quarta-feira, 27 de março de 2013

O FILÓSOFO



Não percebi o que quis dizer, mas acho muito profundo…

Deliciem-se com este pensamento eloquente:

Eu quis aqui estar hoje porque, num tempo em que somos confrontados diariamente com a gestão da incerteza e a gestão das incógnitas, é importante que aqueles que têm responsabilidades públicas sejam capazes em cada uma das áreas de ter respostas concretas para o que é concreto e respostas objectivas para o que é específico”. (Fonte)

Só uma mente iluminada, como esta, se poderia pronunciar desta forma… A sua mente está para a filosofia assim como a sua voz (ouçam-no em "Grândola, vila morena") está para o canto lírico.

Enfim, é o que temos…!

sábado, 23 de março de 2013

CHEIRAM A MEDO…!



Marques Mendes, homem pequeno – que não é bailarino –, tem tentado esmerar-se nas considerações mais populistas que a sua capacidade intelectual tem permitido. Não se poderá chamar, como muitos o tentam fazer, de comentador; pois, para ser comentador deveria tecer comentários, críticas e demais apreciações sobre um evento, acontecimento ou tomada de atitude. Como este pseudo-comentador somente ficciona acontecimentos, futura eventos e prevê cenários fantasiosos não se poderá chamar de escoliasta. Também não o chamarei de vendedor de “banha-da-cobra”; não! O vendedor de “banha-da-cobra”, para poder ganhar uns tostões mais facilmente, limitava-se a sobrevalorizar um placebo como solução para todos os males… E não é isto que este homem pequenino – que não é bailarino – tenta fazer quando forja acontecimentos ou, mais grave ainda, sem saber das razões e dos porquês se transforma em porta-voz do poder instalado. Apelidá-lo-ei, tão-somente, de arauto da desgraça.

Porquê arauto da desgraça…?

- Porque, fruto do medo que se instalou nas hostes a que se arregimentou, propala o terror das penas supremas para quem não acatar os desígnios do “bem” – os preconizados pela “voz do dono”;

- Porque, qual pregador medievo ou do tempo da inquisição, anuncia as desgraças apocalípticas para quem não cumprir o que lhe está determinado;

- Porque – e vejam a mesquinhez – tem medo de perder (como irá acontecer, em breve) as prerrogativas que lhe deram… Sim, digo bem, “deram”; pois nunca teve capacidade de as conquistar.

Só assim compreendo a forma do discurso que apresentou no “Jornal da Noite” da SIC, em conversa com a Maria João Ruela, hoje, 23 de Março: Tem medo de José Sócrates… Mas não é o único…

Eles bem cospem para o ar e assobiam para o lado tentando disfarçar; mas o cheiro atraiçoa-os – cheiram a medo…!

Se não viram o vídeo da Opinião de Marques Mendes, na SIC, não perderam nada; se quiserem vê-lo na http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2013/03/23/a-opiniao-de-marques-mendes, sigam as instruções… Os € 0,60 são com IVA incluído à taxa legal de 23%.



sexta-feira, 15 de março de 2013

METEM-ME NOJO…







Não temos líderes…!




Temos chefias políticas arregimentadas que mais parecem os sargentos dos séculos XVII e XVIII, os “agentes da autoridade” (PSP) do primeiro lustre do século XX ou os chefes de posto (GNR) do mesmo período…

Aos oficiais, de então, era necessário cultura, nobreza, dignidade e honra. Aos sargentos e demais representantes da autoridade bastava-lhes saberem ler, mesmo que não compreendessem o “escrito”. Grassava a iliteracia…

Todavia, quem sabia da guerra eram os sargentos, estes infatigáveis condutores de homens que não se limitavam a dar ordens – acompanhavam as ordens com o seu exemplo… Eram tão vítimas quanto os seus mandados.

Quando me refiro às chefias políticas arregimentadas e à sua aparente parecença com os sargentos e demais agentes da autoridade, não os quero comparar a esta nobre gente de antanho, mas tão-somente ao caricato dos personagens, porque estes quadros militares não merecem ser comparados com a estirpe de chefias políticas que proliferam no nosso país. Muito menos os posso equiparar com os analfabetos oficiais de outros séculos, porque a estes era-lhes exigido cultura, nobreza, dignidade e honra, que as nossas chefias políticas já deram provas de não possuir quaisquer destes predicados.

Não temos líderes – temos chefes opressores sem carácter…


Embora mandem… E exerçam o poder discricionariamente… Não lideram…!


São cínicos… Arrogantes… Mentirosos… Presunçosos… Despóticos…


…Metem nojo…!

sexta-feira, 8 de março de 2013

A TI, MULHER



 Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.


