sexta-feira, 23 de março de 2012

ONTEM SENTI O ÓDIO…




Vai fazer, no próximo dia 25 de Abril, 38 anos que tento esquecer o ódio que via e sentia nos representantes da autoridade – a polícia e suas organizações congéneres.

Com a alvorada da democracia, acreditei que jamais veria, em Portugal, aquelas expressões cruentas e sádicas desses algozes que pululavam o Estado Novo. Julgava que essa raça tinha acabado…!

Não confundo a necessidade da utilização de certa dureza (ou mesmo violência) para combater criminosos, desestabilizadores sociais, bandos de claques violentas, gangues de malfeitores, etc. Não! Não confundo…!

Mas, aquilo que vi ontem, 22 de Março de 2012, trouxe-me à memória os tenebrosos dias vividos antes do 25 de Abril de 1974. Ontem vi no rosto da polícia os mesmos esgares de prazer sádico no uso da violência sobre os mais fracos e desprotegidos; vi, ainda, a incapacidade de raciocínio dos "animais" no cumprimento cego de ordens arbitrárias, ilegais e ilegítimas – não distinguiram a missão de acautelarem a segurança dos cidadãos, para serem eles próprios os mentores da violência; ontem, vi o ódio alimentado contra os cidadãos portugueses, já por si tão oprimidos por este governo.

Ontem, trinta e oito anos depois, apercebi-me que a quimera se tinha esfumado.

Ontem, quase chorei de raiva… Raiva por haver gente que, afirmando-se como não políticos, se servem de elucubrações financeiras e económicas para, fingindo governar, destruírem o seu próprio povo.

Ontem, de facto, vi ódio nos centuriões do regime… Mas, pior, senti o ódio de quem nos governa…!

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade, a PIDE não morreu e a censura também não. Isto acontece, porque o povo deixa, dizem que não há alternativas...
Na verdade, não vivemos em Democracia, o facto de podermos votar não chega. Para sermos democráticos, devíamos participar activamente na política, porque esta não é apenas da responsabilidade dos políticos.
Sinceramente, não sei no que isto vai dar, mas seguindo a lógica, vamos ter mais umas décadas de "Salazarismo". Quem puder, fuja para o estrangeiro, enquanto é tempo...