O Socialismo
do século XXI é um conceito político e um slogan inventado por Heinz
Dieterich, em 1996. Foi usada por Hugo Chávez durante um discurso no Fórum
Social Mundial de 2005 e tem sido divulgada por Dieterich activamente em todo o
mundo desde 2000, especialmente na América Latina.
Todavia, o
socialismo a que nos queremos referir é outro…
O socialismo
a que nos referimos não é o produto de uma ideologia, mas da esfera de
influência de uma sociedade que baseia o seu desenvolvimento nos valores da
justiça, da verdade, da solidariedade e que faz do Estado a ferramenta do povo
para garantir o bem comum de toda a sociedade.
Em termos de
conteúdo, a Constituição reforça a participação das populações reconhecendo, também,
além da democracia representativa, a democracia participativa. Ela opõe-se ao
neoliberalismo e torna-se a promotora de uma economia mista, incluindo, entre
outras coisas, os modelos cooperativos e de solidariedade… Mais ainda, determina
a instauração dos mais importantes espaços sociais: a saúde, a educação e o
emprego.
A democracia
participativa em que acreditamos, toma forma e desenvolve-se com a
consciencialização da organização social e dos diferentes participantes a serem
envolvidos nas decisões, nas orientações políticas e económicas. É
fundamentalmente anticapitalista, sem se afirmar, no entanto, contra a propriedade
privada que aceite subordinar seus interesses individuais e de mercado aos da
comunidade – reconhece que há valores mais elevados na sociedade: a produção de
riqueza não deve ser aproveitada em exclusivo pelo “patrão”, mas partilhada
pela comunidade empresarial, organizacional ou estatal.
Os que associam
o actual socialismo às experiências socialistas do século passado ou que usam o
espectro do marxismo-leninismo para desacreditar o socialismo do século XXI, demonstram
má-fé intelectual. É, obviamente, o caso de algumas posições religiosas (pseudocristãs)
e de algumas oligarquias nacionais e internacionais. Servem, ainda, como espantalho na luta contra o
comunismo e o marxismo no intuito de impugnarem as mudanças realizadas, com
vista a modificarem as relações de poder, assim como os seus próprios privilégios.
Mas, pior
que tudo isto, é a indefinição de muitos líderes ditos socialistas que se
refugiam nas suas contradições, nos seus temores e incertezas, inviabilizando o
esclarecimento das populações com o niilismo ideológico que demonstram. Desta
forma permitem os avanços dos múltiplos movimentos anti-sociais que destroem a
confiança e a fé dos povos nos valores humanos e de partilha social.
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