8 de Março de 2013

Escrevo-te, hoje, mãe, mulher, companheira, filha, sogra, nora… Escrevo-te, hoje, porque tenho de aproveitar a boa vontade daqueles que criaram um dia para ti – Mulher –, mesmo sabendo que até neste dia te desrespeitam.

A ti, mãe, que educaste os teus filhos nos princípios da liberdade e do respeito pelos outros e, agora, vês-te traída pela prática indecorosa que os teus filhos põem nos teus ensinamentos…

A ti, mulher e companheira, que vês o agradecimento dos teus sacrifícios quotidianos serem vilipendiados pela violência doméstica, já ébria dos álcoois do desencanto e fruto das expectativas goradas da escravidão do momento…

A ti, filha, que também és mãe, que te vês remetida às origens da casa materna, por ser o último recurso que te resta e aos teus filhos, depois da espoliação a que estes energúmenos do poder instituído te sujeitaram…

A ti, filha, que, a exemplo dos teus irmãos, viste ser roubado o sonho e o futuro imaginado – que para isso estudaste – e vives, não na recordação de bons tempos, mas na narração, para ti ficcionada, da utopia da tua mãe…

A ti, que és a nossa réstia de esperança, de conforto, de apoio, de combate, de repouso e de cura, não nos esqueças, como nós tantas vezes o fazemos pela troca viciosa dos momentos sem história.

Só reconhecendo o teu valor teremos coragem para mudar o mundo. És a nossa musa e a nossa força.

A ti mãe, mulher, companheira, filha, sogra e nora, um muito obrigado…!

A exemplo de todos os dias, hoje – 8 de Março – um bem haja muito especial…!

quinta-feira, 7 de março de 2013

IMBECIS, INCOMPETENTES… CRIMINOSOS





Mais do que imbecis e incompetentes, são criminosos.

Quem…?

-     Em primeiro lugar são os professores do PM-PPC que, se calhar cansados de o verem na universidade durante tantos e tantos anos, o foram aprovando nas diversas cadeiras que constituíam o curso de Economia (?);

-     Depois, quem lhe deu a oportunidade de forjar um currículo simulador de competências, convidando-o, mesmo sabendo da sua mínima valia, para desempenhar funções pomposas de "Administrador não Executivo"…;

-     Por último, "as sanguessugas do poder a qualquer preço" que criaram a "marioneta" que lhes permitiria reinstalar o sistema político saudoso do Estado Novo ou, quiçá, pior ainda – o Neo-liberalismo escravizante e destruidor do Estado Social.


Apesar disto tudo – que grande descaramento –, sabendo que não iria cumprir nenhuma das promessas que tinha feito ao eleitorado, quis dar um ar de respeitabilidade ao defender, antes de ajudar a deitar abaixo o governo socialista (em Novembro de 2010), a responsabilização civil e criminal dos culpados pelos maus resultados da economia do país. E disse mais: "se nós temos um Orçamento e não o cumprimos, se dissemos que a despesa devia ser de 100 e ela foi de 300, aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa também têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos e pelas suas acções".


Senhor PM-PPC, está nas suas mãos cumprir este seu desejo… Feche-se numa cela (conjuntamente com os seus ministros) e lance fora as chaves. Nós encarregar-nos-emos de lhes dar sumiço, para que cumpram integralmente as suas penas e evitem piores males do que aqueles que, sem remédio, já fizeram a este povo, a esta nação e a este país.

Se não quiser encerrar-se numa cela, Emigre…! Nós não perdoamos, mas agradecemos…!



segunda-feira, 4 de março de 2013

PERDÃO DA DÍVIDA… ALEMÃ




Tão diferente que foi… Havia um sentimento de humanidade…

Hoje, esse sentimento de humanidade foi substituído pelas "Leis do Mercado", pela "Exploração do Homem" e pela "Subjugação dos Povos, das Nações e dos Países".

Fez 60 anos no passado dia 27 de Fevereiro que foi assinado o Acordo de Londres[i] sobre as dívidas alemãs.

