Dizer que na Educação não se deve mudar à pressa é uma
banalidade com que todos concordamos, o problema em que durante os últimos
quatro anos muita coisa mudou à pressa e sem qualquer reflexão, sem que David
Justino tivesse reparado ou sentido a necessidade de criticar.
Quem esteve tanto tempo calado tem agora pouca autoridade
moral para falar; quem se calou com as muitas medidas do pior ministro da
Educação que passou pelo país deveria agora respeitar um período de nojo antes de
se socorrer do estatuto suprapartidário de presidente do Conselho Nacional de
Educação (CNE) para tomar posições críticas em relação a um governo que, todos
sabemos, não ser da sua preferência.
Compreende-se que o PSD e em particular os cavaquistas
estejam desejosos de criticar este governo, mas face à realidade que o país tem
vindo a conhecer, e que esteve encoberta até às eleições, deveria haver algum
cuidado antes de tentar desviar as atenções para questões de lana-caprina, até
porque os exames e matéria em que não há inovação, todos os pedagogos conhecem
muito bem o seu papel e quando devem ser realizados.
Não é difícil de perceber que o verdadeiro líder da oposição
não é Passos Coelho mas sim Cavaco Silva. [Fonte]
«O ex-ministro
da Educação e presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), David Justino,
critica a “febre” que existe de se estar sempre a revogar e a mudar tudo na
educação e, em entrevista ao Diário de Notícias, sugere que as mudanças
resultem de avaliações rigorosas.
Questionado
sobre o projecto de resolução, apresentado pelo grupo parlamentar do PCP, que
recomenda ao governo a suspensão imediata das metas curriculares no primeiro
ciclo do ensino básico, David Justino respondeu que “a suspensão não resolve
nada”.
O ex-governante
admite que “as metas são um instrumento que deve ser alterado” pois “ninguém
consegue fazer coisas logo na perfeição”. Mas, para tal, “tem de ser feita uma
avaliação exaustiva e ver o que tem de ser melhorado. Estarmos só a suspender,
já, não me parecer fazer sentido”, defendeu David Justino, acrescentando que “o
processo deverá passar por uma comissão especializada que, junto das escolas,
vá ver como essas metas estão a ser apropriadas, como estão a ser aplicadas e
em que contextos”.» [Observador]