terça-feira, 25 de agosto de 2015

ORGULHO E PRECONCEITO – A PARELHA




Perdeu o seu mentor “profissional” – Ângelo Correia –, por orgulho, vaidade e falta de respeito.

Perdeu o seu orientador político e de tantas outras manipulações – Miguel Relvas –, por excesso de confiança que o exercício do poder aparentemente lhe conferiu.

Perdeu o único técnico credível no âmbito da deficiente gestão financeira do seu governo – Vitor Gaspar –, por incapacidade de liderar, conforme denunciou o ex-ministro na sua carta de demissão.

Somente a credibilidade não pode perder, pois ninguém perde o que não tem…

Teme agora perder o ilusionista – Paulo Portas –, que já tudo perdeu de honorabilidade política e que seria o único capaz de garantir o adormecimento dos eleitores, através da manipulação e da ilusão.

Não perde quem desejaria perder – Paula Teixeira da Cruz, Anabela Rodrigues e Nuno Crato (de entre muitos outros) –, porque é teimoso e, certamente, não arranjaria substitutos…

Vai certamente perder o debate televisivo para as legislativas porque, sem Portas, falta-lhe a bengala para criar a ilusão de que esta “maioria” tem planos, projectos e intenções de melhorar a vida dos portugueses.

Qual o orgulhoso e qual o preconceituoso…? São ambos – completam-se.

Só espero que o povo não perca a clarividência e a lucidez que o acompanha nos grandes momentos da nossa história e corra com esta gente… Penso que até os próprios partidos, que eles julgam representar, estão ansiosos para correr com eles.


domingo, 23 de agosto de 2015

Goldman Sachs – NATO, S.A.


Manlio Dinucci
REDE VOLTAIRE | ROMA (ITÁLIA) | 20 DE AGOSTO DE 2015




Depois de ser secretário-geral da NATO, de 2009 a 2014 (sob comando dos Estados Unidos), Anders Fogh Rasmussen assumiu o posto de consultor internacional da Goldman Sachs, o mais poderoso banco dos Estados Unidos.








O mais poderoso banqueiro privado do mundo, Lloyd Blankfein, presidente do Goldman Sachs, disse "fazer o trabalho de Deus" (sic). Para punir os pecadores, ele recorreu aos serviços de Anders Fogh Rasmussen, ex-secretário-geral da NATO.

O currículo de Rasmussen é prestigioso. Como primeiro-ministro dinamarquês (2001-2009), empenhou-se pela “ampliação da União Europeia e da NATO contribuindo para a paz e a prosperidade na Europa”. Como secretário-geral, representou a NATO no seu “pico operativo com seis operações em três continentes”, entre as quais as guerras no Afeganistão e na Líbia, e, “em resposta à agressão russa à Ucrânia, reforçou a defesa colectiva a um nível sem precedentes desde o fim da guerra fria”. Além disso, Rasmussen apoiou a “parceria transatlântica sobre comércio e investimentos (TTIP)” entre os Estados Unidos e a União Europeia, base económica de “uma comunidade transatlântica integrada”.
Competências preciosas para a Goldman Sachs, cuja estratégia é ao mesmo tempo financeira, política e militar. Os seus dirigentes e consultores, depois de anos de trabalho no grande banco, foram levados a postos chave nos governos dos Estados Unidos e outros países: entre estes, Mário Draghi (governador do Banco da Itália, depois presidente do Banco Central Europeu) e Mário Monti, (nomeado chefe de governo pelo presidente Napolitano em 2011).

Portanto, não é de espantar que o Goldman Sachs tenha a mão na massa nas guerras conduzidas pela NATO. Por exemplo, na guerra contra a Líbia: primeiramente, apropriou-se (causando perdas de 98%) de fundos estatais de 1,3 mil milhões de dólares, que Trípoli lhe tinha confiado em 2008; assim, participou em 2011 na grande rapina dos fundos soberanos líbios (estimados em cerca de 150 mil milhões de dólares) que os Estados Unidos e a União Europeia “congelaram” no momento da guerra. E, para gerir através do controle do “Banco Central da Líbia” os novos fundos recebidos das exportações de petróleo, o Goldman Sachs apresta-se a desembarcar na Líbia com a projectada operação EUA/NATO sob a bandeira da União Europeia e “condução italiana”.

