sábado, 21 de janeiro de 2012

GRITO SILENCIOSO


De entre muitas crónicas que leio semanalmente, há um cronista que quase nunca perco – Pe. Anselmo Borges, no DN Opinião. Esta semana, fala-nos de ecumenismo.

E, explica, Anselmo Borges: "O ecumenismo (…) teve início no princípio do século XIX, mas, oficialmente, inaugurou-se com a Assembleia de Edimburgo em 1910. No entanto, só em 1948 se realizou em Amesterdão a primeira Assembleia Geral do Conselho Ecuménico das Igrejas, e a Igreja Católica só fez a sua conversão ecuménica profunda no Concílio Vaticano II (1962--1965), cujo cinquentenário se celebra este ano."

Mais à frente:
"(…) os cristãos foram despertando para uma consciência ecuménica global e, consequentemente, para a urgência do diálogo inter-religioso. Neste contexto, fez história o encontro entre 130 líderes religiosos mundiais, há 25 anos, em Assis, a convite do papa João Paulo II. Lembrando esse acontecimento, Bento XVI juntou, de novo em Assis, em Outubro passado, 300 líderes das principais religiões, numa "jornada de reflexão, diálogo e oração pela paz e pela justiça no mundo". Tema central: precisamente a paz e a justiça. Não foi por acaso que nessa semana o Conselho Pontifício Justiça e Paz publicou um documento, pedindo a criação de uma autoridade financeira mundial e criticando asperamente "o liberalismo económico sem regras e sem controlo". 'A situação actual é como uma guerra por causa da injustiça no mundo.'

Entre os responsáveis religiosos, de mais de 50 países, havia shintoístas, sikhs, budistas, confucianos, hindus, taoístas, jainistas, baha'is, zoroastrianos, iorubas, animistas, judeus, muçulmanos, católicos, ortodoxos, luteranos, anglicanos, baptistas... A novidade: também agnósticos e ateus."

Parece-me que há uma grande preocupação das entidades religiosas de quase todos os credos, a que se juntaram, também, agnósticos e ateus para denunciar o liberalismo económico e sem controlo.

Para que as pessoas tenham conhecimento, só falta cativar para este grupo os órgãos de comunicação para fazerem eco destas decisões e, de vez, se isolar o capitalismo diabólico e desenfreado que tenta destruir o próprio Homem. Espero que não seja tarde para os órgãos de comunicação social se libertarem das grilhetas que os prendem, se juntem ao povo e divulguem o despertar da humanidade.

Está na altura de declarar guerra à injustiça, à pobreza e às desigualdades. Está na altura de denunciar os poderes ocultos que manobram as marionetas que defendem e põem em prática os desígnios do liberalismo económico sem regras e sem controlo.

Quando ouvirem falar em "mercado", "leis do mercado", "auto-regulação do mercado"… desconfiem; aqui, mercado quer dizer opressão.

Sem comentários: