Até Cristo separou os interesses terrenos, políticos e
financeiros das conveniências celestiais, religiosos e de solidariedade social,
quando afirmou “dai, pois, a César o que
é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21).
É, portanto, errado – ou, pelo menos, de mau gosto – confundir
a “beatice” do Presidente, da sua mulher e dos fundamentalistas religiosos (de quem Jesus, já naquele tempo, reclamava “Ai
de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a
sepulcros caiados: formosos por fora, mas, por dentro, cheios de ossos de
mortos e de toda a espécie de imundície!) com o Cristianismo ou com
qualquer outra religião, seja ela qual for…
Quando o Presidente diz “penso
que foi, como a minha mulher me disse várias vezes, uma inspiração da Nossa
Senhora de Fátima e do 13 de Maio”, demonstra uma realidade bem diferente
daquela que pretende fazer-se notar:
1º - Convenceu-se que é assim, porque a mulher lho "disse várias vezes”;
2º - Demonstra não ter opinião própria e defende, tão-somente,
a opinião da mulher;
3º - Contrariamente a uma aparente conversão religiosa, opta
pela atitude dos fariseus – seita a quem Jesus Cristo chamou de hipócritas,
comparando-os a sepulcros –, transformando-se, assim, em defensor de uma nova
corrente política/religiosa;
4º - Demonstra uma enorme contradição como Presidente de um
Estado laico, ao defender aquilo a que se pode chamar de nova teocracia em que os
governos exercem no cumprimento da vontade divina. Embora mal comparado, faz-me
lembrar a queda do Xá da Pérsia e a tomada do poder pelos Ayatollah.
Se não for nenhuma destas quatro situações enunciadas, então
aconselho vivamente o Sr. Presidente a consultar um médico, pois esta confusão
apresentada poderá ser um sintoma patológico grave que, creio, poderá ser
impeditiva de continuar a presidir este País.
As melhoras…!
1 comentário:
Será prenúncio ou estado adiantado?
Vou fazer link para as 17:00
Obrigado
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