Há muito que não escrevo qualquer post neste blogue. Não o
tenho feito por medo; sim, por medo. Medo de ser punido financeiramente (pior
que impostos ou pilhagens) ao exercer o meu legítimo direito de opinião,
principalmente se o fizer ao manifestar a indignação incontida face às
arbitrariedades punitivas e destruidoras praticadas sobre aquela classe que,
até há bem pouco tempo, era considerada a classe média. Medo, porque sabia que
aquilo que o meu sentir exigia não se quedaria pelo simples ápodo de “malandros” a quem nos explora e destrói…
Em suma, medo de perder as estribeiras…
Não amando, não se nos pode exigir que tenhamos, com quem nos mata, lealdade, como dizia
o poeta. E, questionar-me-ei, então: como proceder para com quem nos mata…?
Foi com este estado de espírito e num desabafo telefónico
com o meu irmão (que comigo comunga destas ideias) que senti a grande
responsabilidade de não me calar. Não que quisesse começar a vilipendiar e
insultar indiscriminadamente os poderes legais (que não legítimos)
constituídos; mas, (isso sim) relembrar, alertar e esclarecer quem não sabe ou
já se esqueceu de que a história,
embora se não repita, renovará as suas forças destruidoras se, no entretanto,
não tivermos aprendido com os seus ensinamentos.
Assim, a história
ensinou-nos, mas talvez não o tivéssemos aprendido correctamente:
Os regimes
fascistas:
1-
Rejeitam o respeito pelos Direitos do
Homem e pela dignidade humana,
pois (para eles) os interesses do indivíduo têm de estar subordinados ao
interesse do Estado;
2-
Defendem que determinadas raças nascem para comandar e outras para obedecer;
3-
Consideram que a liberdade (liberdade é tolerância) resulta em divisão e
enfraquecimento da nação – e chamaram outro nome à tolerância;
4-
Atestam que a democracia é um regime de
fraqueza. Para eles, a escolha dos governantes pelo povo é uma tremenda
inutilidade demagógica;
5-
Afirmam que o sistema parlamentar é uma manifestação de fraqueza do poder, por
não passar de um jogo estéril de verbalismo obsoleto e sem interesse para a
nação;
6-
Pretendem desenvolver as qualidades animalescas, mais do que as suas
capacidades intelectuais, como razão de liderança dos comportamentos do próprio
homem.
Como forma do seu desenvolvimento, os regimes totalitários fascistas e nazis, promovem:
a)-
O Autoritarismo do Estado;
b)-
-Regimes de Ditadura e Estados Policiais;
c)- O Culto do Chefe – providencial guia e
salvador da Nação;
d)-
O Partido Único (poderá começar por
coligações até à destruição das eventuais oposições);
e)-
O Nacional-Socialismo, na forma corporativa.
O corporativismo daí resultante permite ao Estado:
-
Ser o Único Regulador de conflitos
de trabalho;
-
Dispensar os Sindicatos Livres;
- Consolidar
o “equilíbrio social” e da “justiça” nas relações laborais.
E, para que tudo isto resultasse na perfeição, dispõem de
uma perfeita e intensa Máquina de
Propaganda. Para tal, os ditadores fascistas e Nazis:
I- Prometem um programa nacionalista de resolução da crise económica e de aumento de emprego;
II-
Promovem a reestruturação [da grandeza] da Nação (reestruturação do Estado);
III-
Pretendem pôr fim à agitação socialista ou às reminiscências de qualquer passado
recente;
IV-
Propagam a ordem, a disciplina e a estabilidade.
Para conseguirem tudo isto, empenham-se na repressão da
inteligência, controlando as publicações
escritas, a rádio, o cinema… antes, mediante uma apertada
censura; hoje, comprando a dignidade de muitos dos que têm a obrigação e a
grata missão de informar. Felizmente ainda há resistentes, o que obstaculiza
essa missão nazi-fascista.
Há países onde o nosso sangue corre nas veias dos seus povos
e que já rejeitaram esta repetição da história. Até quando permitiremos a
ignomínia de nos quedarmos e deixarmos subverter a democracia conquistada em 25
de Abril.