segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A DIFÍCIL TAREFA DE FRANCISCO…



O Papa Francisco enviou às conferências episcopais espalhadas pelo mundo um inquérito que deverá (ou deveria) ser distribuído pela comunidade católica, com perguntas sobre temas habitualmente pouco consensuais no seio da Igreja.

Segundo o jornal norte-americano “National Catholic Reporter”, o questionário começou a ser enviado a 18 de Outubro, acompanhado por uma carta do arcebispo Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do sínodo. Nessa missiva, Baldisseri pede aos bispos que distribuam os inquéritos “imediatamente e da forma mais ampla possível” ao maior número de párocos.

No entanto, apesar de Baldisseri pedir uma consulta “ampla”, nos EUA a exigência parece ser menor. O “National Catholic Reporter” teve acesso à carta que foi enviada para à conferência episcopal norte-americana juntamente com a versão em inglês do questionário. Nela, o secretário-geral da conferência episcopal dos EUA, Ronny Jenkins, pede aos bispos que contribuam apenas com as suas opiniões, sem consultarem a restante comunidade, contrariando, desta forma, os desígnios do Papa.


Tudo isto leva-nos a pensar:

– Será que nós, sendo leigos (e uma grande maioria laicos e republicanos) veremos o inquérito distribuído pelo Vaticano?

– Será que o inquérito já foi recebido em Portugal, passadas que são três semanas do início da remessa?


Depois de ter observado as atitudes de dois dos mais altos dignitários da igreja portuguesa – o actual e o anterior patriarca de Lisboa –, temo que o destino do inquérito seja o mesmo que a vontade do secretário-geral da conferência episcopal dos EUA: “Que os bispos contribuam apenas com as suas opiniões, sem consultarem a restante comunidade”.

Ultimamente, em Portugal, habituámo-nos a que o povo seja desrespeitado e que as suas opiniões e vontades sejam permanente e sistematicamente ignoradas, tanto política como (em último alento…) religiosamente.

Espero que a esperança alimentada pelo Papa Francisco não se transforme em mais uma grande ilusão.

Apesar de tudo, quero crer que não.


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