sábado, 28 de março de 2015

A PERMANENTE VIL MENTIRA




Há muito que não escrevo um postal. Vários são os factores que contribuíram para esta ausência da blogosfera; mas, o motivo principal é porque me sinto qual personagem do Pe. António Vieira no sermão de Santo António aos peixes – eles não ouvem, nem têm consciência daquilo que os rodeia. De que vale a continuar a apregoar erros, alertar para irregularidades, criticar a desfaçatez e a irresponsabilidade. Tal como os peixes e outros animais quaisquer são inimputáveis; têm uma missão a cumprir, somente não sabem qual; cumprem ordens (ou desígnios), mas não sabem quem lhas ordena. Cumprem uma missão, mas não é aquela para a qual foram eleitos; governam a rogo – mas, não do povo.

A quem obedecem?

Durante toda a minha vida ouvi (e, assim, fui educado) que a responsabilidade é solidária; quanto mais alto se estiver na hierarquia da cadeia de comando, maior é a responsabilidade. Também me ensinaram que é necessário (imprescindível, até) estarmos bem esclarecidos para podermos – honesta, responsavelmente e em consciência – emitir uma opinião ou deliberar sobre qualquer assunto.

E o que vemos?

Vemos a Ministra de Estado e das Finanças a desresponsabilizar-se pela sua incapacidade de cumprir e fazer cumprir as obrigações para as quais foi nomeada. Pelo contrário, enjeita qualquer sentimento de responsabilidade e imputa-o aos seus subordinados.

Por outro lado, vemos (já não falo do Citius, nem das alarvidades produzidas mais para trás) a Ministra da Justiça a manipular dados sobre a pedofilia para levar o Conselho de Ministros a decidir sobre uma lei que, no mínimo, deveria ser cautelosa e sobejamente estudada. Para quê tanto trabalho em viciar e quantificar dados na informação prestada ao Conselho? Bastaria levá-la ao parlamento, informar a maioria de qual a intenção de voto e aguardar pela decisão. Esta maioria tem-nos demonstrado que está ali para cumprir as vontades transmitidas pela “Voz do Dono” e não, como a Constituição o impõe, para fiscalizar os actos do Governo.

Como escrevi, hoje, a um amigo (à laia de brincadeira), o PM teria ido ao Japão para aprender a palavra “Saionara”.

Mas, o meu espírito de imediato se ensombrou: e se estes indivíduos (habituados, como estão, ás confusões e à manipulação das intenções) em vez de "saionara" aprendem uma outra expressão bem portuguesa – até sempre. Isto, sim, seria grave. Era como “morrer à beira da praia”. Era fazer ressurgir o passado que terminou (julgava eu) em Abril de 1974.

Já falta pouco par as eleições… Será no final do Verão que eles saem… (?)

Mas está a custar tanto…!


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