Tenho lido na nossa imprensa escrita, ouvido na rádio e nas
diversas televisões o eco das afirmações do ministro-adjunto Miguel Poiares
Maduro, proferidas em Santarém, onde participou na sessão de encerramento do
XXI Congresso da Associação Nacional de Municípios, que o Governo não tem plano B, caso TC chumbe a lei da convergência das
pensões entre o sector público e o privado:
“O Governo não tem
nenhuma alternativa preparada; se o
Governo escolheu esta medida é porque entende, sabendo que é uma medida difícil,
entende que ela é aquela que melhor serve os interesses do país e porque
naturalmente a considera constitucional”.
Se “o Governo escolheu”… ?
Não deveria ser, antes, impuseram este plano ao Governo…?
“O governo não tem
plano B” […]
Não seria mais fácil dizer, somente: “O governo não tem planos…!”; mais nada.
Se, como é sabido, todos os planos para o afundamento do
país vêm da Troika e são, meramente, subscritos pelos actuais titulares dos
cargos de governação, porque é que haveriam de ter, agora, um plano – mesmo que
lhe chamassem plano B? Porquê?
Os planos são (ou deveriam ser) um projecto de realização para
fins úteis e necessários, resultantes de estudos aturados, consideradas todas
as alternativas, prevendo eventuais contratempos e, em democracia, que cumprissem
as regras legais na sua execução.
Ora – mais uma vez –, se este “governo” não faz planos, por que
carga de água haveria de ter um Plano B,
em alternativa a um plano A
inexistente?
A isso não se chama Plano! Chamem-lhe o que quiserem:
Teimosia, incompetência, cretinice, vilania, ódio, despotismo, autoritarismo,
absolutismo, reinação, brincadeira, inconsciência, infantilismo… o que quiserem;
mas não lhe chamem nem planos, nem governo.
É demais…
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