles que impõem a austeridade contra a vontade de quem os elegeu, fazendo vingar soluções contrárias às promessas feitas (mentirosos), que se socorrem de acordos para os quais não estão (ou foram) mandatados (usurpadores), assumem posturas de prepotência contrárias as normas constitucionais vigentes não são soberanos (pois que em democracia só há um soberano – o povo) nem são democratas – têm outro nome (aqui os nomes possíveis).


Quem tem medo da democracia?

Claro que, face às evidências, não vou responder a esta pergunta. Todavia quero relembrar que as forças obscuras que têm tentado camuflar esta “nova ordem mundial” passaram de imediato à chantagem: o aumento das taxas de juro da dívida, a valorização da subserviência, aprovando antecipadamente um governo, antes que a proposta fosse ratificada ou aceite pelo Presidente… valorizando quem descaradamente mentiu aos portugueses (como a ex-secretária de Estado do Tesouro, actual ministra das Finanças, no Parlamento, relativamente aos SWAPS), etc.

É possível que este meu desabafo tenha uma actualidade muito precária, visto que mais logo (pela noitinha) ou amanhã os resquícios de dignidade dos membros governamentais visados ou dos partidos que os apoiam possam ter tomado qualquer atitude que venha baralhar ainda mais as peças deste tabuleiro; por exemplo, ressuscitando a demissão do MNE ou o reconhecimento público de incapacidade por parte do PM, demitindo-se.

Por fim, pareceu-me ver na atitude do Sr. Presidente da República uma preocupação em tutelar a nossa democracia. Acho muito estranho que em 2013 ainda se pense deste modo; mas, se assim for, quero gritar bem alto para que todos ouçam e as instituições apreendam que a democracia portuguesa já com quase 40 anos de idade e não necessita de tutela nem de tutor.

Amanhã, o mais tardar, teremos novidades. Estejam atentos ao futebol…!


sexta-feira, 5 de julho de 2013

DE QUEM É A CULPA?




A culpa é do pólen dos pinheiros
Dos juízes, padres e mineiros
Dos turistas que vagueiam nas ruas
Das strippers que nunca se põem nuas

Da encefalopatia espongiforme bovina
Do Júlio de Matos, do João e da Catarina
A culpa é dos frangos que tem HN1
E dos pobres que já não têm nenhum

A culpa é das "Putas" que não pagam impostos
Que deviam ser pagos também pelos mortos
A culpa é dos reformados e desempregados
Cambada de malandros feios, excomungados

A culpa é dos que tem uma vida sã
E da ociosa Eva que comeu a maçã
A culpa é do Eusébio que já não joga a bola
E daqueles que não batem bem da tola

A culpa e dos putos da casa Pia
Que mentem de noite e de dia
A culpa é dos traidores que emigram
E dos patriotas que ficam e mendigam

A culpa é do Partido Social Democrata
E de todos aqueles que usam gravata
A culpa é do BE, do PS e do PCP
E dos que não querem o TGV

A culpa até pode ser do urso que hiberna
Mas não será nunca de quem governa...



Recebido por e-mail, com a informação de autor desconhecido.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

TENHO-ME REMETIDO AO SILÊNCIO…





Tenho-me remetido ao silêncio. Não porque não tenha opinião sobre estes acontecimentos irresponsáveis dos últimos dias; mas, não me dão azo para os poder comentar em tempo oportuno – no entretanto, a realidade já é outra, bem diferente. Mudam de opinião muito rapidamente.

Tenho-me remetido ao silêncio tão-somente porque, quando acabasse de emitir a minha opinião sobre um qualquer acontecimento protagonizado por qualquer dos actuais responsáveis políticos deste País, essa “realidade” já não existia ou estaria nos antípodas das suas intenções iniciais.

Tenho-me remetido ao silêncio porque já não tenho idade para aceitar estes jogos de garotos, tanto mais que já não suporto os insultos permanentes destes irresponsáveis…

Tenho-me remetido ao silêncio porque seria o meu fim, se o não fizesse. Já não corro nem tenho velocidade suficiente como a de outrora. Se me entusiasmasse com a minha argumentação e agisse em sua conformidade, já não conseguiria fugir e pereceria, ali, à mão dos “caceteiros”.

Tenho-me remetido ao silêncio… Mas, por favor, não me obriguem a agir contra a minha própria natureza. O meu silêncio é temporário, pois a minha dignidade, conjuntamente com a do restante povo a que pertenço, impele-nos a desejar antes a morte que esta sorte…!

Não se iludam, garotos…! O preço do nosso silêncio é a liberdade.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

SWAP





Como diz Francisco Seixas da Costa “elegantemente” no seu post, “Swap em português: Trocar”.

Já só falta uma dúzia… Na feira das trocas...