domingo, 29 de janeiro de 2012

O PAGADOR DE PROMESSAS


Não tenho qualquer filiação partidária. Considero-me um indivíduo de esquerda, socialista, defensor acérrimo do Estado Social e do Serviço Nacional de Saúde. Oponho-me, frontal e veementemente, às ideologias que não respeitem os princípios de equidade, liberdade e respeito pela pessoa humana. Abomino toda e qualquer ideia que valorize ou aceite o neoliberalismo económico na condução dos desígnios da humanidade – considero os ultraliberais execráveis.

Tudo isto para dizer que, por princípio, nada me deveria motivar para desconsiderar o actual líder do PS; salvo as suas afinidades com o líder do PSD (por enquanto primeiro-ministro) e o ministro José Relvas; correlações que remontam ao tempo em eles deambulavam pelas esferas das juventudes partidárias respectivas.

Esperei, apesar de tudo, que o Secretário-Geral do PS interiorizasse mais as suas responsabilidades de líder do maior partido da oposição; que respeitasse mais os ideais do 25 de Abril e defendesse escrupulosamente a Constituição da República Portuguesa. Acreditei, ainda, que a defesa da equidade (toda ela defendida na CRP) não se resumisse a somente 50%; isto é: quando se considera que o corte do subsídio de Natal e de Férias dos trabalhadores da Função Pública e dos Aposentados é um acto inconstitucional, exigir a aplicação do corte sobre somente um deles não deixa de ser inconstitucional, ao manter-se o outro. O que está em causa é o desrespeito do princípio de equidade.

Estas e muitas mais situações poderiam ser relembradas no tão curto espaço de tempo que leva à frente do Partido, como, por exemplo, a abstenção violenta do OE 2012.

Hoje, o Público online relatava o seguinte:
O secretário-geral do PS, António José Seguro, anunciou hoje que o site do seu partido vai registar todas as promessas que for fazendo enquanto líder da oposição (Público online).
Faço-o para que fique claro a exigência que coloco quando apresento uma promessa”, disse o líder socialista, sublinhando que é preciso “dar exemplos para reconciliar as pessoas com a política”.

Pergunto eu, agora:

Registar as promessas para quê…?

Será que António José Seguro ainda acredita que poderia vir a ser Primeiro-Ministro…?

Isto não é ingenuidade, é cegueira…!

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