Em tempos escrevi (aqui) o seguinte:
"Muito bem, Sr. Primeiro Ministro!
Resta-nos continuar com o “espectáculo” e saudar, como faziam os gladiadores no Circo em Roma, aprontando-se para morrer – AVE CESAR, MORITURI TE SALUTANT (Salve César, aqueles que vão morrer saúdam-te).
Praticamente, estamos condenados a morrer na miséria: de fome, sem abrigo ou por falta de saúde…
Sr. PM, o povo não vai – quais gladiadores romanos – digladiar-se; mas, pode ter a certeza, combaterá pela sua sobrevivência e pela sua dignidade.
Não é o povo quem está a queimar Portugal… Não somos nós…!"
Hoje li o texto de Eduardo Cabrita, no CM, que nos alerta para algo muito grave que não podemos descurar:
A dívida pode ter perdão, a nova pobreza não.
Eis algumas passagens extremamente pertinentes (sublinhados nossos):
"Se algo caracteriza o capitalismo é o objetivo de maximização do lucro e a desregulação das décadas pós-Reagan/Tatcher foram uma cavalgada gloriosa da especulação sem responsabilidade social. (…)
O vício em crédito não é um pecado de devassos latinos como parece dizer a ortodoxa Merkel, luterana formada na RDA. As primeiras vítimas do colapso foram bancos americanos, islandeses ou irlandeses, salvos à custa dos contribuintes a bem do interesse geral e dos acionistas irresponsáveis. (…)
(…) Sabemos como a nossa banca promoveu a festa da dívida a bem dos lucros gigantes e do autofinanciamento de guerras de poder tipo BCP. Não vale a pena culpar da crise o RSI ou usá-la como pretexto para destruir a saúde ou a educação públicas. A dívida pública portuguesa em 2008, antes do colapso global, estava no nível médio europeu. A dívida privada é que desde 1995 passou de 80% para 250% do PIB em créditos a Berardos, Finos, habitação a preços de rico, carros sempre novos e férias a pagar um dia. Os mesmos que nada viram do desastre anunciado exigem hoje a cura de austeridade, o apoio passivo do Estado e a imediata devolução dos fundos de pensões recém-entregues ao Governo para maquilhar o défice de 2011.
Quando a Espanha diz que a redução brusca do défice é suicida, a fundamentalista Holanda derrapa e até Cameron fala em crescimento, só o glorioso Passos pretende submeter à ditadura financeira a esperança restante que era o QREN ou a contratação de professores.
Sabíamos que Álvaro ministro era o inepto timoneiro de uma nau inviável à partida. Agora, é o espantalho adiado que será culpado pelas más colheitas. Cuidado, Passos, que a dívida pode ter perdão, a nova pobreza não. Cavaco dixit."
Sem comentários:
Enviar um comentário