O governo português, principalmente através do seu primeiro-ministro,
insiste em colar-se aos poderosos (principalmente se estes têm carácter de dominadores);
não o faz para se afirmar como um par entre iguais, mas tão só para ser notado
na relação que tem para com eles – servi-los.
O PM-PPC tem-se oposto, de uma forma quase histérica, á hipótese
de renegociação da dívida grega. Entende ser uma questão de princípios, de que
ele é o eminente guardião… Mais, afirma que o negociado tem de ser cumprido,
custe o que custar…
Não quero continuar a caracterizar o Sr. PM, já sobejamente
conhecido pelos seus “ditos aleatórios”. Contudo, não posso deixar de questionar
uma contradição tão evidente e imediata (nem sequer dá tempo para pensar…):
- Colher autorização dos seus parceiros negociais para
antecipar o pagamento de dívida não é
negociar…?
Quando se pretende adiar o pagamento da dívida é “negócio inadmissível”…! Se, pelo
contrário, se deseja não pagar tanto (em juros) pela dívida contraída, colhendo
autorização para antecipar o pagamento, então é um “bom comportamento” e
já não se chama renegociação.
Em suma, se está em linha com um parceiro (par entre iguais)
poderoso – pode fazê-lo. Se, pelo
contrário (embora continue a ser um par entre iguais), está em oposição ao
parceiro poderoso – é-lhe impedido.
Começo a estar farto dos burocratas da Europa, muitos deles
impreparados para desempenharem as funções em que foram investidos. E não sou o
único:
Um grupo de 300 economistas de instituições como Cambridge,
Columbia, a Universidade Complutense (Madrid) ou a Escola Superior de Estudos
Sociais (Paris) assinou um manifesto contundente contra as políticas e as
soluções empregues pela UE na Grécia. O documento, baptizado “Estamos com a
Grécia e com a Europa”, começa com um apelo às autoridades europeias que
negoceiem com “boa-fé” com aquele estado-membro e a “respeitar a decisão do
povo grego de escolher outra via” para solucionar a crise da dívida do país.
O manifesto dá razão ao governo grego, pode ler-se, “porque
as políticas europeias aplicadas até agora são um fiasco total e não trouxeram
nem recuperação económica, nem estabilidade financeira, nem empregos, nem
sequer investimento estrangeiro directo”, contrariando, por isso, todas as
medidas dos pacotes de auxílio.
Longe vai o tempo em que se tentou construir uma Europa
Unida…!
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