Apesar de reconhecer como
válida a maioria das decisões assumidas pelo actual governo, penso que não devo
ignorar a crítica ou o simples alerta dos perigos das intenções mal definidas,
principalmente quando toca à educação – pilar da democracia e do
desenvolvimento. Hoje mesmo, manifestei esta minha preocupação ao meu amigo
Eduardo (ouvinte e leitor atento dos meus desabafos).
Voltamos à rotina, à
repetição dos mesmos problemas, com as mesmas propostas de solução, os mesmos
erros, à tentação de recorrer ao populismo... Agora, é o ministro da Educação.
Com a ânsia de mostrar, rapidamente, serviço, atropela as mais elementares
posturas de credibilidade – sem quaisquer estudos concretos (só mero princípio
de intenções), anuncia a "escola a tempo inteiro" para os alunos, até
ao 9.º ano. A intenção é boa (mas de boas intenções está o inferno cheio).
Como se faz, com que meios,
quais as alternativas curriculares, haverá suporte válido para a extensão de
horários (?), o que se propõe para a ocupação desse período; são questões que
não se poderão ignorar. Será que existem estudos de avaliação pedagógica para
este modelo?
Enfim, não é o facto de se vir
a concretizar (e, até, com bons resultados), não. É, antes, a tentação de
querer recuperar muito do que foi destruído e, querendo fazer melhor,
incorrerem nos mesmos erros do passado. Acho que já basta de se brincar com a
educação. É importante demais para não ser estudada... Pensem, primeiro.
É um desabafo...!