Será que a minha
geração ainda tem tempo…?
Foi a minha geração que, enquanto juventude, foi condenada a
"carne para canhão" na guerra colonial.
Foi a minha geração que, quando jovem, estava estigmatizada
a que lhe retirassem o futuro.
Foi a minha geração que do nada fez esperança.
Foi a minha geração que emancipou este país e lhe devolveu a
dignidade que, havia muito, lhe tinha sido roubada – fez o 25 de Abril de 1974.
Foi a minha geração que criou acordos de solidariedade e
garantias de aposentação dignas para os mais necessitados e para os idosos.
Foi a minha geração que acautelou o tão falado estado social
(nem mesmo o estado novo teve a coragem de o atacar frontalmente).
Mas… infelizmente,
também:
Foi a minha geração que pariu a geração que nos governa.
Foi a minha geração que não soube ou não quis impedir a
conquista dos aparelhos dos partidos políticos pelas Juventudes Partidárias, as
quais desregradamente assumiram a conquista do poder.
Foi a minha geração que, não querendo educar as J's, se acomodou (pois precisava delas
para as campanhas) e, desleixando-se, votou na incompetência, na canalhice, na
ganância e na má-fé destas "juventudes
pretensiosas".
Foi a minha geração que permitiu aos cobardes o exercício da
opressão, porque não soube ou não quis consolidar a verdadeira democracia.
Só espero que a minha geração – a quem tentam presentemente roubar
o futuro e a dignidade –, numa réstia de coragem, consiga evitar a tragédia iminente.
Espero que a minha geração decida o que fazer no próximo dia
2 de Março.
Talvez ainda haja tempo…
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