Eis um pequeno resumo do conteúdo desse acordo[ii]:

1. Perdão de 50% da dívida;

2. Reescalonamento da dívida restante para um período de 30 anos. Para uma parte da dívida este período foi ainda mais alongado;

3. Condicionamento das prestações à capacidade de pagamento do devedor;

4. O acordo de pagamento visou, não o curto prazo, mas antes procurou assegurar o crescimento económico do devedor e a sua capacidade efectiva de pagamento;

5. Em caso de dificuldades, foi prevista a possibilidade de suspensão e de renegociação dos pagamentos;

6. O valor dos montantes afectados ao serviço da dívida não poderia ser superior a 5% do valor das exportações;

7. A grande preocupação foi gerar excedentes para possibilitar os pagamentos sem reduzir o consumo. Como ponto de partida, foi considerado inaceitável reduzir o consumo para pagar a dívida;

8. Outra característica especial do acordo de Londres de 1953, que não encontramos nos acordos de hoje, é que no acordo de Londres eram impostas também condições aos credores – e não só aos países endividados. Os países credores obrigavam-se, na época, a garantir de forma duradoura a capacidade negociadora e a fluidez económica da Alemanha;

9. Uma parte fundamental deste acordo foi que o pagamento da dívida deveria ser feito somente com o superavit da balança comercial. O que, "trocando por miúdos", significava que a RFA (República Federal Alemã) só era obrigada a pagar o serviço da dívida quando conseguisse um saldo de divisas através de um excedente na exportação, pelo que o Governo alemão não precisava de utilizar as suas reservas cambiais.

O Acordo de Londres de 1953 sobre a divida alemã foi assinado em 27 de Fevereiro, depois de duras negociações com representantes de 26 países, com especial relevância para os EUA, Holanda, Reino Unido e Suíça, onde estava concentrada a parte essencial da dívida.
A dívida total foi avaliada em 32 mil milhões de marcos, repartindo-se em partes iguais em dívida originada antes e após a II Guerra. Os EUA começaram por propor o perdão da dívida contraída após a II Guerra. Mas, perante a recusa dos outros credores, chegou-se a um compromisso. Foi perdoada cerca de 50% (Entre os países que perdoaram a dívida estão a Espanha, Grécia e Irlanda) da dívida e feito o reescalonamento da dívida restante para um período de 30 anos. Para uma parte da dívida este período foi ainda mais alongado. E só em Outubro de 1990, dois dias depois da reunificação, o Governo emitiu obrigações para pagar a dívida contraída nos anos 1920.

O acordo de pagamento visou, não o curto prazo, mas antes procurou assegurar o crescimento económico do devedor e a sua capacidade efectiva de pagamento.

O acordo adoptou três princípios fundamentais:

1. Perdão/redução substancial da dívida;

2. Reescalonamento do prazo da dívida para um prazo longo;

3. Condicionamento das prestações à capacidade de pagamento do devedor.

O pagamento devido em cada ano não pode exceder a capacidade da economia. Em caso de dificuldades, foi prevista a possibilidade de suspensão e de renegociação dos pagamentos. O valor dos montantes afectados ao serviço da dívida não poderia ser superior a 5% do valor das exportações. As taxas de juro foram moderadas, variando entre 0 e 5 %.
A grande preocupação foi gerar excedentes para possibilitar os pagamentos sem reduzir o consumo. Como ponto de partida, foi considerado inaceitável reduzir o consumo para pagar a dívida.

O pagamento foi escalonado entre 1953 e 1983. Entre 1953 e 1958 foi concedida a situação de período de carência, durante a qual só se pagaram juros.

Outra característica especial do acordo de Londres de 1953, que não encontramos nos acordos de hoje, é que no acordo de Londres eram impostas também condições aos credores – e não só aos países endividados. Os países credores obrigavam-se, na época, a garantir de forma duradoura, a capacidade negociadora e a fluidez económica da Alemanha.

Uma parte fundamental deste acordo foi que o pagamento da dívida deveria ser feito somente com o superavit da balança comercial. O que, "trocando por miúdos", significava que a RFA só era obrigada a pagar o serviço da dívida quando conseguisse um saldo de divisas através de um excedente na exportação, pelo que o Governo alemão não precisava de utilizar as suas reservas cambiais.

EM CONTRAPARTIDA, os credores obrigavam-se também a permitir um superavit na balança comercial com a RFA – concedendo à Alemanha o direito de, segundo as suas necessidades, levantar barreiras unilaterais às importações que a prejudicassem.

Hoje, pelo contrário, os países do Sul são obrigados a pagar o serviço da dívida sem que seja levado em conta o défice crónico das suas balanças comerciais.



[i] Um acordo que garantia a não redução do consumo interno ou a chave do crescimento económico, portanto a salvaguarda do nível de vida dos cidadãos. Exactamente o contrário do que hoje acontece em Portugal. O consumo interno é hoje um palavrão nalgumas bocas portuguesas, seja embora, de acordo com as leis da economia, o motor de uma economia. Haveria, pois, economistas nas equipas que negociaram o acordo, para além dos habituais "politico-filósofos".

[ii] De um texto de João S. Baêna