quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

SE AGRADA AOS PODEROSOS É BOM




O governo português, principalmente através do seu primeiro-ministro, insiste em colar-se aos poderosos (principalmente se estes têm carácter de dominadores); não o faz para se afirmar como um par entre iguais, mas tão só para ser notado na relação que tem para com eles – servi-los.

O PM-PPC tem-se oposto, de uma forma quase histérica, á hipótese de renegociação da dívida grega. Entende ser uma questão de princípios, de que ele é o eminente guardião… Mais, afirma que o negociado tem de ser cumprido, custe o que custar…

Não quero continuar a caracterizar o Sr. PM, já sobejamente conhecido pelos seus “ditos aleatórios”. Contudo, não posso deixar de questionar uma contradição tão evidente e imediata (nem sequer dá tempo para pensar…):

- Colher autorização dos seus parceiros negociais para antecipar o pagamento de dívida não é negociar…?

Quando se pretende adiar o pagamento da dívida é “negócio inadmissível”…! Se, pelo contrário, se deseja não pagar tanto (em juros) pela dívida contraída, colhendo autorização para antecipar o pagamento, então é um “bom comportamento” e já não se chama renegociação.

Em suma, se está em linha com um parceiro (par entre iguais) poderoso – pode fazê-lo. Se, pelo contrário (embora continue a ser um par entre iguais), está em oposição ao parceiro poderoso – é-lhe impedido.

Começo a estar farto dos burocratas da Europa, muitos deles impreparados para desempenharem as funções em que foram investidos. E não sou o único:

Um grupo de 300 economistas de instituições como Cambridge, Columbia, a Universidade Complutense (Madrid) ou a Escola Superior de Estudos Sociais (Paris) assinou um manifesto contundente contra as políticas e as soluções empregues pela UE na Grécia. O documento, baptizado “Estamos com a Grécia e com a Europa”, começa com um apelo às autoridades europeias que negoceiem com “boa-fé” com aquele estado-membro e a “respeitar a decisão do povo grego de escolher outra via” para solucionar a crise da dívida do país.

O manifesto dá razão ao governo grego, pode ler-se, “porque as políticas europeias aplicadas até agora são um fiasco total e não trouxeram nem recuperação económica, nem estabilidade financeira, nem empregos, nem sequer investimento estrangeiro directo”, contrariando, por isso, todas as medidas dos pacotes de auxílio.

Longe vai o tempo em que se tentou construir uma Europa Unida…!


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