sexta-feira, 8 de março de 2013

A TI, MULHER



 Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.


8 de Março de 2013

Escrevo-te, hoje, mãe, mulher, companheira, filha, sogra, nora… Escrevo-te, hoje, porque tenho de aproveitar a boa vontade daqueles que criaram um dia para ti – Mulher –, mesmo sabendo que até neste dia te desrespeitam.

A ti, mãe, que educaste os teus filhos nos princípios da liberdade e do respeito pelos outros e, agora, vês-te traída pela prática indecorosa que os teus filhos põem nos teus ensinamentos…

A ti, mulher e companheira, que vês o agradecimento dos teus sacrifícios quotidianos serem vilipendiados pela violência doméstica, já ébria dos álcoois do desencanto e fruto das expectativas goradas da escravidão do momento…

A ti, filha, que também és mãe, que te vês remetida às origens da casa materna, por ser o último recurso que te resta e aos teus filhos, depois da espoliação a que estes energúmenos do poder instituído te sujeitaram…

A ti, filha, que, a exemplo dos teus irmãos, viste ser roubado o sonho e o futuro imaginado – que para isso estudaste – e vives, não na recordação de bons tempos, mas na narração, para ti ficcionada, da utopia da tua mãe…

A ti, que és a nossa réstia de esperança, de conforto, de apoio, de combate, de repouso e de cura, não nos esqueças, como nós tantas vezes o fazemos pela troca viciosa dos momentos sem história.

Só reconhecendo o teu valor teremos coragem para mudar o mundo. És a nossa musa e a nossa força.

A ti mãe, mulher, companheira, filha, sogra e nora, um muito obrigado…!

A exemplo de todos os dias, hoje – 8 de Março – um bem haja muito especial…!

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