quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

O rapto de D. Mécia, mulher de D. Sancho II

 




D. Mécia Lopes de Haro, filha de um dos mais influentes fidalgos hispânicos casara, no ano de 2031, com D. Álvaro Peres de Castro, de quem enviuvou em 1239. Mais tarde, esta – descendente de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal – casou com D. Sancho II, contra a vontade da Igreja Católica e da própria Corte.

D. Sancho II, que governou entre 1223 e 1248, enfrentou vários desafios durante o seu reinado, incluindo conflitos com a nobreza e a Igreja.

O rapto de D. Mécia ocorreu em 1245, quando D. Sancho estava envolvido em conflitos com a nobreza portuguesa e a Igreja. O rei enfrentava oposição devido à sua administração e às suas políticas, e isso levou a um ambiente de instabilidade política.

Nesse contexto, D. Mécia, esposa de D. Sancho II, foi raptada.

O responsável pelo rapto foi D. Paio Correia, um nobre português que se opunha ao rei. D. Paio Correia era partidário do infante D. Afonso, meio-irmão de D. Sancho II, que tinha o apoio de muitos nobres descontentes com o governo do rei. O rapto de D. Mécia foi uma forma de pressionar D. Sancho II e enfraquecer ainda mais o seu governo.

A situação política em Portugal continuou a deteriorar-se e, em 1247, D. Sancho II foi deposto do trono pelo Papa Inocêncio IV, que apoiou a causa do infante D. Afonso. D. Sancho II retirou-se para o exílio em Toledo, onde morreu em 1248. O infante D. Afonso sucedeu-lhe como D. Afonso III, dando início a um novo capítulo na história de Portugal.

Infelizmente, as informações detalhadas sobre o destino de D. Mécia após o rapto são escassas na história registada. O foco dos registos históricos muitas vezes recai sobre os eventos políticos e figuras mais proeminentes, enquanto detalhes sobre figuras menos centrais, como as consortes reais, podem ser limitados.

Dado que D. Sancho II foi deposto em 1247 e morreu em 1248, é possível que D. Mécia tenha passado o resto de sua vida em circunstâncias menos favoráveis. A transição de poder e os conflitos políticos naquela época podem ter tido impacto na vida pessoal dos envolvidos, incluindo a família real.

D. Sancho II foi excomungado pelo Papa Inocêncio IV. A excomunhão ocorreu como parte das tensões entre o rei português e a Igreja Católica. O Papa Inocêncio IV, em 1247, emitiu uma bula de excomunhão contra D. Sancho II devido a desavenças e discordâncias entre o rei e a Igreja.

As razões exactas para a excomunhão incluíram questões relacionadas com a administração eclesiástica em Portugal, bem como disputas sobre terras e poder. D. Sancho II enfrentou oposição não apenas da Igreja, mas também de sectores da nobreza portuguesa.

A excomunhão foi um dos factores que contribuíram para a instabilidade política durante o reinado de D. Sancho II. Eventualmente, o Papa Inocêncio IV apoiou a causa do infante D. Afonso, meio-irmão de D. Sancho II, e contribuiu para a deposição do rei em 1247. D. Sancho II foi sucedido por D. Afonso III, que teve a aprovação papal. Este episódio ilustra a influência significativa da Igreja Católica na política medieval e nas dinâmicas de poder na época.