Com base numa lúcida “teoria do caos”, desfruta-se a caótica situação provocada pela guerra contra a Líbia e a Síria, instrumentalizando e canalizando para a Itália e a Grécia (entre os países mais débeis da União Europeia) o trágico êxodo dos imigrantes decorrente de tais guerras. Isso serve como arma de guerra psicológica e pressão económica para demonstrar a necessidade de uma “operação humanitária de paz”, visando na realidade a ocupação militar da zona estratégica e economicamente mais importante da Líbia.

Como a NATO, o Goldman Sachs é funcional à estratégia de Washington que quer uma Europa submetida aos Estados Unidos. Depois de ter contribuído com o embuste das hipotecas sub-prime provocando a crise financeira, que dos Estados Unidos chegou à Europa, o Goldman Sachs especulou sobre a crise europeia, aconselhando “os investidores a tirar vantagem da crise financeira na Europa (conforme o relatório reservado divulgado pelo Wall Street Journal, em 2011).

E, segundo documentada pesquisa efectuada em 2010-2012 pelos veículos de informação Der Spiegel, New York Times, BBC e Bloomberg News, o Goldman Sachs camuflou com complexas operações financeiras (“empréstimos ocultos” em condições leoninas e venda de “títulos tóxicos” dos Estados Unidos), o verdadeiro crescimento da dívida grega. Nesse negócio, o Goldman Sachs manobrou mais habilmente do que a Alemanha, o Banco Central Europeu e o FMI, cuja faca no pescoço da Grécia é evidente.

Assim, recruta Rasmussen, com a rede internacional de relações políticas e militares por ele tecida durante os cinco anos em que esteve à frente da NATO.


Tradução
José Reinaldo Carvalho,
Editor do site Vermelho



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ESTES SÃO OS ILUMINADOS QUE NOS REGEM...


No twitter, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, polemizou com o economista britânico e ex-consultor de Durão Barroso, Philippe Legrain. Maçães postou um artigo do "The Wall Street Journal" que demonstrava "como os países em crise da zona euro deixaram para trás os seus problemas", afirmando que Portugal cresceu pela primeira vez sem dívida em 40 anos. Uma resposta imediata surgiu, pelo teclado de Philipe Legrain: "Sim, a economia de Portugal está ainda 7,5% mais pequena que há sete anos. É a isso que chama deixar os problemas para trás?", rematou. Hoje, ao Diário de Notícias, o economista britânico vai mais longe: «o Governo tentou ser mais alemão que os alemães e foi desastroso». (Nicolau Santos - Expresso Curto)

Economista britânico e ex-conselheiro de Barroso teve acesa discussão com Bruno Maçães no Twitter. Traça um cenário na linha do que irritou o secretário de Estado, que acusa de estar a fazer "propaganda"

Pergunta de Rui Pedro Antunes (Diário de Notícias) A Philippe Legrain: «Teve uma troca acesa de opiniões no Twitter com Bruno Maçães sobre a situação portuguesa. Acredita que o secretário de Estado está a tentar "dourar a pílula" da situação portuguesa?
Com eleições à porta, o governo está a defender o seu terrível recorde – inclusive recorrendo à propaganda de que Portugal "deixou os seus problemas para trás", como Maçães escreveu. É propaganda e é um absurdo.»
[…]
O programa falhado foi projectado pela troika dentro das limitações políticas definidas pela Alemanha. E foi entusiasticamente implementado pelo governo português, que tentou ser "mais alemão do que os alemães". Mas as consequências foram desastrosas: uma longa e desnecessária depressão da qual o país ainda não recuperou e que perversamente causou uma dívida pública tão alta que ultrapassa o produto interno bruto. (Fonte)

(Realces e sublinhados nossos)

         Jornal I