João Galamba, A
verdadeira fraude eleitoral:
«(…)
Desde o dia 4 de Outubro que não param de sair notícias que desmentem a
narrativa com que PSD e CDS se apresentaram a eleições. O Novo Banco, afinal,
tem um buraco de 1,4 mil milhões de euros e tem de ser recapitalizado. A TAP,
que ia ser privatizada, revelou-se uma espécie de PPP. O PIB, que estava a
acelerar, estagnou. O emprego, que estava em franca recuperação, caiu. E a
sobretaxa, que ia ser devolvida, já não vai ser. Fraude eleitoral é isto.
Durante
vários meses, PSD e CDS tentaram passar a ideia de que a recuperação económica
era tão evidente que o “contrato de confiança” que esses partidos haviam
celebrado com os portugueses iria resultar numa devolução significativa da
sobretaxa cobrada em 2015. Os dados conhecidos apontavam para uma devolução em
torno dos 36%, mas houve quem sugerisse que a percentagem podia ser ainda mais
elevada, sendo mesmo possível uma devolução total. A coligação PaF chegou a
fazer cartazes a anunciar a bonança. Quem pusesse em causa o optimismo do
Governo era acusado de estar em negação e de não se conformar com o sucesso das
políticas seguidas.
(…)
Sendo
hoje evidente que não haverá qualquer devolução da sobretaxa paga em 2015, PSD
e CDS devem explicações aos portugueses. Depois de ouvir Passos Coelho na
passada sexta-feira, parece que essas explicações vão respeitar a tradição dos
últimos quatro anos: Passos não enganou ninguém, quanto muito foi enganado.
Quem anda preocupado com alegadas fraudes eleitorais tem aqui muito com que se
entreter.»