De visita à Bolívia, o Papa Francisco fez fortes críticas às
agências que impõem os programas de austeridade e, cintando um bispo do
século IV, disse que o dinheiro e a busca desenfreada pelo mesmo é o
"esterco do diabo".
Helena Bento escreveu esta
quinta-feira (10 de Julho 2015), no Expresso, este pequeno apontamento que
pauto de extraordinária importância:
Num longo discurso proferido
na cidade de Santa Cruz, na Bolívia, perante milhares de apoiantes de
movimentos populares, o Papa Francisco denunciou o "neocolonialismo das agências que impõem programas de austeridade"
e apelou à instauração de uma "nova
ordem mundial".
Segundo o Papa, este "neocolonialismo assume diferentes formas"
e radica tanto nas corporações e agências de empréstimos, como na imposição de
"medidas de austeridade"
que prejudicam, sem excepção, "os
trabalhadores e os pobres". Estes, defendeu, não devem, em situação
alguma, abdicar da luta pelos seus "direitos
sagrados": terra, trabalho e habitação.
Citando um bispo do século
IV, disse que o dinheiro, e a busca desenfreada pelo mesmo, é o "esterco do diabo", e que os
países mais pobres não podem ser reduzidos à condição de fornecedores de
matérias-primas e trabalho barato para os países desenvolvidos.
O Papa Francisco aproveitou a
visita ao país para pedir perdão pelos "crimes cometidos" pela Igreja
Católica Romana contra os nativos americanos durante a "conquista da
América" e apelou ao fim imediato do "genocídio de cristãos"
(por ele descrito como uma "terceira guerra mundial") que tem
ocorrido no Médio Oriente.
"Hoje, sentimo-nos
consternados ao ver como no Oriente Médio e em outras partes do mundo muitos
dos nossos irmãos e irmãs são perseguidos, torturados e assassinados por causa
da sua fé em Jesus", disse Francisco, que falava no segundo Encontro
Mundial de Movimentos Populares (o primeiro, no ano passado, foi acolhido pelo
Vaticano).
(realces, sublinhados e
ortografia antiga da minha responsabilidade)
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