O Papa Francisco enviou às
conferências episcopais espalhadas pelo mundo um inquérito que deverá (ou deveria) ser distribuído pela
comunidade católica, com perguntas sobre temas habitualmente pouco consensuais
no seio da Igreja.
Segundo o jornal
norte-americano “National Catholic Reporter”, o questionário começou a
ser enviado a 18 de Outubro, acompanhado por uma carta do arcebispo Lorenzo
Baldisseri, secretário-geral do sínodo. Nessa missiva, Baldisseri pede aos
bispos que distribuam os inquéritos “imediatamente e da forma mais ampla
possível” ao maior número de párocos.
No entanto, apesar de
Baldisseri pedir uma consulta “ampla”, nos EUA a exigência parece ser menor. O “National
Catholic Reporter” teve acesso à carta que foi enviada para à conferência
episcopal norte-americana juntamente com a versão em inglês do questionário.
Nela, o secretário-geral da conferência episcopal dos EUA, Ronny Jenkins, pede aos bispos que contribuam apenas com
as suas opiniões, sem consultarem a restante comunidade,
contrariando, desta forma, os desígnios do Papa.
Tudo isto leva-nos a pensar:
– Será que nós, sendo leigos
(e uma grande maioria laicos e republicanos) veremos o inquérito distribuído pelo
Vaticano?
– Será que o inquérito já foi
recebido em Portugal, passadas que são três semanas do início da remessa?
Depois de ter observado as
atitudes de dois dos mais altos dignitários da igreja portuguesa – o actual e o
anterior patriarca de Lisboa –, temo que o destino do inquérito seja o mesmo
que a vontade do secretário-geral da conferência episcopal dos EUA: “Que os bispos contribuam apenas com as suas opiniões, sem consultarem a
restante comunidade”.
Ultimamente, em Portugal, habituámo-nos
a que o povo seja desrespeitado e que as suas opiniões e vontades sejam
permanente e sistematicamente ignoradas, tanto política como (em último alento…)
religiosamente.
Espero que a esperança
alimentada pelo Papa Francisco não se transforme em mais uma grande ilusão.
Apesar de tudo, quero crer
que não.
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